sábado, 27 de outubro de 2018

Ansiedade

Os dedos doem pelas unhas exacerbadamente roídas, as vezes sangram, inclusive.
Meu rosto entrega as seguidas noites mal dormidas.
A playlist "Na bad" já triplicou seu número de canções.
As pessoas notam minha boca calada e esse riso amarelo no lugar da gargalhada sempre alta.
O que não como já faz falta nas minhas roupas, cada dia mais vazias de mim.

A mente, outrora ágil e ativa, hoje mal consegue produzir além das frases melancólicas sobre esse tema batido:
Ele, eu, nós.
Fico pensando nas brincadeiras, nos planos feitos e não concretizados, nas viagens que não fizemos, mas vitórias que não comemoramos, nos amigos e familiares que não conhecemos, histórias que não dividimos e tudo isso só me deixa assim, sem cores, com essa palpitação que não me deixa dormir (presença cativa aqui), junto com o aperto no peito, falta de ar... então eu roou mais uma vez as unhas que já não tenho.  

E como explicar que eu quero ficar mas preciso ir?
E como mudar sem nos ferir?
Como continuar sem achar que estamos nos prendendo por medo de ficar sem o outro?
São tantas dúvidas, tantas perguntas sem respostas que eu fico assim, nesse mundo meio cinza pensando em tudo isso que tem a ver com nós.

Um comentário:

  1. Não importa quanto tempo passe e nem o quão distante nos tornamos, eu sempre vou amor seus textos.

    O amor é assim mesmo, e espero que depois de cada tempestade você encontre um tesouro diferente em cada arco-iris ♥

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