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domingo, 11 de agosto de 2024

Cais sobre caos - Gragoatá

Rasa corredeira
Nunca foi de descansar
De por ordem às flores no quintal

Cama pra quem deita
Chão pra quem quisesse andar
De subir ladeira em carnaval

De viver
E sonhar
E sentir
Pra lembrar
E doce é a ilusão
Quando o tempo é só algodão

Pele de praieira
O pé que é de buscar o mar
Na juventude a desaguar

Céu de lua cheia
Isca de Iemanjá
Ela era de se enfeitar

De crescer e chorar
E sorrir pra cantar
Que estranha é a razão
Quando a vida e só coração

Distante do que fez entregue ao tempo rei
Força de quem não dá mais sob mas
Preta filha do sol
Mãe, tia, irmã menor

Porto que sempre traz
Cais sobre caos