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terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Nova Terapia

Tinha tudo para ser um dia péssimo: Acordar bem mais cedo que o habitual, esperar quase uma hora por um ônibus que nunca chegou e pegar um outro para ir à uma segunda parada para encontrar um ônibus que me levasse ao meu destino final; enfrentar chuva no meio do caminho (já atrasada) e passar a manhã numa reunião desgastante. Passar na faculdade para trabalhar um pouco mais (sem comer nada, vale lembrar), chegar em casa por volta das três da tarde para, (enfim!) almoçar; ao final do dia estudar um pouco mais e interromper tal processo por causa de uma discussão sem fundamento com uma pessoa sem noção. 
Mesmo assim, com tudo para dá errado, eu me vi rindo no ônibus que enfrentava a chuva, eu estava feliz  no caminho de volta para casa e cantando enquanto discutia com a pessoa sem noção. Eu estava tava feliz da vida mesmo estando em pé, num ônibus lotado às três da tarde de uma segunda-feira cansativa. 
Não sei ao certo a parcela de culpa que você tem nisso mas, acho que não me lembro de uma época em que eu conseguisse tanto sentir meu coração bater como agora. Não ria! Mas de uns tempos para cá é um exercício terapêutico fantástico sentir meu coração batendo tão rítmico e potente. É como se eu percebesse estar viva com uma frequência nunca vista. Lembro de ter ido dormir logo após falar com você e já dormir com um sorriso besta. Ao acordar vejo a mensagem: "Tenha uma boa noite, durma bem, bj.", só isso foi capaz de me causar inquietude no peito. um misto de querer bem e sentir a reciprocidade disso tudo, e você me feito tão bem! Um bem danado, que dá até medo que isso passe logo, por isso torno a repetir: fique um pouco mais.


"Dia claro madrugada, de nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada, pra onde vai ou por que veio
Nem mesmo sei qual é a parte da tua estrada no meu caminho
Será um atalho ou um desvio?
Um rio raso? Um passo em falso?"

Quase nada - Zeca Baleiro

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Distância não mede Amor

Essa semana, conversando com uma amiga soube que o namoro dela não ia muito bem, como uma curiosa nata e confessa perguntei qual a história deles e me encantei tanto que não consegui não escrevê-la depois. Ela me disse:

"Ah, nem lembro bem quando nos conhecemos, mas acho que foi no ultimo ano do fundamental. Ficamos amigos mas só no último ano do ensino médio começamos a nos ver de outra forma. Eu era o tipo de garota impossível, daquelas que os caras nem tentavam mais chegar pois sabiam que não tinham chance. Não sei de onde ele tirou coragem para tentar (nem porque) mas agradeço por isso. Ele era aquilo que me faltava, mesmo que eu não soubesse ainda. E era tão lindo descobrir o mundo e esse sentimento todo ao seu lado. Meu primeiro beijo, meu primeiro (e espero que único) amor. Eu sabia que era um sentimento puro e verdadeiro mas que para vivê-lo enfrentaríamos grandes obstáculos, o que não tardou para acontecer.
Enfim, consegui uma bolsa numa faculdade... que ficava em outro estado. Mesmo que as circunstâncias nos dissessem para desistir, nós seguimos em frente com nosso namoro, com nosso amor. A distância veio acompanhada da sua irmã, saudade, e nos fez e faz sofrer até hoje, quarto anos e três meses de namoro.
Eu sabia que era um desafio namorar a distância mas, é tão mais difícil do que eu esperava amar assim. O sentimento não acaba, é fato, mas nos deixa tão em xeque! Como se o romance não fosse sobreviver até a semana seguinte. Mas ele persiste e cada vez mais vai se fortalecendo.
O que eu sinto por ele é algo tão forte que chega a doer, não sei descrever, mas é forte, intenso e lindo. Quando estamos juntos sinto plena certeza que isso pode durar a vida toda mas com a distância, em quilômetros, sinto receio que isso possa acabar.

Mesmo nos vendo poucas vezes por ano, sinto (e sei) que estamos fadados a ficar juntos! Já provamos tantas vezes que o nosso amor é forte, já passamos por tantas coisas juntos que já não tem jeito, ele não se livra mais de mim! Haha Quando meu chão caiu algumas vezes ele estava lá para me ajudar, me reerguer e andar e eu só tenho que agradecer a Deus por tê-lo colocado em minha vida. Tão certo assim, tão meu, tão exatamente o que eu preciso.
Agora falta pouco tempo para que possamos ficar juntos e, sonho tanto com isso que nem consigo imaginar como será, mas espero que seja tão feliz quanto desejo. Logo, logo nossas vidas estarão sincronizadas e amar e ser feliz será nossa principal regra.
Eu quero estar com ele em todas a situações, mesmo que seja só para abraçar, ou assistir tv num dia frio. Eu quero descobrir cada mania e esquisitice que a gente só descobre com o convívio diário. Quero ser a causadora de suas mais gostosas gargalhadas, partilhar alegrias e um dia, quem sabe, contar nossa história por ai. É só o que eu quero.”


Depois de tamanha declaração, fico calada, pensando sobre esse tal amor. Tão travesso, tão forte e malvado até, achando de morar em corações de corpos tão distantes, porém fez uma morada tão forte que persiste por tantos anos (e quilômetros). Só desejo amor e sorte ao casal. Eis o início da história escrita, continuem. O resto é com vocês.

Sentindo a música

Limpando a casa, me dá uma vontade louca de dançar. Vassoura vira microfone e almofadas viram plateia. É simples, leve, suave. Gostoso sentir a música assim. Uma vontade incontrolável ao sentir cada acorde, cada nota alta cantada. Não basta cantar e fechar os olhos; dançar também se faz necessário, o corpo também quer se expressar. 
Outro dia li um texto o qual dizia que devemos procurar um amor que sinta a música. Acho que sou do tipo que sente ao extremo. Do tipo de dança até no supermercado, do tipo que canta com o carro de som que passe na rua tocando uma música boa ao fundo do anúncio. Uma daquelas pessoas que canta, dança não importa onde, nem se vão rir. Eu não sei dançar, mas sinto a música e não me envergonho disso.
É essencial, quase óbvio, expressar o que aqueles acordes me fazem. Me fazem bem. Alegram a alma, entendem os sentimentos (sejam eles quais forem). Sem a música eu seria, certamente, uma pessoa triste, vazia, perdida. Não seria eu inteira, seria uma metade oca. Preciso ser eu completa, com cada passo desastrado, com cada frase desafinada, com os sorrisos somados ao arrepio na pele e olhinhos fechados. A alma sendo saciada pela música.


"Música é o relacionamento que nunca vai te decepcionar
O portal que conecta a alma ao corpo, dá vida

É o que me faz acreditar nas pessoas ainda"

Um dez! - Sérgio Dall'Orto

Vem cá, vem!


Estava eu aqui, batendo um papo com meus cachos enquanto arrumo a casa, ao som de Cícero e me recordando de nossa curta conversa de outro dia. Você disse  que estava doente, com febre, dores e mal conseguia arrumar o quarto. Naquele momento senti uma vontade estranha de ficar do teu lado, mesmo com um vírus em atividade em suas vias respiratórias. 
Eu queria estar ai, para te ajudar com o quarto, fazer um chocolate quente e assistir filme com pipoca, pra aproveitar esse clima frio que está fazendo na nossa cidade. Eu queria passar esse frio com você e foi estranho perceber que sinto falta disso, desse tempo light, de um programa de casalzinho. Hahaha  logo eu, veja só! Olha o que você tá fazendo comigo, me tornando uma piegas! Eu não havia entendido com clareza o sentido da frase “sentir saudade daquilo que nunca viveu” até agora. 
Até você.
Pode ser que isso não seja nada, que não vá à lugar algum, além dos meus pensamentos, mas e daí? Eu gosto dessa sensação, da inspiração que isso me traz, da inquietude que me causa. Isso me faz lembrar de uma música do Benito di Paula “Mas se não for amor, não diga nada, por favor, não apague esse sonho (...)”.
Gosto de sentir isso por você. Obrigada por surgir assim, de repente e só te peço uma coisa: fique.




"Fica por aqui
Vem cuidar de mim

Vamos ver um filme, ter dois filhos
Ir ao parque
Discutir Caetano
Planejar bobagens
E morrer de rir"

Vagalumes cegos - Cícero

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Encontros

De letra em letra,
de verso em verso
me perco em palavras
e quase sempre
acabo por me encontrar
nas entrelinhas
dos tortos versos que escrevo.
É como se o mundo, meu mundo,
pudesse ser resumido no encontro
do lápis com o papel,
corpo e mente,
eu e eu.
Todos livres.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

:

Então façamos assim:
Serei mar
Para teu sol se pôr
E que assim
Se faça nosso encontro

Nem dia, nem noite.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

(Quase) Indefesa

Já passou há muito da meia noite e cá estou, sentada frente ao computador com um energético próximo à mão esquerda (sabes que eu não gosto de café) e pensando em você. Penso em tudo que se passou desde que nos conhecemos e é tudo tão estranho! Eu não imaginei que teria realmente um novo "você" para essas cartas que nunca serão entregues. E pensando em tempo real, faz tão pouco que nos conhecemos.
Já conversamos tanto, que sinto que já te conheço e é tão fácil ser eu quando falo com você. Sabe, sem aquela coisa de tentar impressionar o bancar a durona. Nada disso. Só eu, tal como as pessoas que estão na minha vida há tempos me conhecem, sem máscaras.
Ainda não consigo compreender como você tem conseguido desfazer todos os meus muros e grades, é tão fácil baixar a guarda que chega a ser assustador. Logo eu, cheia de pensamentos e defesas me vejo quebrando todas as regras e protocolos que adotei para resguardar minha mente e meu coração. Ah, agora me sinto uma ridícula. Vai que eu tô nessa viagem sozinha? E se só eu estiver me jogando nisso?
Sei que não é belo mas mesmo assim, estou aqui, meio que zonza ainda por nossa sintonia, Não ria, é sério! Acredito que todo mundo merece encontrar na outra pessoa algo mais duradouro que a beleza, e em você eu achei o caráter. Nunca imaginei que o caráter pudesse me atrair tanto, mas caiu muito bem em você.


"E que os muros e as grades caiam,"
Humberto Gessinger

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Beijo


Esses dias lendo um livro refleti um pouco sobre beijo. É, beijo. No livro a personagem principal fazia uma descrição minuciosa sobre o beijo que havia recebido de seu par na trama.  Ela falava sobre a sensação, o tipo, intensidade e tudo mais que podia acontecer ali. Parei.
Já li cenas semelhante em outros livro e me pergunto por que não consigo isso.  Acho estranho descrever um ato tão intimo tal como se descreveria um gráfico ou a montagem de um equipamento qualquer. Sem emoção.
Quando beijo o mundo para. Não escuto sons internos ou externos. Meus pensamentos silenciam completamente, encontro paz. Não sei analisar o que se passa, tampouco descrever, apenas me entrego a ele (ao beijo ou ao cara?). Consigo apenas perceber se é suave ou intenso e só. O resto se perde no momento ao mesmo tempo que o sentimento se concretiza mim, tornando-se real a cada segundo junto. E depois, fica a sensação de ainda estar sendo beijada, lembrando do momento em que os lábios se uniram e na tristeza discreta da separação.

Ainda assim não descrevo, sou egoísta e prefiro preservar nosso momento. Apenas nós e nosso beijo em nossa bolha.