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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ainda não passou


Triste é não chorar
Sim eu também chorei
E não, não há nenhum remédio
Pra curar essa dor
Que ainda não passou
Mas vai passar!
A dor que nos machucou
E não, não há nenhum relógio
pra fazer voltar... O tempo voa!
Eu não suporto ver você sofrer
Não gosto de fazer ninguém querer riscar o seu passado
E o que passou, passou
E o que marcou, ficou
Se diferente eu fosse será que eu teria sido amado?
Por você, por você
Nando Reis

Saudade


Saudade é solidão acompanhada, 
é quando o amor ainda não foi embora, 
mas o amado já... 

Saudade é amar um passado que ainda não passou, 
é recusar um presente que nos machuca, 
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais... 

Saudade é o inferno dos que perderam, 
é a dor dos que ficaram para trás, 
é o gosto de morte na boca dos que continuam... 

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: 
aquela que nunca amou. 

E esse é o maior dos sofrimentos: 
não ter por quem sentir saudades, 
passar pela vida e não viver. 

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.


Pablo Neruda

sábado, 21 de julho de 2012

Banho de água fria


Depois que nos vimos fiquei pensativa. Estou pensando em pedir as contas, não sei, acho que não estou à altura desse posto. Sabe, acho que não sou a amiga que você precisa (ou merece).
Nada que faço surte efeito na sua vida. Vejo você sofrer e nada consigo fazer para retardar essa dor. Eu te aconselho, te apoio, te encho de sermões, sms´s, citações de encorajamento. Ouço suas dores, choro junto, mas parece que nada vale pra você. Será que não entende que eu sofro tanto quanto você, ou até mais, por não poder fazer nada pra te ajudar?
Será que você não poderia tentar seguir meus conselhos? Será que vale a pena tudo que faço por você?
Sabe, hoje eu fiz um grande esforço por que eu precisava muito te ver, saber como você estava e te apoiar mais um pouquinho. Falei um monte de coisas que você precisava ouvir. Você pareceu concordar e por um instante achei que algo entraria e ficaria na sua cabeça, mas não.
Bastou uma ligação para eu presenciar uma das cenas mais deploráveis que eu poderia imaginar. Você ligou decido a dar o sonhado “Adeus”, mas, após o “Alô?” só ouvi choros, imploração e alguém se humilhando para um dos secretários do diabo, implorando por atenção enquanto, do outro lado da linha, havia alguém complexado superiormente, sambando nos pedaços do seu coração, que você faz questão de deixar exposto ao sol, com sal grosso por cima.
Ah, aquilo foi demais pra mim! Subiu uma raiva do caralho e tudo que eu pensei foi em escrever. Após desabafar um pouco do que eu senti na velha agenda, decidi ir embora e deixar você se afundar da merda que escolheu e não quer sair. Sabe, estou começando a cansar de lutar por você e te ver assim, se entregando por não querer mudar. O que você tem feito pra mudar? Está fazendo algo diferente?
Acho que o que mais me doeu foi ver que você se quer se despediu de mim. Não custava, me senti nada pra você naquela hora.
Vejo que não sou sua prioridade, é certo que não. Também não é isso que quero, só acho que a consideração foi reduzida. Você não ver mas, trata-me tal com a sua mãe: você não a dar tanta importância porque sabe que ela sempre estará disponível para você e, o que quer que acontece, ela será capaz de mover céus e terras para te ver bem e feliz. Só valorizamos quando perdemos, não espere isso acontecer.

Sabe porque eu não desisto de você? Porque nunca se abandona a família. Por mais que eu sinta-me triste pela forma que você se trata, eu preciso cuidar de você, meu IRMÃO precisa de mim.




Repito, eu te amo, 
e sempre amarei.

Amarrada


Não suporto os pobres de espírito que não valorizam suas existências, mendigando migalhas dormidas do pão que o diabo amassou. Sinceramente não compreendo a cabeça das pessoas em querer morrer por não terem a atitude de acordar para a vida e valorizar o que há de melhor ao invés das sombras que aparecem ás vezes. Há casos que, confesso, chegam a me causar nojo. 
É algo estranho ter tudo na vida para ser feliz e ainda assim seguir para o lado errado, enxergando só desgraças e o quanto a vida está sendo cruel com eles. É revoltante ver alguém desperdiçar as chances de mudar e continuar errando por não ter coragem de tentar algo novo. Não sei se sinto raiva, nojo, pena ou tristeza.
Na verdade acho que o que sinto é impotência. É, é isso. Impotência... Impotência por estar de mãos atadas vendo o sofrimento alheio e sofrendo junto. Vendo alguém se afundar na fossa para qual caminhou e sequer poder lhe jogar uma corda para ajudar a sair de lá. Impotente por nada poder fazer a respeito. Impotente.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Metade


Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

terça-feira, 17 de julho de 2012

Grande fato


Seus erros, sua culpa. Aceite.

(!)

Só vontade não muda as coisas, ela é um passo, mas não a parte principal. Para que as coisas mudem mesmo temos que nos mover e fazer as coisas acontecerem. Desculpa mas, esperar sentado não adianta.

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"Ficar só é se refazer, é absorver tudo que está se passando. É se entender, se aturar, se encontrar cada vez mais."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

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"E não importa o quanto eu fuja, o quanto eu tente te esquecer, minha vida sempre encontra um jeito de se enroscar com a sua."

O que há


Outra vez me pego escrevendo não sei pra quem, não sei por que, mas preciso. Não que o que eu escreva seja algo sublime ou poético, longe de mim! Não tenho dom para tanto. Mas o que há aqui é autêntico, se é. É o meu jeito, meio sem jeito, de me expressar, já que falar não é (e nunca foi) meu forte.
Mais uma vez escrevo cartas que nunca mando por essas linhas tortas, pensamentos igualmente tortos. Acabo me jogando nesses pensamentos que me levam, não sei para onde, mas levam para algum lugar.
Aqui há os pedaços que me fazem inteira, os tropeços que me garante o equilíbrio e a força para seguir; aqui há os erros que me fazem aprender sempre mais e mais. Dispo-me aqui em forma de palavras. Aqueles que lerem o que há aqui acabam por me conhecer de uma forma ímpar, que nem eu conhecia até escrever.
Escrevo porque há vontade de arrancar tantos sentimentos e fatos do meu peito e da mente; porque para que a paz se instale é necessário que os conflitos cessem.
Escrevo porque quero. Aqui não há segredos ou máscaras. Tudo cai por terra.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Guilty

Basta parar um pouco no tempo que penso em mil e uma coisas (isso acontece com a maioria, certo?). Boa parte se divide em nostalgia e besteiras mas, as vezes sobram umas boas ideias que deveriam ser registradas. Quando a ideia é muito forte ou muito presente acabo por registrar de forma egoísta, numa velha e acolhedora agenda vermelha. 
Acontece que quando venho para cá na intenção de registrar algo, acabo por me perder no tempo lendo minhas postagens mais antigas e vendo o quanto as coisas mudaram, o quanto eu aprendi no decorrer do tempo.
Hoje, relendo (e relembrando) tudo que aqui foi escrito, posso ver um enorme desperdício de sentimentos valorosos; percebo que magoei mais gente que apenas eu. Relendo meu passado não tão distantes, vejo que as coisa poderia ter sido diferentes e que eu tracei a história que conto hoje.
O sentimento de culpa é bem presente, sabe, mas não me arrependo exatamente. Talvez eu precise de mais tempo (caso isso ocorra). O fato é que, apesar de ser muito duro admitir, eu sinto saudades. É, isso mesmo que você leu: EU SINTO SAUDADES! Sei que não é recíproco, não se preocupe, não me incomoda, eu posso imaginar.
É bem verdade que eu pisei muito na bola e que em seu lugar eu faria coisas terríveis de tanta raiva mas, porra, esse silêncio, essa exclusão chega a atingir muito mais que qualquer um dos castigos que eu imaginei e sei também que eu não fiz absolutamente nada para quebrar esse gelo. Eu sei que nunca, jamais, nada será nem perto do que já foi um dia, mas, sei lá, acho que eu ainda te queria por perto... Lembro que conversávamos tanto, riamos muito juntos! Tínhamos uma amizade tão linda antes desse tal cupido encher o saco e agora veja-nos, que nos conhecemos desde crianças andando de fraudas pela casa, somos dois totais estranhos um para o outro e isso dói. Dói mais ainda por saber contribui muito para que tudo ficasse assim e por saber que só um milagre faria nossa reaproximação, já que somos dois grandes orgulhosos.
E mais uma vez escrevo para esquecer (ou lembrar depois) uma nova carta pra você. Ah, como eu queria ter coragem de mostrar logo tudo isso para que você, ao menos, que soubesses tudo que há oculto aqui em mim.