sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Meu jeito (meio sem jeito) de dizer o que importa

Oi Moço! 

Só queria te deseja boa noite mas me deu vontade de te dizer mais umas coisas, então lá vai. 
Eu sei que não tenho sido a pessoa que você merece no sentido de reciprocidade. É que sou meio ogra sabe (Segundo Shrek, somos cheios de camadas), não sei ser carinhosa, doce ou meiga, mesmo que eu goste muito não sou sentimental, o que não diminui meu gostar. Longe disso. Acho que até aumenta uma vez que acabo pensando mais e escrevendo sobre. É que eu sinto muito, tudo, e por vezes não sei demonstrar. No que se refere à maturidade emocional sou tão desenvolvida quanto uma ameba, não sei lidar com emoções.
Várias vezes quis te chamar de formas carinhosas como "meu bem", "carinho", "meu menino" "querido", "dengo" e vários outros adjetivos igualmente bregas preditos por pronome possessivo. Sempre odiei pronomes possessivos mas estranhamente sinto vontade usá-los com você, meu rapaz. Quis usar mas não consigo, sei lá, não me vejo falando coisas assim ainda que queira, nem eu estou me entendendo ultimamente "pane no sistema, alguém me desconfigurou".
Odeio clichês também mas estou começando a ver que é difícil fugir deles quando se gosta de alguém. É como se não houvessem palavras exclusivas para definir o que se deseja com aquela intensidade além das mais utilizadas, sabe? 
Não sei, acho que essa coisa toda é meio nova para mim e antiga também. Dessa vez quero que der certo, mesmo que não devesse querer, afinal temos várias barreiras intransponíveis como tempo e distância. 
Sem contar que sou cheia de defeitos incompatíveis com relacionamentos, anota aí ó: fria, habitante do mundo da lua, grossa, amante da solidão, pouco carinhosa, pouco emotiva, bem chata e com uma enorme preguiça de conhecer pessoas também. Uma pessoa maravilhosa, não é mesmo, meu bem? Não gosto de gerar expectativas e nem decepções. Gosto de ter controle da minha vida mas quando coloca-se sentimentos no meio, pronto, acabou meu controle. Não controlo emoções, fico totalmente perdida nesse meio uma vez que sou uma pessoa prática e lógica. E não existe nada disso nos sentimentos.
Enfim, com essa enrolação toda só queria que soubesse que gosto de você, do meu jeito meio torto, meio sem jeito mas gosto assim mesmo. E sei que você precisa se sentir querido por mim, mas não se preocupa não, estou trabalhando aqui, vou dar um jeito nisso também. Agora dorme bem, bons sonhos.

Estabelecendo comunicação

Sabe, viajar de ônibus é muito bom, me dá bastante tempo para pensar enquanto olho pela janela os vultos de casas, carros e pessoas que eventualmente apareceram e o céu que hoje está azul com poucas nuvens. Vez ou outra oscilo o olhar e me distraio com minhas unhas dos pés pintadas de vermelho, as mesmas que todo mundo acha meio estranho, mas eu adoro assim mesmo. 
Fiquei pensando em muitas coisas: trabalho, as viagens que quero fazer até o final do ano, residência, amigos, vida e morte, família e você. As vezes eu acho que a gente se fala mas não se comunica, não se entende, por isso escrevi assim, com todas as letras, pontos e vírgulas. 
Entre um pensamento e outro me perguntei o quanto você quer que eu entre em sua vida. Eu sei que só nos falamos há uns meses e nos vimos umas poucas vezes mas é que no chá de panela que fui no sábado fiquei imaginando se você iria me acompanhar no casamento em dezembro. Será? Sei que disse que não estar disponível para relacionamento quando começamos a nos falar e ainda sinto não estar, sendo bem sincera,  devido as barreiras tempo/distância, mas caso restem dúvidas: eu não estaria nessa durante tanto tempo se não acreditasse que podemos ser mais se quisermos, que podemos ter um futuro, um futuro bem assim, cheio de verbos conjugados em primeira pessoa do plural. 
Eu não faço jogo, nem c* doce, nem quero ser santa. Só acho que podemos construir algo invés de pensar só na diversão do maravilhoso agora. Eu até gosto de viver o momento puro e simples sem qualquer presença de sentimentos mas é que já tive minha cota disso, e acho até que não combina muito comigo. Acho que sou mais do tipo que aparecia uma boa companhia para programas simples como maratona de séries na netflix, tomar vinho só porque deu vontade ou engordar comendo coxinha e brigadeiro de panela, e não de sair para a balada e pegar o maior número de caras que conseguir numa noite.
Falar nisso, não sei que impressão (te) passo, mas eu não faço sexo por diversão. É que isso, para mim, envolve uma ligação emocional bem maior que a física. Não quero com você isso, não só isso. Por atração física é bem fácil achar um cara, mas minha busca é por algo maior. 
As vezes eu acho que a gente se fala mas não se comunica, não se entende, por isso escrevi assim, com todas as letras, pontos e vírgulas. E agora, estamos entendidos?