quinta-feira, 28 de julho de 2011

Funciona assim:

Você se apaixona e não pára de pensar no cara. Guarda as conversas de msn, pensa nele a todo instante, conta pra amigas e passar a agir como uma demente sem-noção. Ele por sua vez, alimenta tudo isso, mandando sms´s, liga e fala besteirinhas. Vocês se entendem e dão uma chance pra esse tal amor. Por um tempo é tudo mil maravilhas. Você estar feliz, ele está feliz. Todos estão felizes. Depois de uns três meses você se incomoda com as manias dele, e ela começa a reclamar que você fala demais. Você começa a cansar e sente falta da sua vida de solteira, ele sente falta das farras com os amigos. Você troca de perfume, ele troca o corte de cabelo (e você odeia). Você volta a sair com seus amigos, ele volta pras festas. Um belo dia você acorda e percebe que cansou. Assim, do nada. Você pára de pensar nele, as conversas perdem o sentido. Você começa a limpar "sua casa", joga fora tudo que perdeu o significado. Vocês param de se ver. Cada um segue sua vida, com algumas poucas lembranças do que tiveram juntos. As coisas mudam, sentimentos não são diferentes. Simples assim.



domingo, 17 de julho de 2011

(Des)Esclarecimentos


E essa agora. Eu tava tão bem, poxa. Tinha mesmo que vir falar sobre essas coisas depois de tanto tempo? Já estava tudo arrumadinho aqui e você vem e bagunça tudo outra vez. Não era pra ser assim. Era algo sem apego, sem compromisso, sem perguntas e já tinha passado. Pra quê complicar as coisas? 
(Ãh, eu q tô complicando? Ok, eu sou mesmo complicada, mas isso não vem ao caso, o fato é que não dá mais, passou.)
Outra coisa: Eu não sou, e nunca fui, de demonstrar emoções. Isso é estranho e muito difícil pra mim. Não  pense que eu nunca tentei, mas só aqui consegui fazer isso, de uma forma bem oculta, eu sei, mas foi a forma que eu arranjei de falar o que sinto. Eu não desisti de tentar me expressar de outras formas, mas até lá, essa é a melhor opção.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

E sabe o que é melhor?

É perceber que minha vida continua perfeitamente bem sem você. Que eu continuo me divertindo, sendo feliz, que continuo sendo observada por ai e que tudo que aquilo que parecia insubstituível é apenas uma (boa) lembrança hoje.


segunda-feira, 11 de julho de 2011

Declaração Verbal

Não precisa me lembrar que eu sou chata, misteriosa, independente demais e caladona. Eu sei de tudo isso. Eu sei que no fundo vocês todos só querem saber o que se passa na minha cabeça, o que causa essa cara de lesa olhando para o nada. O fato é que não gosto de me explicar, não gosto de falar de mim. Eu prefiro que as pessoas tirem suas próprias conclusões ao meu respeito, embora isso também seja difícil, já que eu sou tão introspectiva na maior parte do tempo. Mas falar de mim é complicado. As vezes eu tento, falo algo pra alguém que tenho muita consideração, mas ainda assim não é muito a minha. Hoje eu queria falar tudo isso pra alguém em especial, mas como não vou falar e nem mostrar o blog, fica aqui pra registrar e esquecer. 
Eu lembro que ele sempre tentava começar um papo e eu ficava no "sim", "não", "talvez" e "não sei". Isso era chato, eu bem sei disso, mas é que perto dele eu ficava pensando em mil e uma coisas. Imaginava situações, frases de efeito, pensava no antes e no depois  e hoje percebo que acabava perdendo o agora. Ah, só de lembrar dele me bate uns sintomas de saudade. Não exatamente dele, mas do que eu sentia, sabe?! Ele me causou sensações tão boas, tão felizes mas, eu  não aproveitei esse sentimento. Não sei o que me deu... Eu não queria cair no desconhecido, sempre achei que essa coisa de amor era pra fraco: todo mundo que ama fica tão vulnerável à outra pessoa. Achava isso muito estranho e decidi que não queria isso pra mim! Sempre disse aos meus amigos que teria tudo sob controle na minha vida. Até agora. 
Hoje tenho certeza que foi medo mesmo. Medo do desconhecido, daquilo que eu não poderia controla, calcular, nada estaria nas minhas mãos, estaria ao deusdará. Perdi o controle da situação.
Bom, então quando finalmente decidi seguir nesse caminho escuro, o sentimento que havia, aquele que seria como uma vela essa escuridão, parecia ter apagado. Foi tão estranho. Aquilo que havia sido tão imaginado, tão esperado, tinha passado. Agora é apenas uma lembrança, um nada. Nada mais fazia sentindo entre ele e eu, nada era tão especial quanto poderia ser. Acabou que fomos dois infelizes buscando felicidade em lembranças. Inútil. Dois frustrados. Um sentimento jogado num baú velho.
Acontece que eu sou uma confusão ambulante. Eu não sei bem do meu rumo, tudo pode ser nada em instantes. Eu sou o que tiver pra hoje. Um dia posso estar só sorrisos e no outro talvez eu nem fale pra não ser grossa. Mas isso é normal, toda mulher é assim as vezes, certo? Claro.
Mas meu problema é que eu era muito indiferente com ele, confesso. Não demonstrava me importar nem um pouco com ele, se estava bem, se não estava, não importava. Tudo passava pelo sentido. Nem me esforçava por nós. Acho que eu não queria dar o braço a torcer, não queria admitir que gostava de verdade.
Não o culpo por não ter dado certo pra gente. Qualquer um cansaria, eu mesma cansaria tendo que cuidar de cada simples detalhe. Não me esforçava porque aquele velinha havia se apagado na entrada desse caminho escuro, eu não tinha mais motivos pra estar ali. Meu erro foi não falar desde do início, aliás, meu erro foi o de não falar quase nunca, quase nada. 
Tudo acabou e nem amizade ficou. Mas tudo bem, mais cedo ou mais tarde ele poderá me conhecer de verdade, saber que não sou aquele monstro de nariz empinado. Um dia ele verá esse blog e acabará descobrindo que já disse muita coisa pra ele! O que fiz está feito. Tudo que posso fazer agora e mudar o futuro, tentar mostrar que sou na verdade. Ele saberá que eu gosto de escrever, que eu amo cantar, que sem o mar eu não vivo, que a música é o meu red bull e que sou bem engraçada pra muita gente, quase uma palhaça. Não só ele, mas todos, todos verão que sou bem mais do que podem ver.

Ligações

E quer saber do quê mais? Eu tô cansada!

É, é isso mesmo, tô cansada de ligações. Não aguento mais matar saudade por telefone. Eu quero a voz aqui, pertinho de mim. Eu quero a presença completa. Quero ver o cabelo bagunçado, o sorriso e o olhar. Eu quero senti o cheiro, o abraço e o carinho. Oras, saudade não se mata com ausência, ela já é a própria ausência. Tô pouco ligando se estás de pijama ou com roupa velha. Eu não quero mais ligações, elas só aumentam essa chata chamada saudade. As únicas ligações que aceito agora são as de convites pra sair. 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Defeito de fábrica

Acabou. Bom isso é óbvio para nós, mas, não para uma parte de mim. Aliás, a minha pior parte: meu subconsciente. Acho que meu subconsciente veio com defeito de fábrica, sempre nadando contra a corrente, só pra me irritar. Eu já disse pra ele que não temos mais nada, mas ele insiste em trazer essas lembranças que eu quero esquecer.
Arranjou essa mania de me tirar o sossego: não posso mais ficar sem fazer nada, não posso assistir tv, não posso sair... Todos os pensamentos acabam nele e eles acabam comigo. Hoje mesmo, me peguei rindo assistindo a uma série de investigação criminal “ah, ele adora essas coisas” pensei. 
Outro dia li artigos sobre temas que eu sei que o interessariam, mas, porque isso agora, querido subconsciente? Será que não dá pra aceitar, numa boa, que agora somos só eu e você? Eu tô bem com isso, só falta você. Vamos não faça desfeita, não faça isso comigo. Logo estaremos bem, e tudo isso será só uma velha lembrança jogada no cantinho do quarto.

sábado, 2 de julho de 2011

Sobra tanta falta

Há anos eu sonhava com o dia em que sairia de lá, finalmente estaria livre, o mundo pra mim, o céu seria o limite! Sairia daquela cidadezinha, aquele interiorzinho como outro qualquer: cidade parada, pessoas vazias que falam de pessoas, pré-julgamento alheio, falta de opções para tudo. Esse é um retrato dos interiores, o meu não era diferente. 
Enfim sai de lá, ganhei a "cidade grande" e uma estanha saudade daquela que sempre quis esquecer. Não sei o que aconteceu, de repente me vi ali, naquela correria, agitação sem tamanho... Tudo que eu queria era a calmaria da Terra Salgada de novo.
Ah... Terrinha Salgada! Depois que a deixei percebi tantas características boas: lá em tenho muitos por mim, eu vejo o pôr-do-sol mais lindo que se pode ter, lá posso sinto uma brisa ímpar, eu caminho tranquila nas ruas a noite. Lá é meu lugar! A capital é um bom lugar, ela me abrirá portas para meu crescimento que, infelizmente a Terrinha nunca faria. 
Mas o fato é que, depois que sai de lá, as coisas não seguiram o rumo que imaginei. Eu não estava feliz por ter ido embora, pelo contrário, acabei me tornando um pouco infeliz com isso. Aqui é tudo tão diferente, ninguém fala com ninguém, são todos mal educados, indiferentes com o próximo. Aqui são todos individualistas. Lá na minha terrinha todo mundo se conhecia. As vezes bate uma saudade e uma puta vontade de beber, mas desisto ainda em pensamento. 
Sinto-me deslocada, um europeu no Haiti, por exemplo. Não sei o que houve. Antes eu gostava desse lugar, agora só penso em voltar pra casa, minha casa de verdade. Mas não posso, isso seria admitir que minha mãe estava certa e eu não sou de dar a  mão à palmatória. Agora eu vou até o fim, ainda que sofra demais com essa estranha falta.
Aqui eu conheci muita gente e todos os dias aprendo algo novo, algo que me engrandece e eu gosto disso. Espero que consiga gostar tanto quanto gosto do meu interiorzinho ou do contrário, estarei condenada a morrer dia após dia de saudade da minha Terrinha Salgada.




"Aos olhos da saudade como o mundo é pequeno."
Charles Baudelaire