terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Mais uma carta

Então é isso: o ano está acabando e eu vou deixar mais uma casa para trás. Vou começar de novo (outra vez) e quero fazer tudo certo dessa vez. Sabe, quero deixar o que passou em seu devido lugar: no passado. E por isso mesmo, pensei em acertar as contas com você, colocar os pontos nos I´s, sabe? Bem, isso é o que eu queria, agora não sei mais se esse é o caminho. Aquilo tudo já passou e o que eu quero te dizer, devia ter sido dito há tempos, de modo que, talvez já não haja um porquê para que eu diga tudo isso. Falar agora pode abrir feridas, confundir pensamentos, sentimentos... enfim, pode ser mais uma besteira.
... E que se dane as besteiras, lá vai!
Não quero que duvide que gostei de você. É, gostei do meu jeito meu insensível, mas gostei sim. Nunca fui de demonstrar, mas agora que você sabe desse blog, saiba também que há muito de você aqui, há muitas cartas pra você e, se quiser ler depois de tanto tempo, sinta-se à vontade. Eu já não ligo que me leia, me interprete ou me entenda mais (ou entenda menos). Eu sei que quando eu clicar em "publicar postagem" eu me arrependerei e me arrependerei mais ainda quando te mandar esse link, mas eu preciso que saiba que não sou tão fria quanto aparentei ser. Bem, nem sei por quê quero tirar essa imagem, nem sei se dar pra mudar a imagem que você já tem de mim. Não sei. 
Em breve estarei longe e você não precisará mais manter a educação em me cumprimentar, tudo bem, eu entendo que não sou lá muito agradável ou merecedora. Eu sei que fui péssima com você, mas acredito que isso tenha sido algum mecanismo de defesa. Talvez eu tenha tido medo mesmo: de me apegar demais, de deixar de ser minha para ser tua, medo de sofrer ao fim das contas... enfim, medo. Por mais que eu não quisesse, já estava sentindo muito tua falta (seria um início de dependência?), um medo de esse "quase algo" que tínhamos ser nada a qualquer instante. Aos poucos fui me adaptando a estar sem você e, quando me vi um tanto menos dependente de você, pus um fim, antes que eu dissesse "sim" novamente. 
É estranho que, depois da forma que eu disse aquele "não" não consegui mais te encarar de frente. Até meu inconsciente sabe que foi péssima a forma que eu agi, com tanta frieza. Agora, aqui estamos, mal nos falamos, mal nos cumprimentamos. Sabe, eu sei que errei, mas sinto falta da sua companhia, das conversas, das risadas, enfim... sinto sua falta. 
Sinto muito pela forma como agi e... bom, é isso. Se quiser ler o blog ou não, é uma opção sua, assim como me desculpar ou não. Sinta-se à vontade... Ah, nem sei se vou ter coragem de te mandar esse link, de acabar com todos os segredos, de me "despir" assim... Talvez essa seja só mais uma carta que eu não mando, mas uma carta pra você, mas uma carta cheia de você que fica aqui, ali, em mim.




"Tem coisas da gente que não são defeito nem erro: são só jeito da gente ser."
Caio Fernando Abreu