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quarta-feira, 6 de maio de 2015

Sobre amor antigo e verdadeiro


 
Desde criança amo praia. No tempo em que eu levantava cadinho para assistir desenhos no sofá da sala, meus avós maternos levavam todos os netos para a praia nos domingos bem cedo (éramos 5 na época). Brincávamos como se nunca tivéssemos ido ali. Eu, claro, não queria sair da água.
Tal paixão pelo mar nunca me deixou e fico feliz por isso. O mar me causa uma sensação de leveza muito boa, me encanta. Sempre gostei de passeios de balsa, barco e tudo que envolva aquela água salgada. Sentar na areia de uma praia significa aprimorar meus sentidos e me desligar do mundo. O som das ondas quebrando, o sol refletido nas ondas, o gostinho salgado que fica na pele, o frio e o arrepio vindo da brisa... Tudo me deixa em outra estação, bem longe daqui, coisa que nenhum entorpecente consegue fazer. Acho que nossa relação de puro amor se intensificou desde o dia em que encontrei a plenitude pela primeira vez.
Eu tinha quase 18 e estava numa praia, famosa por sua beleza, com uns amigos. No fim da tarde do nosso segundo dia lá, fomos dar uma volta no calçadão e sentamos em uma escadaria que levava a areia da praia. Eram quase 17H e ventava bastante. Sentamos em silêncio e contemplamos. Logo os pensamentos cessaram e veio uma sensação boa, como se o mundo fosse perfeito e eu fosse inteira. Encontrei a paz. Não sei definir bem como, mas era uma sensação que dava vontade de gritar, cantar e ao menos tempo ficar quietinha. O sorriso era inevitável, assim como o arrepio na pele. A paz invadiu meu coração ali, naquela praia que fui pensando em bagunça.
A paz não é branca como dizem e divulgam por ai. Ela é multicolorida, um prisma lindo e tem um gosto salgado.
Depois dessa experiência, encontrei a plenitude mais duas vezes e todas elas foram de frente ao mar, então como não amá-lo? Como não tentar encontrá-la sempre que puder?


Meu refúgio, meu lugar, meu mar. Longe de ti fico perdida, vazia. Te ver e não me alegrar não faz sentido. Não te ver por muito tempo é absurdo, faz mal a minha saúde (física, biológica e mental). Me perco e me acho ali, diante de ti.

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