sábado, 18 de novembro de 2017

Rainha das limonadas

Há alguns anos falei aqui como era difícil ser a Pedra, a Rocha da casa, que aguenta tudo, por todos. Na época eu estava no meio do furacão que durou alguns anos da minha vida, os que deveria ser os mais divertidos - infância II e adolescência.
Hoje em dia eu tenho esse assunto como um passado; chato, doloroso e importante passado e falar dele ainda é algo que requer organização das ideias, embora eu esteja me saindo relativamente bem ao longo das tentativas.
Quando eu tinha uns 10 ou 11 anos fiquei sabendo, sem entender bem, que minha mãe não estava feliz no seu trabalho, já tinha um tempo, e estava sendo acompanhada por psicólogo e psiquiatra, fazia terapias individuais e grupais. Pouco tempo depois eu aprendi o que era assédio moral e que ela passava por isso com sua chefe. Uns dois anos mais tarde, quando minha avó paterna faleceu, aprendi o que era depressão, TOC e bipolaridade. E medo.
Eu tinha muito medo: medo de perder a pessoa que mais amo dessa vida, medo de sair de casa e acontecer alguma coisa, medo das variações de humor, medo do conteúdo das próximas frases, medo de perder a paciência e falar ou fazer o que não deveria... era tanto medo que tirava-me o sono, a paz. Eu tinha pesadelos constantemente e não queria sair de casa, ou se saia era com pressa para voltar, porque eu tinha que pelo menos ficar de olho, por perto, atenta (sempre alerta!). Isso na adolescência é um saco porque é nessa época que você, geralmente, vai descobrindo as coisas da vida, é quando você apronta e faz as histórias que contará para as próximas gerações. Eu não, não tenho muito para contar. Naquela época eu mal via minha mãe, ela dormia o dia todo, quer dizer, vivia dopada, e quando acordava era madrugada. Andava pela casa toda e só nos via dormindo. Ela, que costumava fazer nosso café só voltou com a prática anos depois e mesmo hoje em dia, com todos crescidos e independentes, ela faz questão de preparar.
Bom, mas voltando àquele tempo, sem entrar mais em tantos detalhes, essa fase foi difícil para todos: meu pai se jogou com vontade na bebida, minha irmã arranjou mil e uma ocupações, meu irmão, na época uma criancinha passava o dia assistindo ou jogando e, a medida que foi crescendo foi tomando várias responsabilidades para si e hoje parece um velho: não sai de casa, poucos amigos, mania de limpeza e organização. Cada um procurou sua válvula de escape, sua forma de se adaptar e levar a vida até que as coisas melhorassem. Aposto que você está se perguntando por mim, o que esta que vos fala fez: Arranjei minha válvula também, ué: me lancei nos fones, livros e cadernos. Passei a escrever tudo que sentia, refletia ou queria sentir. Inventei histórias, criei novos meios, novos finais e, na boa, acho que não escrevo tão ruim (hoje em dia, pelo menos). Ah, além de arranjar minha válvula e acabei virando pedra, digamos assim, porque né, vamos combinar, era foda, muito difícil encontrar um pontinho de equilíbrio então eu não deixava ninguém mais entrar na minha vida (de problema e choro já bastavam os meus, né mores?!).
Há um tempo, li um texto que dizia que, para se relacionar, as pessoas precisam baixar a guarda, afinal, se você não precisa de ninguém (nunca, para nada) por quê alguém vai querer está perto de você? Autossuficiência em relacionamento é furada pois você se torna uma pessoa que nunca encontrar alguém a sua altura. Sabe que eu achei interessante e até concordei?! Não tinha pensado nisso, mas faz bastante sentido e me identifiquei. Sei lá, pensei na minha vida. Bom, eu me fiz (ou fui feita) dura. Penso que precisei o ser. Era isso ou isso. Sentir medo e pedir colo para a mamãe? Orientação do papai? Nem pensar. Alguém brigou comigo na escola, chorar por isso? Não mesmo (dá teus pulos, garotinha!).
Na falta, eu tinha que me virar e ainda ser essa pessoa pros meus irmãos mais novos. Eu acho que virei uma pessoa que não precisa, emocionalmente de ninguém, criei várias barreiras, cascas e foi isso. Me viro como dá, aprendi a usar os limões que a vida me trouxe, sou a rainha das limonadas (e caipiroskas também).
Alguém tinha que segurar as ponta né, então eu fui. Por mim e por eles. No meio do processo ouvi muita coisa injusta, palavras ásperas carregadas de raiva, do tipo que magoa mesmo e dói sempre que lembrada (por isso bloqueei-as). Chorei quieta e sozinha várias vezes, procurando/pedindo soluções/direções. 
Hoje as coisas são mais "leves". Hoje eu já falo mais sobre isso, procuro textos e filmes emocionais exatamente para isso: para sentir, não ser mais tão dura. Tenho praticado essa coisa de permissão também. Me deixar precisar, querer, não ser uma pedra. Ser mais flor. Kkkkk pode rir, é engraçado. Não sei ser fofa, nem meiga, nem carinhosa. Não cresci assim, segui mais a linha do "ser forte, resiliente, cuidadosa e protetora", mas estou tentando ser mais carinhosa, embora seja um desastre nisso. Atualmente, quando vejo que temos mais dias bons que o contrário, quando a vejo rir não tenho mais medo que após a euforia venha a tristeza profunda e amarga. Hoje sorrio e respiro orgulhosa e aliviada por termos saindo daquela, por ela ter vencido, por estar ali, rindo tanto que chega a chorar.
Sim, hoje estamos bem.

P.S.: Foi um verdadeiro "parto" escrever esse texto. Parir cada frase dessas, que me lembram essa fase. Cada letrinha foi carregada de incontáveis memórias. Por sorte os partos não trazem só dor, há principalmente a alegria do novo, do nascimento, da mudança. Uma nova perspectiva, um novo ciclo se iniciando.

sábado, 28 de outubro de 2017

Tentando explicar

- Por que você não diz que me ama se o sente?

- Porque não posso.

- Por que não pode?

- Porque não.

- Poxa, tenta explicar pelo menos.


(Respira profundamente) 

- Porque não posso dizer algo assim quando penso frequentemente em terminar. Penso que ex é alguém do passado, que passou e não existe isso de ser só amigos em nome dos bons tempos. Não. Existe. Amigos dá para ter aos montes e ainda arranjar uma dúzia novinha. Você foi ainda mais longe, não tem amizade mas tem uma criança, o que leva a um vínculo para o resto da vida com a digníssima ex esposa.
(Inspira profundamente de novo porque percebe que falou tudo em uma única expiração) 
Eu nunca quis algo assim para minha vida e não vejo-me adaptando a isso, também não vejo como você poderia não ter esse contato porque é impossível. Não é uma realidade que eu me sinta à vontade, de boas e quero que entenda que por isso que a tal frase nunca vem, acredito que as vezes verbalizar em alto e bom som tornam as coisas muito concretas e, você sabe posso ir a qualquer momento e pode ser uma merda porque nos gostamos então não posso dizer que o amo e na semana seguinte, por exemplo, te tornar um ex, e você já sabe o que penso sobre ex.
Entenda que aguentar algo e ficar remoendo não é mais algo natural para mim. Frequentemente penso que  não posso mais ficar no meio disso porque não há forma de ser diferente, aí fico porque gosto de você mas isso fica guardado em mim, me incomodando, acumulando. Veja bem, eu acho muito mais digno levantar da mesa e bater a porta ao sair quando algo não está bom para mim e é isso que sempre faço. E é o que penso em fazer quase sempre.
Pronto, falei.

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Tem que ser inteiro e não pela metade


Hoje acordei assim, sei lá, "bugada". Não sei. Na verdade fui dormir assim.
Fico pensando em como tudo está e como você vai me ganhando mesmo que eu dificulte todo o processo. E eu vejo o quanto você é  bom e não tem culpa dessas peças que a vida nos prega mas a cada mês eu sinto isso (e não é TPM). Eu não consigo me sentir à vontade com alguém do seu passado tão presente, tão futuro. Tão mais fixo do que eu. E por isso eu tento a todo custo colocar na minha cabeça que não devo me preocupar com isso, que sou passageira, que logo seremos só um capítulo na história um do outro. Nada é, tudo está.
Eu tento com tudo que posso guardar partes de mim: histórias, amigos, família, declarações importantes. Eu tento propositalmente não ser inteira, enquanto você se dar com tudo que pode. Eu queria que fosse pouco menos assim atencioso, preocupado, persistente, presente, carinhoso. Eu queria que você tivesse uns defeitos mais gritantes, suficientes para eu usar como armadura para sair daqui. Não consigo e sinto que a cada dia você arranca mais um pedacinho de mim e isso vai tomando proporções que fogem ao meu controle cético. 
Eu entendo seu lado e que você precisa e deveria ser tão amado quando ama. Eu queria não ser assim, queria aceitar tudo de forma amena, leve. Eu compreendo tudo, toda a situação mas, não consigo me sentir bem com tudo isso, por mais que eu esteja tentando. 
E não digo as coisas que sinto para que, caso o fim chegue logo, não doa tanto em nós. Evito que você conheça todos e tudo de mim para que não doa tanto em nós. 
Eu sou tão distante para não doer tanto em mim.
Uma covarde, eu sei, eu sei. Mas você já viu quantas vezes eu tentei seguir sem você? Quantas vezes argumentei e ainda assim você aparece com essa mania de querer consertar tudo com paciência... ai eu não aguento. Na verdade você conserta tudo enquanto desmonta minhas armaduras e armadilhas.
Preciso que me deixe ir, não consigo ir sozinha. Além disso, eu não sou a melhor pessoa para você, eu sou metade e você inteiro. E sou ausências e você presente. Você é do "eu te amo" e eu "uhum, eu sei".
Ainda que eu sinta, não posso dizer, não é justo quando eu penso dia-a-dia em terminar ao passo que me vejo fazendo planos e te incluindo em conversas. Para o nosso problema não há solução que venha se não por uma mudança em mim, a qual tento há meses e nada progride. A única parte em nós que me faz mal poderia ser a que nos afastaria?


Essa não é mais uma carta de amor
São pensamentos soltos traduzidos em palavras
Pra que você possa entender
O que eu também não entendo
Amar não é ter que ter sempre certeza
É aceitar que ninguém é perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo e não precisar fingir
É tentar esquecer e não conseguir fugir, fugir
Já pensei em te largar
Já olhei tantas vezes pro lado
Mas quando penso em alguém é por você que fecho os olhos


O que eu também não entendo - Jota Quest

sexta-feira, 21 de julho de 2017

"O que você sente quando te olho?"

A pergunta veio assim mesmo, do nada. Sabe que eu ainda não tinha pensado sobre isso?! É tanto que protelei a resposta, para poder pensar sobre, analisar de um, dois ou vários ângulos.
Passamos muito tempo longe e, honestamente, não me parece difícil. Sim, é foda às vezes, mas no geral levo bem, sem neuras porém, quando vai se aproximando o dia da viagem, fico um pouco ansiosa. Quando te encontro pronto, passou. Sei lá, estar perto de você causa uma certa agitação em mim (nem parece né?!, eu sei). Você tenta, sem sucesso, me fazer rir com piadas bestas que nem consegue terminar de contar antes de rir (e gosto quando rir, acho divertido) e acabo rindo, então meu riso, seu riso, tudo se mistura e eu fico ali, rindo como besta, ainda que tente o contrário.
Você tem hábito de me olhar já com um riso bobo e eu pergunto "Tá olhando o quê?". Fico me perguntando "Do que esse bocó tá rindo?", às vezes eu pergunto em voz alta mas nunca recebo resposta além de um "nada" risonho ¬¬. Eu não gosto de ser encarada, me incomoda mas, quando vem de você eu não ligo, as vezes até me agrado de um olhar de contemplação e felicidade que eu vejo ali naqueles olhos fundos e puxados.
Quando você me olha eu penso "o que estamos fazendo? Será que algum dia serei recíproca a tudo que ele sente?", "por quê estou rindo tanto?", "caramba, que cara sortudo!", "por quê tá demorando para me beijar?"
Quando você me olha fico feliz de te ter por perto comigo e para mim, por você sair de casa ao meio dia só para passar meia hora comigo (este pequeno ser andando de um lado para o outro arrumando uma mochila as pressas), fico feliz por saber que você se preocupa com meu bem estar e saber que eu me preocupo com você também, por saber que estou aqui para você. Quando nos olhamos eu sinto algo crescer entre nós (e não é um bloco de gelo) e isso me faz rir.
Na troca de olhares há incertezas, sim, mas há alegria, bastante, por isso não paro de rir, nem quero então pode continuar me olhando. :)

segunda-feira, 29 de maio de 2017

O bem que vem do outro

Oi, olha como a vida é zueira, te faz sorrir mesmo quando as coisas não estão favoráveis. Ontem eu tava meio bad por causa dos meus olhos aí hoje fui fazer uma visita e a mãe do paciente pediu para tirar uma foto minha para mostrar a netinha o quanto meu cabelo era bonito. Depois do atendimento essa senhora foi me acompanhar até a meu trabalho; no caminho um senhor me parou e disse "moça, deixa eu te pedir um favor, do fundo do meu coração?" Eu pensei que era sobre atendimento ou coisa do tipo, mas aí ele continuou "... Nunca alise seu cabelo, ele é lindo, muito bonito... Você é! Hoje em dia tanta gente com cabelo alisado, tanta gente querendo ter um cabelo assim e não pode...". No trabalho uma das colegas pede para eu trocar de cabelo com ela. 

Coisas da vida, os olhos não estão lá essas coisas mas o cabelo tá numa fase boa.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Quando as estrelas se alinharam

Sim, faz tempo que não escrevo.
Não, não estou com tempo livre, mas quero escrever mesmo assim.
Sim, eu arranjo tempo quando quero.

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Lavando a louça eu penso em tanta coisa! Esses dias mesmo estava lembrando de algumas situações e conversas e me veio o conteúdo desse texto-conversa. Sei lá, é tão engraçado como nos aproximamos de pessoas e como mantemos o contato apesar de todas as agendas e estilos de vida. Para hoje tenho uma história engraçada.
Não lembro mês ou ano, mas eu tinha passado a tarde na casa de uma amiga conversando muito, ela me acompanhou metade do caminho de volta para minha casa e, no ponto final, paramos e ficamos conversando mais e mais. É sempre assim, se deixar a gente conversa por hooooras e nem sente, flui bem, tanto as ideias quanto as viagens. Lembro que no meio dessa conversa fomos parar nos signos e eu, que sempre gostei muito, falei sobre ascendente, lua, mapa astral... BUM! Foi o suficiente para arranjamos uma forma de "endoidarmos" mais.
Desde criança sempre gostei de coisas exóticas: quiromancia, astrologia, grafologia, linguagem corporal, (sabe como é, meu aquário comporta muita coisa) esse lance todo de auto conhecimento, interpretação de tendências e traços de personalidade são assuntos que me fascinam há tempos mas nunca me aprofundei em nada. Até aquele dia.
Pouco tempo depois já fizemos o mapa dela e encontramos muitas semelhanças com o meu mapa. Começamos a estudar e logo esse virou um tema fixo nas nossas conversas, pessoalmente ou online e era muito bom porque nessas conversas acabávamos falando mais e mais e assim nos aproximando, nos conhecendo (nunca se conhece alguém completamente, não importa o tempo que se conheçam). Um dia, reunidas com outras amigas dos tempos de escola, alguém entrou no assunto astrologia, e eu lembro que tentei não ser a louca dos signos, mas não tinha mais jeito, eu era. E descobri que todas eram! Como é bom encontrar pessoas para viajar nas ideias com você. Por mais que pareça absurdo eu gosto de pensar que os astros podem me mostrar alguma coisa, algo "escrito nas estrelas", sabe?! Gosto disso.
Logo criamos um grupo via WhatsApp e quando possível nos reunimos também (o que é raro, com as vidas corridas - todo mundo correndo atrás do seu crescimento e desenvolvimento no mercado de trabalho, aliás, na vida). Temos uma agenda de estudos astrológicos e, de verdade, eu jamais imaginaria que me aproximaria tanto de vocês, depois de tantos anos, através da astrologia, sério. Posso contar a história de cada uma de vocês na minha vida? (Dãã, claro que posso! O texto é meu), vou seguir a ordem cronológica e não darei nomes para manter o perfil anônimo da página.
(Corta, estou com preguiça. E nem sou obrigada.)
De modo geral todas nos conhecemos na escola: uma no fundamental I, e as outras duas no II. Engraçado que durante toda a fase escolar eu era bem próxima de uma, me afastei um pouco de outra e mal tinha contato com a terceira. Já na faculdade, mantive o contato com a primeira, me afastei ainda mais da segunda e incrivelmente me aproximei bastante da terceira (hoje, inclusive, é uma das minhas melhoras amigas). Com a descoberta dos nossos interesses por astrologia nos aproximamos significativamente e voltamos a fazer parte da vida e dos dias uma das outras. Nunca mais fomos as mesmas Astros fazem parte de um dos assuntos, mas através deles pudemos compartilhar nossas histórias engraçadas, neuras e frustrações, nos fizemos amigas novamente e isso, em tempos de hoje, é incrível!
Se eu passasse cada segundo do ciclo de Saturno agradecendo por tudo que tenho, seria pouco. Sou extremamente grata, entre outras coisas, por estarmos alinhadas, assim como nossas estrelinhas e por podermos aprender juntas, seja sobre astros, nós, nossos boys ou sobre a vida. Agora eu sei o que significa uma vênus em áries ou aquário, uma lua em câncer e um ascendente em capricórnio, coincidentemente (ou não) agora entendo um pouquinho mais sobre vocês também.
Estamos juntas (em movimento direto), ainda que a lua esteja em leão, que a Vênus ou Mércurio estejam retrógrados ou algum planeta em Peixes; ainda que a vida seja zueira, mesmo que sem tempo e "adultecendo".

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Amor, humor e paciência

Hoje, contei para algumas amigas que, oficialmente, estou namorando. Não que não já estivesse, só não tinha nome ainda. Elas estavam mais empolgadas que eu e acabaram dando algumas dicas sobre relacionamentos. E todas poderiam ser resumidas em três palavras: amor, humor, paciência.
Eu me considero uma pessoa paciente, divertida e até fofa mas nunca juntei isso tudo num relacionamento. Na verdade eu não encontrei a mescla no ponto, sabe?! Resolvi tentar de novo, vai que o tempo tenha me melhorado, né?"
Acho que essas três palavras sintetizam bem o essencial num relacionamento. Claro que há outras coisas que também são muuuito importantes mas, sem essas, acho que não dura não. Pessoalmente falando, acho que a paciência é o mais importante, pois para estar em um relacionamento, seja romântico ou mesmo profissional, temos que nos adaptar aos hábitos, costumes e defeitos do outro. As vezes eu não compreendo a mim, avalie o próximo! Paciência é um exercício diário, se ela não existe a vontade que dá é de jogar tudo pro ar e dizer "Cara, isso não é para mim, vou ali procurar alguém mais simples. Sorte ai". Inclusive já falei essa frase, mais de uma vez haha e o outro, meu par, foi a paciência em pessoa com meu jeito impaciente de ser quando o assunto é relacionamento. Tentar ser mais paciente, relevar algumas coisas, dialogar mais tem me ajudado a ser alguém melhor, mais compreensiva. Eu gosto dessa versão de mim que vem se moldando e querendo ou não, ele tem me ajudado nisso.
Humor, aaah, como é bom rir! Riso deixa a vida leve, ameniza dores devido a liberação de hormônios de bem estar, a ciência comprova (mas nem precisaria né?! se você já esteve em um roda de amigos, certamente comprova o bem estar advindo do riso). Rir para mim, é a solução de 80% dos problemas, não que resolve, calma, mas ele nos tira do pensamento negativo que bloqueia as ideias boas, as possíveis soluções. Rir é vida! Ambiente de trabalho, casa, relacionamento... sem uma boa dose de humor diária nos mata lentamente. A vida corrida nos priva de muita coisa, nos consome e a gente entra no piloto automático esquecendo de viver. Rir nos tira desse ciclo vicioso da rotina. Nos lembra que a vida é mais que esse feijão com arroz insosso que a gente insiste em comer porque é prático. Ter alguém do seu lado para rir junto, te fazer rir, rir de você, ah rapaz, é um verdadeiro presente! Por mais que o dia seja cansativo, depois de uma boa gargalhada os problemas vão até parecer pequenos.
E o amor? Ah, o que falar sobre ele?! Eu não sei definir. Ouvi uma música que dizia que o amor é a estrada em que o sonho acontece. Achei isso tão bonito que guardo em mim desde então. O amor não se define, nem se explica mas há várias formas de ser amor, de sentir amor e de cultivar amor. Esse tal amor, a meu ver, pode estar presente desde o começo ou ir nascendo aos poucos, como um brotinho.
Amor, humor e paciência formam a tríade da boa convivência, aquela que dura e é boa, sabe?! Eu nunca tentei em um relacionamento mas acredito nas minhas conselheiras e também acredito piamente que esses três juntos nos levam bem longe, talvez onde eu nunca cheguei.


sábado, 25 de março de 2017

Para você dar nome

Bom dia! 😘 (De novo)

Hoje enfim pude, depois de semanas, acordar mais tarde. Só tenho compromisso às 14h mas, acordei antes das 8h, sem sono algum. Peguei o celular e, entre as mensagens tinha um "tá certo ❤" seu, aproveitei e mandei meu "bom diiiia!". Sabe, se eu tivesse uma tv em casa, certamente iria procurar a programação de desenhos animados e deitaria no sofá com meu lençol (se eu também tivesse sofá, claro). Eu tenho muitas coisas para ler, coisas de casa para fazer mas.. não quero. Quero curtir preguiça nessa manhã de sábado. Na verdade, queria gastar essa manhã com você.
Seria bom passar metade da manhã deitada com preguiça de levantar e assistir alguma coisa na netflix. Eu deixaria você escolher (até porque eu nunca consigo decidir algo ali) e na outra metade da manhã a gente pensaria no que almoçar (podia ser aquela lasanha que eu fiz semana passada).
E pensar sobre isso traz outros pensamentos: Eu não sei o que você é para mim, vez ou outra paro, querendo chegar a alguma conclusão e não consegui nada, ainda. Quando alguém fala em relacionamentos eu lembro de você, mesmo que a gente não tenha titulo algum. Esses dias me perguntaram se tinha namorado. Bom, teeeer, ter não tenho mas também não me sinto solteira como antes, por que tem você. Tenho você. E é engraçado pensar assim, logo eu que não quero relacionamento, porque sim, te tenho, em minha mente, como meu par.
Falar nisso, um dia desses conversando com Ju ela disse "Qual a diferença do que vocês tem para um namoro? Nomear? Vocês já estão namorando, você só não se deu conta ainda".
Sério? Não tinha mesmo pensado nisso mas tenho que admitir que ela tem razão. Quer dizer, realmente, qual a diferença? Eu não conheço sua família, nem você a minha (quer dizer, eu não te apresentei a eles 🙈), mas fora isso? Não tem muitas diferenças né?! A gente se fala frequentemente, dividimos as situações do dia-a-dia, problemas, pensamentos, soluções (pelo menos eu sim), sentimos falta e gostamos um do outro (e admitimos isso), rimos, brigamos vez ou outra também, inclusive percebo, que com o passar do tempo, temos nos ajustado um ao outro também, isso é uma evolução, meu bem! 
Não sei como você nomeia isso mas eu já estou ficando enrolada quando me perguntam (e quando me pergunto também), então me diga: O que temos aqui?


"Tu, que tem esse abraço casa
Se decidir bater asa
Me leva contigo pra passear
Eu juro afeto e paz não vão te faltar
Ai ai ai"
Trevo (Tu) - Anavitória

quarta-feira, 15 de março de 2017

Ciclos

(Ao som de Leve com você - Natiruts)

A vida é cheia deles, uns mais floridos, outros mais sofridos, uns no piloto automático e tem também aqueles que passam a sensação de "O que tá acontecendo aqui?".
Tem o ciclo do fim da escola, troca de emprego, fim da faculdade, início/término de relacionamento e claro, o do aniversário.
Hoje eu encerro um ciclo e começo outro. Estou com uma vontade enorme de escrever e, como não sou me conter, cá estou. Eu sempre penso sobre o ciclo passado e o que eu quero para o próximo. Penso e deixo na mente, dessa vez quero escrever para que possa avaliar melhor, no futuro. Vamos lá?
No ciclo passado aconteceu tanta coisa, foi tão importante na minha vida e tão corrido, tão puxado, cresci tanto... nossa! Parando assim para pensar... o texto vai ser longo! hahaha
No ciclo dos 23 eu engordei muito (e perdi tudo também!), fiz minha primeira tatuagem, montei meu primeiro negócio, cometi erros no investimento também. Ano passado firmei mais ainda as amizades antigas e fiz novas. Ri com amigos, conheci lugares novos, fui inspiração para outras pessoas (isso foi lindo), Perdi meu primeiro amigo pet :/ Ganhei um novo amigo pet tão lindo e carinhoso quanto o outro (talvez até mais carinhoso). Ano passado eu me decepcionei com pessoas, tentei ser uma pessoa melhor, comecei a mostrar mais meus textos e até "publiquei" meu primeiro livro físico (edição única e limitada à um exemplar - presente de aniversário para minha mãe). 
Quando paro para pensar que cresci tanto como pessoa fico besta aqui rindo para essa tela. Consegui se mais aberta a conversas, a tentar ser mais quem eu sou e deixar que vejam. Conheci um cara muito gente boa e fico feliz com a paciência que ele tem tido com meu "jeitinho meigo" de ser.
Sabe, me vi como alguém capaz de fazer mais, por tantos, por todos, por mim. Sim foi um ciclo feliz e quero que esse que está começando seja, uma continuidade das mudanças positivas. Que a felicidade e o crescimento estejam presentes e que eu possa voltar aqui com novas ideias e histórias sobre dias (incríveis) que virão.


Não importa se só tocam

O primeiro acorde da canção
A gente escreve o resto em linhas tortas
Nas portas da percepção
Em paredes de banheiro
Nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de histórias seremos a memória dos dias que virão


Exército de um homem só - Humberto Gessinger

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Eu escolhi você

Ó, só pra você saber, eu escolhi você.
E, por favor, não me venha com gracinhas falando daquela música da Clarice Falcão. Sério, aposto que você não acredita mas, sim, eu te escolhi. Fica quieto ai e me deixa ser fofa.
Quando aparecestes eu estava conhecendo outros caras, confesso. Nada grandioso, só passando tempo, afinal, eu não estava fazendo nada mesmo... Bom ai você apareceu, e eu ignorei educadamente. Uma, duas vezes. O terceiro "Oi" me deixou intrigada, como esse cara ainda insiste véi?! Vou ver qual a dele, pensei e foi o que fiz (e fico feliz por isso). Por que te escolhi? Você veio com aquela história que me observava desde os tempos de escola (isso já faz tanto tempo!) e eu achei tão estranho. E original. E criativo. E bonitinho (ainda que pudesse não ser verdade). Foi um elemento surpresa, sabe?! Eu não esperava algo assim e isso me despertou curiosidade. De cara achei você muito corajoso ou muito louco (ou um pouco dos dois), por que dizer coisas assim, numa primeira conversa... É de uma verdade tão crua que assusta pessoas que não estão muito afim de coisas sérias (como eu).
Ok, continuando... E ai, conversa vai, conversa vem, não demorou muito para que víssemos nossas diferenças ideológicas e eu gosto tanto de conversar sobre tudo, mas quando começávamos... não dava muito certo e por vezes achei que era hora de parar mas, porque continuei? Primeiro porque você é insistente/persistente e segundo porque acho que, podemos tentar nos ajustar. Não para caber um no outro, mas sim para somar, expandir horizontes para ideias e vivências novas a partir da tentativa de enxergar o mundo do outro, testar um novo ângulo. 
Eu escolho você, não por não ter outras opções, mas por achar que você é a melhor opção, agora. Por você ter essa paciência, essa sinceridade crua de criança, esse jeito todo sentimental que equilibra um pouco meu lado insensível (mais insensível que uma mula, não é mesmo?). Eu gosto da sua perseverança, essa coisa de achar que todas as coisas podem dar certo quando eu me estresso e quero jogar tudo pro ar (porque não tenho paciência mesmo). Eu gosto dessa mansidão que freia meus devaneios. Gosto do teu olhar forte que às vezes se faz pidão querendo beijo. 
Por que escolho você? Porque desde as primeiras conversas senti que deveria tentar, que poderia valer e até agora, não estou arrependida. Se estou apaixonada? Não, ainda não. Se quero que acabe? Não, pelo contrário: quero mais disso tudo, mais de você. Quero aprender a ser carinhosa e fofinha (kkkkkkkkkkkk). 
Vai me ajudar, pessoa?

Beijo!

P.S.: Ainda vai demorar muito? Tô com um pouquinho de saudade.
Sério, venha logo.

 P.S ²: essa última estrofe da música (defeitos, jeito torto, confusão...) combinada mais comigo do que com você.

Quem vive de princípios
Não tem meios, nem fins

Eu quebro as minhas leis
Pois só assim elas pertencem a mim



E eu que sempre fui da turma do talvez
Me joguei sem paraquedas no sim



E eu escolho você com todos seus defeitos
E esse jeito torto de ser
Eu escolho você, destino imperfeito
Todo carne, osso e confusão

Escolho você - Sandy

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Quando a Mágoa fala mais alto que a Ética

Agregar conhecimentos é uma coisa bastante necessária em minha área de atuação (acho que na de todo mundo) e fazer cursos não me é algo desgastante, pelo contrário. Gosto de beber de várias fontes, não acho interessante se aprisionar a uma única escola ("é isso e acabou"). Feita a introdução da coisa, vamos a historinha de hoje.
Fui fazer um curso rápido em escola B e faço outro, mais longo, em escola A. São cursos diferentes, ministrantes diferentes, organização diferente então acho que tenho ganhado bastante quanto a isso. Desde o começo observo o quanto as organizações de ambas escolas são empenhadas e competentes mas vejam só, a organização da escola B, sabendo que eu estudava também na escola A veio, assim do nada mesmo, me contar de uns desentendimentos que teve com a organização A. Não vou entrar em detalhes, mas, em resumo, disse que era falsa, hipócrita, mal caráter e antiética. Confesso que fiquei sem palavras, mas uma pergunta ecoou em minha mente: quem é pior?
Sabe, o que ela me disse mostrou mais sobre ela do que sobre àquela a quem se referiu. O que ela disse pode ser verdade, mas, havia necessidade? Não somos amigas nem nada parecido, nossa relação é totalmente profissional e esporádica e isso tudo me levou a pensar o quanto uma conversa com menos de 5 minutos pode mudar tanta coisa, não é mesmo? Eu que havia a elogiado naquela manhã, fui dormir sentindo uma leve decepção e até dó. Ela é tão competente, seria melhor para ela se desfazer da mágoa e não deixar que isso entre no ambiente de trabalho. Mas enfim, quem sou eu para dizer o que ela deveria ou não fazer? Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é (Sábio Caetano quando disse isso).

Espero que elas se resolvam ou que pelo menos superem a mágoa e, enquanto puder, eu continuarei fazendo cursos nas duas porque sim.

Belo estranho dia

Eu estava com medo, essa é a sensação mais gritante que consigo lembrar daquela tarde. Não haviam ônibus nas ruas e elas estavam parcialmente iluminadas. O desespero estava estampado nas poucas faces que eu encontrava nas ruas, todos tentavam se esconder ou encontrar alguém querido que se perdeu ao ouvi aquele som estrondoso. O caos havia tomado a cidade e o ar continha uma tensão estranha, algo que eu nunca tinha sentido antes. Pavor. Parecia algo que eu gostava de ver na infância nos filmes de terro ou suspense, a diferença era que era real e eu não estava gostando. Estava sozinha e não sabia como chegar em casa, não por está perdida mas por não saber o trajeto menos perigoso para chegar lá. Me sentia num jogo do Mario Bros, surreal.

A noite já caia quando começou a chover e tentei me abrigará em uma marquise de uma loja, logo a quantidade de gente diminuiu e me vi como um alvo fácil. Ouvi o som de de motor potente, risos e música alta e senti o meu calor se dissipar. Corri, tentei correr, tanto quanto minhas pernas e pulmões permitiam e consegui abrigo na portaria de um condomínio, acho que o porteiro sentiu pena de mim.
Lá dentro observei que haviam outras pessoas, pessoas que eu conhecia até, lá... Ele estava ajudando muita gente mas não poderia fazer isso por muito tempo. Ao cessar a queda das pingos tivemos que sair, em grupo mesmo, para uma garagem subterrânea, não muito longe dali. Eu, pedida como estava, fui assim mesmo. Chegando lá encontrei rostos amigos e familiares e ao percebermos que estávamos bem após tamanha tensão, rimos abraçados. 
Naquela garagem vi pessoas que estavam brigadas conversando, pessoas amigas rindo, alguns até dançavam. Ali, naquele cantinho quente e abafado vi, que por mais que esteja tudo um caos, há esperança. Há possibilidades de ser melhor. Era confuso ver aquele clima fraterno e de paz quando a cidade estava em chamas, imersa em violência descaso e medo. O caos está lá fora mas, aqui dentro existe um pequeno grupo que está se consertando, pensei. Se ajudando, se perdoando, se alegrando. Tá tudo errado externamente mas enquanto existir disposição para ser melhor internamente, temos chance. Que belo estranho dia pra se ter alegria, não é mesmo?!
Com esse pensamento esperançoso abri os olhos. Estava em minha cama quentinha naquela manhã de sábado chuvosa. 
Passava das 7 e eu tinha aula. 
Hora da realidade. 
Hora de fazer melhor e diminui o caos, em algum lugar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Não é sua culpa

Olha, hoje não estou em um bom dia, de modo que, desculpa, mas vou desabafar aqui mesmo, com você, que não tem nada a ver com isso, só está passando por aqui, eu sei, mas vai ser você.
Só escrevi três linhas até agora e já estou irritada porque não consigo distinguir as letras que digito. Nem o teclado estou vendo bem, avalia a tela. 
Queria continuar, mesmo agora, sendo aquela pessoa que faz as piadas mais escrachadas de si, mas hoje... não dá. Tô bad!
Ouvir, aos 23 anos, que perdeu mais de 75% da visão em ambos olhos não é algo muito animador. Faz pensar no futuro e dá medo, muito medo. Pensar no quanto preciso dos meus olhos e sentir que eles simplesmente não estão aptos para continuar vendo cores e traços é desanimador. Muito foda.
Eu queria fazer de conta, até para mim, que estou animada com as alternativas, mas não. Hoje eu só queria passar o dia deitada, com os olhos fechados para não ter que ver esses borrões por todos os lados, se quer meu rosto me é nítido no espelho. Estou tão amarga! Quero brigadeiro para adoçar a vida e as expectativas. Quero nitidez para ler meus livros, estudar, assistir tv ou cumprimentar as pessoas sem fazer careta tentando reconhecer seus rostos à distância mínima. Hoje estou cansada de me esforçar tanto para enxergar e vê apenas rascunhos mal feitos, borrões de uma realidade que não me quer. Parece que corri uma maratona e ainda estou extremamente longe da linha de chegada. Cansada, acabada e ainda perdedora.
Quero mais do que esse tão pouco que há, quero tanto que até estou escrevendo isso para provar para mim mesma que posso escrever, mesmo que com enormes borrões, apesar da fonte ampliada. Quero ter força para dizer a essa patologia "ei colega, sei da sua existência aqui, mas eu posso com você! Sou durona, viu?!" mas hoje não vai dar. Hoje ela está ganhando. Ontem também. Tá, há algum tempo ela vem ganhando.
Desculpa chegar aqui assim e despejar essa energia tão negativa em você, que não queria, juro, mas não posso falar essas coisas para os que me amam, eles torcem tanto... Não gosto de roubar esperanças. Acontece que tá foda ser forte por mim e por todos, então hoje eu resolvi descansar, por mim. Mas ó, obrigado por me aguentar durante esses 6 anos, sempre em todos os momentos. Você é um ótimo "ouvinte" e é por isso que amo tanto você, Páginas-de-um-diário-real. Na próxima visita vou tentar te trazer palavras (e sentimentos) mais alegres. 
Beijo!


P.S..: desculpe os erros ortográficos.

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Senta aqui, vamos falar sobre saudade

Ontem saudade foi o assunto que mais vi nas redes sociais, disseram que 30 de janeiro é o dia dela. Engraçado, um dia para lembrar a existência da saudade. Quem sente, sentiu ontem, sente hoje, sentirá amanhã... Não há dia, nem hora para a saudade. A safada chega quando bem quer, sem nem mesmo ser convidada.
Li muita citação bonitinha e fui dormir pensando sobre. Fiquei pensando, há tanta saudade nesse mundo e tanta ainda a ser. Eu tenho tanta saudade em mim que me admira não viver em nostalgia. Há saudade de momentos, sentimentos, pessoas, lugares, cheiros, sabores, sensações, músicas que ouve-se uma vez no rádio e nunca mais. Saudade daquele riso que veio do nada ou do arrepio em reação a um cheiro. Saudade do que não se viveu, do que não riu. Saudade de quem se foi e de quem virá.
É tanta saudade que pode caber em uma pessoa que me pergunto se isso significa que tem se vivido uma vida boa, com um passado bom de se lembrar ou se indica um presente mal vivido, sem sal. O que é a saudade? Tem remédio? Tem contra indicação? Ao persistirem os sintomas que médico deve ser consultado? 
Pensar sobre saudade dar margem a tantas perguntas... Saudade tem nome e endereço? (Sim! Ou pelo menos, quase sempre) Saudade mata se apertar demais? E por falar em saudade, quando é que ele vem? Tenho que o entregar uns tantos beijos que ainda não dei... 
Saudade é uma coisa que quando aperta só cessa com abraço apertado, demorado. Saudade nos leva, ainda que distantes, para onde queríamos estar. Essa tal saudade é coisa de gente que sente, sente muito e sente tudo. Gente doida, eu hein...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

2017 (só vem!)

Primeiro texto do ano! Tanta coisa acontecendo de uma vez que, sinceramente, nem tô processando tudo, nem tô escrevendo para organizar em mim. Vai ver por isso que me sinto o tanto perdida, estranha, sei lá. Poderia escrever sobre um monte de coisas mas, para o primeiro texto do ano, queria algo "pra cima", algo que me desse mais que pessimismo. Quero esperança. E por isso resolvi listar aqui minhas metas para o ano. Geralmente escrevo em uma agenda que fica guardadinha, longe dos olhos curiosos mas, não custa mudar um pouco vez ou outra. Vamos lá?

- Estudar, estudar, estudar. Quero estudar mais e melhor os assuntos abordados na minha pós, quero estudar mais SUS, atenção básica... Quero estudar para concursos e inglês também. Estou pensando em um mestrado para o ano que vem então preciso me preparar desde já, com um projeto bacana, cursos capacitantes... Esse ano quero me dedicar mais ainda aos meus pacientes, seja onde for;

- Escrever mais. Ano passado coloquei na cabeça que devo escrever mais sobre aquilo que gosto: minha profissão. Quero que o ato de escrever seja mais que um hobbie, que isso possa levar informações concretas para pessoas da área e curiosos. Pretendo usar mais as redes sociais e todas as mídias possíveis para divulgar meu trabalho, o que não é tarefa fácil mas vamos tentar!

- Escrever mais aqui também e nos meus outros blogs ;*

- Cuidar mais de mim. Isso inclui meus cachos, minha pele e meu corpo torto e flácido kkkkkk Quero melhorar meu condicionamento físico e força e claro, se possível, não sentir vergonha de usar um biquíni de vez em quando.

- Ah, me alimentar melhor também! Talvez eu procure um nutricionista para me ajudar.

- Ler. Eu amo ler mas a cada ano que passa tenho lido menos livros no ano. Em 2016 foram 16, o que pode não parecer ruim mas se considerar que em outros anos minha média era 45, então sim, 16 não é tão bom. Queria ler no mínimo 2 livros por mês e a Bíblia, que quero ler no decorrer do ano por completa. Ler é um habito que me faz muito bem, melhora minhas ideias, falas e escrita, me acho nas palavras. E não se engane, eu sempre estou lendo muito, artigos científicos, contos, crônicas, poemas, poesias... mas quando falo ler, refiro-me aos livros, coisas longas sabe? Romances. Eu gosto de entrar nas histórias, viver um pouco daquelas vidas.

- Ver meus amigos. Quando eu estava na escola via todos os dias meus amigos, aqueles que não estudavam comigo eu via vez ou outra, nas férias, mas sempre nos víamos. Depois veio a faculdade e agora a vida adulta e com isso, as agendas que não se batem. É difícil, com a nossa ânsia por ter entrar (e se firmar) no mercado de trabalho e estabilidade financeira, não entrar no piloto automático e simplesmente passar pela vida. A gente faz isso muitas vezes, embora não queira e quando nos damos contas já não somos convidados para sair, já não lembramos quando foi a última vez que conversamos na calçada de casa ou quando jogou aquela pelada com os amigos. Cabe a nós reservar um tempo para o que importa. Há uns anos essa meta faz parte das minhas prioridades e tenho cumprido bem: Encontrar cada amigo meu pelo menos duas vezes no ano. Nem que seja só um açaí no fim da tarde ou uma cervejinha pós trabalho na sexta. Um tempinho para ver, abraçar e rir um pouco com as histórias antigas e novas também. Reunir todos é uma missão ainda maior (porém melhor) mas seu eu conseguir ver, nem que seja um de cada vez, já fico feliz. Vejo muita gente mais velha que eu com poucos amigos e quando questiono o porquê dizem "Ah, eu tinha muitos mas, comecei a trabalhar, depois casei ai vieram os filhos... Perdemos o vínculo". Eu preciso dos meus amigos, gosto do vínculo e, mantendo-os, não me sinto atropelada pela vida.

- E por falar em amigos quero visitar pelo menos uma das minhas amigas que está morando longe (tipo longe mesmo!)

- Ah, uma meta bem importante desse ano: deixar que gostem de mim. Eu tenho o péssimo hábito de está na defensiva (sempre) e com isso afasto muita gente. Afasto mané com certeza mas assim também se vão os bons. Eu não sei, acho que temo que gostem e eu não saiba lidar com isso, não sei ser recíproca com relação a esses sentimentos. Sou recíproca com minha família, meu cachorro, meus amigos, pacientes, mas com os caras... Devo ter algum problema, só pode. Oooou não achei meu cara ainda, vai saber. Esse ano quero sentir essa coisa que faz pessoas andarem de pantufas em lugares públicos felizes só por estarem do ao lado do ser quem amam e nem ligarem por olhares alheios que dizer "Olha lá aqueles doidos!" Quero ser uma louca assim também, louca feliz e amada (que ame também). 

Hm....Acho que é basicamente isso. Não que não faltem metas mas pensando no macro, tá tudo aqui. E caso não esteja, eu volto para completar. Ao final do ano faço um outro texto contando se as metas foram batidas (ou não).

E você, quais suas metas?


Acrescentando:
1) 30.01.2017:
- Permitir-me gostar também. Tenho percebido que não "baixo a guarda", e isso não facilita muito as coisas no quesito relacionamentos. Acho que temo o que esse mundo novo e pouco explorado tem a me oferecer. Acho que não sei navegar nessas águas pouco lógicas e sem controle. Permitir deixar que gostem de mim é dar oportunidade para que se apresentem, mas me permitir gostar não é só estar disponível para sair de vez em quando, mas sim deixar que me conheçam e entre no meu universo, meu infinito particular, que vejam além do que mostro ao mundo, saca? Deixar que me dispam no sentindo de conhecer até o primeiro texto escrito e raramente lido, dos medos, sonhos e anseios. Deixar que me vejam sem máscaras, o que é uma puta missão quase impossível, mas (querer) tentar não mata né?! Vamos lá!