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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Ato de indepedência

No dia de hoje se comemora nesta República Federativa o dia da declaração da independência do Brasil do Império Português. O feriado trouxe tantas reflexões e questionamentos sobre tantas coisas que acontecem no Brasil. Temos passado por tantas situações tristes, absurdas, que as vezes nem sentimos mais o peso desse ano. como uma anestesia geral. Outras vezes sentimos (e muito) o fardo de sermos filhos dessa terra. O fato é: tá foda viver no Brasil.

Mais ainda se pensar que essas são questões comuns a todos e que cada pessoa ainda é um universo. Cada um tem suas questões para lidar, aprender e dar mais um passo em sua evolução. Coloca tudo isso junto e... eis-me aqui.

Há dias em que tudo me irrita e entristece de modo que sinto uma densa energia ao meu redor. Sinto palpitação, sinto raiva. Tem dia que ligo o foda-se... por meia hora. Não consigo ficar alheia, sinto muito tudo que se passa comigo, com as pessoas próximas e com o lugar que vivo. As vezes tento nem pensar profundamente em nada (de tão cheia de tudo) e seguir fazendo o que dá naquele momento, trabalhando o que o tem para hoje. Nem mesmo escrever consigo (Isso aqui é um milagre em formada de palavras amontoadas e jogadas). Tem sido um paradoxo bizarro ter que escolher estar atenta para não ser alienada e desligar de tudo para preservar um pouco de saúde mental.

E exatamente pensando nela, e inspirada na data de hoje, resolvi resolvi declarar minha independência. Achei por bem começar as mudanças por mim, pelas energias que permito que me cheguem, pela energia que quero transmitir em tudo que faço e pela que quero atrair para minha vida e projetos.

Comecei me arrumando para ficar em casa mesmo, coloquei uma blusinha vermelha confortável, uma saia jeans florida que não usava há meses (ou anos) e arrumei o cabelo, sério,  sentir como se fosse sair, me ver bonita já ajudou na animação. Amo ficar de pijama mas, dá também uma sensação de inércia e eu tô bem cansada disso nos últimos tempos. Coloquei minhas córneas de vidro e PÁ!, o mundo ficou mais bonito, mais nítido. Imediatamente eu queria ver tudo, ler tudo e aproveitar o máximo possível dessa visão. Sentindo-me uma vencedora ("só" por ter feito essas duas coisas) e produtiva, sentei frente a minha escrivaninha empoeirada (tadinha) e tomei notas e organizei meu planner já abandonado e esquecido. Passei horas e naquele cantinho.

Sentada ali e vendo tudo mais bonito resolvi deixar de seguir, pelo menos por um tempo, páginas e pessoas que me colocavam em vibrações negativas de raiva e tristeza ou que não somava em nada útil para mim, Senti leveza a cada unfollow dado. E lá se foram mais de 30 perfis em menos de 10 minutos.

Pensa que acabou? Nããão! Fiz cruzadinhas (amooo desde sempre) e li uns livros quase esquecidos na estante. Falando de livros aproveitei para comprar alguns. Eu sei que deveria evitar pois tenho algumas prateleiras cheias de livros nunca lidos ou terminados que compro muitas vezes por impulso mas dessa vez pensei bastante e só comprei livros com potencial de me trazer reflexões e edificar de alguma forma, isso por si só já é incentivo mais que suficiente e um válido investimento em mim mesma.

Por fim, fui fazer os afazeres de casa e resolvi abri uns podcasts (totalmente influenciada por uma amiga). Abracei esse mundo como quem rever um velho amigo e busquei temas que me ajudem no processo de autoconhecimento e de me entender como alguém nos meios que hábito, foi TÃO maravilhoso. Ouvi vários e entre eles descobri várias músicas novas que fiz questão de cantar alto pela casa. 

No fim do dia refleti sobre tudo que tinha sentido e feito e notei que colocar os olhos do corpo e da mente para funcionarem faz mudanças positivas percepção do (meu) mundo. Lentes limpas trazem uma melhor imagem dos que se passa e do que pode ser feito. 

Achei por bem começar as mudanças por mim, pelas energias que permito que me cheguem, pela energia que quero transmitir em tudo que faço e pela que quero atrair para minha vida e projetos. Se todos os dias serão assim, não sei, mas esse foi o meu primeiro ato consciente de independência nos últimos tempos.