Desde criança amo praia. No tempo em que eu levantava
cadinho para assistir desenhos no sofá da sala, meus avós maternos levavam
todos os netos para a praia nos domingos bem cedo (éramos 5 na época).
Brincávamos como se nunca tivéssemos ido ali. Eu, claro, não queria sair da
água.
Tal paixão pelo mar nunca me deixou e fico feliz por isso. O
mar me causa uma sensação de leveza muito boa, me encanta. Sempre gostei de
passeios de balsa, barco e tudo que envolva aquela água salgada. Sentar na
areia de uma praia significa aprimorar meus sentidos e me desligar do mundo. O
som das ondas quebrando, o sol refletido nas ondas, o gostinho salgado que fica
na pele, o frio e o arrepio vindo da brisa... Tudo me deixa em outra estação,
bem longe daqui, coisa que nenhum entorpecente consegue fazer. Acho que nossa
relação de puro amor se intensificou desde o dia em que encontrei a plenitude
pela primeira vez.
Eu tinha quase 18 e estava numa praia, famosa por sua
beleza, com uns amigos. No fim da tarde do nosso segundo dia lá, fomos dar uma
volta no calçadão e sentamos em uma escadaria que levava a areia da praia. Eram
quase 17H e ventava bastante. Sentamos em silêncio e contemplamos. Logo os
pensamentos cessaram e veio uma sensação boa, como se o mundo fosse perfeito e
eu fosse inteira. Encontrei a paz. Não sei definir bem como, mas era uma
sensação que dava vontade de gritar, cantar e ao menos tempo ficar quietinha. O
sorriso era inevitável, assim como o arrepio na pele. A paz invadiu meu coração
ali, naquela praia que fui pensando em bagunça.
A paz não é branca como dizem e divulgam por ai. Ela é
multicolorida, um prisma lindo e tem um gosto salgado.
Depois dessa experiência, encontrei a plenitude mais duas
vezes e todas elas foram de frente ao mar, então como não amá-lo? Como não
tentar encontrá-la sempre que puder?
Meu refúgio, meu lugar, meu mar. Longe de ti fico perdida,
vazia. Te ver e não me alegrar não faz sentido. Não te ver por muito tempo é
absurdo, faz mal a minha saúde (física, biológica e mental). Me perco e me acho
ali, diante de ti.
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