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sábado, 23 de outubro de 2010

23 de outubro

A praia estava exuberante, como sempre. Me sentei e pus-me a olhar o movimento das ondas, a espuma que formavam, seus sons. Decidi caminhar, tentando encontrar soluções para as questões, as velhas questões da minha vida comum: amigos, família, amores. Eu ia olhando ora pro sol (que estava se pondo, tão imponente), ora para os passos que dava e para os que tinha dado. Depois de andar um pouco olhei para frente. 
           Vi uma mulher. Estava parada diante de mim. Ela sorria como se visse alguém que a muito não via, tinha lindos cachos e um intrigante brilho nos olhos. "Será que à conheço?" Não me lembrava, mas me era familiar. "Oi" finalmente ela falou. Sua voz era realmente conhecida, mais não lembrava de forma alguma. Começamos a conversar um pouco, ela disse que éramos velhas amigas, mas que eu tinha me afastado dela. Ainda assim, não tinha magoa e perguntou o que me afligia, perguntei quem ela era, já que não conseguia lembrar. Ela apenas sorriu e disse: "Você realmente me esqueceu. Vamos, me diga o que te preocupa, talvez eu possa te ajudar". Apesar de ainda não saber com quem estava falando, ela me passou confiança então contei tudo. Após me ouvir calada ela pronunciou-se.
          "Eu entendo tudo que está acontecendo com você. Você deve ser paciente, tudo irá se resolver, mas isso não quer dizer que você tenha que se acomodar e esperar a solução de braços cruzados. Se você almeja algo, não exite em correr atrás. não perca seu tempo com o que não lhe servirá, esses sentimentos ruins por exemplo. Mas não despreze a tristeza e as lágrimas, acredite, elas podem ensinar mais do que você pode imaginar. Faça as pessoas que realmente ama (e que te amam) felizes. E lembre-se sempre. Apesar de todos os seus problemas, nunca se perca de você, as vezes a solução está bem diante de nossos olhos e nunca nos permitimos vê-las. Ouça sempre o que há dentro de você."
         Aquela mulher me conhecia muito mais do que eu mesma naquele momento, as lágrimas foram invitáveis. Percebi que passamos a noite toda conversando e que o dia já raiava. Ainda chorando olhei para ela e vi que me olhava com uma expressão materna.
       Aproximei-me para abraçá-la e ao chegar mais perto. ela abriu seus braços e seu sorriso, assim como eu. Mas dei de cara com uma espécie de vidro. Foi estranho. Então coloquei as mãos nele e ela fazia o mesmo. Ela repetia meus movimentos e repetia as palavras "Nunca se perca de você". Fiquei confusa ela calou-se, olhou para o céu e disse "Abra os olhos. hora de viver".
        O despertador toca. Hora da realidade.

Um comentário:

  1. Encantador seu comentário. Bonito seu texto e boas as indicações.

    Esses dias escrevi que, "... desde que eu não me deixe para trás, não importa quantos ainda me abandonem".

    Boas aventuras pra ti no teu blog.

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