segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Eu li num livro

Que amar nem sempre é sinônimo de dor 
Que a gente deve acreditar no destino seja o que for 
E que o sentido da vida é nada mais que o amor 


Eu li num livro 
Estava escrito nas entrelinhas 
Que um erro pode ser consertado 
E que uma pessoa não deve ser julgada apenas pelo seu passado 


Eu li num livro 
Que a esperança é a ultima que morre 
Que o covarde é o primeiro que corre 
E que um sonho as vezes é só um sonho 

Estava escrito em cada linha 
Que as vezes a culpa não é sua nem minha 
Que uma pessoa pode até viver sozinha 
Mas sempre vai precisar de alguém em seu coração 


Eu li num livro 
As palavras que eu gostaria de ter escrito 
Porque o que é belo nem sempre é bonito 
E um sussurro dito aos ouvidos 
poderá soar como um grito


André Luiz de Aquino

Dublê de Corpo

Eu não reconheço mais
olhando as fotos do passado
o habitante do meu corpo,
este estranho dublê de retratos
Talvez até eu já vivesse
em algum corpo emprestado
Esperando só por você
pra reunir meus pedaços
Foi tanta força que eu fiz por nada,
Pra tanta gente eu me dei de graça
Só pra você eu me poupei
Será que o tempo sempre disfarça,
Tomara um dia isso tudo passa
Desculpa as mágoas que eu deixei
Eu já dei a outra alma
aos bruxos e vampiros
Eu quero que eles façam a festa
enquanto eu me retiro
Só você sentiu por mim
o que nem eu sentiria
Você foi o meu escudo
e eu a própria covardia
Se você ainda acreditar,
eu prometo dublar seu corpo
Te proteger,
te poupar das dores,
Te devolver o amor em dobro
Não se ama, amor, em vão


Leoni

Chata

Sabe aquelas pessoas que não podem ver uma dificuldade que já começam a reclamar, xingando o mundo? Então, não suporto! Eu sei e concordo eu diante de injustiças devemos sim “colocar a boca no trombone” e lutar de fato mas, quando é apenas um obstáculo acho mesmo é que temos que nos esforçar ao invés de perder tempo com uma briga que não leva a nada, achando que o mundo está contra nossos planos e blá, blá, blá.

Acho que reclamar tanto significa dizer “eu não posso fazer isso”, “eu não consigo”, “é demais pra mim” uma confissão subliminar de que você é fraca e sem força de vontade e, essa não é a imagem que eu gostaria de ter: alguém sem fibra, que não enfrenta as dificuldades de frente... e chata! Porque vamos combinar né, tem coisa mais chata do que alguém que não para de reclamar?


Não há tempo


Horário de pico, trânsito parado, janela de ônibus e uma boa música nos fones. Isso, associado a uma caneta e uma agenda é um “prato cheio” para alguém com muita confusão na cabeça. Nesses dias, a ideia de mudança não sai daqui. Refleti sobre quem eu era, quem eu queria ser e quem sou hoje. Tudo diferente.
Eu sempre levei uma vida de liberdade e pensando “ah, enquanto eu tiver liberdade pra fazer o que eu gosto, tudo certo”, acontece que atualmente sou escrava de uma rotina que se quer me permite fazer uma boa refeição ou assistir um filme ou passar a tarde papeando com algum amigo. Logo eu, que odiava a mesmice das rotinas. Eu que nunca gostei de relógios, só pelo fato deles regrarem o tempo, me vejo com um o tempo todo. Um reflexo, uma marca simples, uma algema requintada que me prende pelo pulso esquerdo á  essa vida louca de horários que não posso perder mas, por que tanta pressa? Para onde, de fato, tudo isso me leva? E se for para uma rotina tão rígida quanto a que estou agora?
Penso que deveria seguir caminhos que me alegrassem. Claro que eu escolhera a trilha na qual estou mas, não imaginei que ela me transformaria naquela que nunca quis ser: alguém que esquece-se de si, que não sai, que não faz coisas novas ou diferentes ou até mesmo as coisas que a fazem bem; alguém que apaga ao dormir ou invés de sonhar ou lembrar das coisas boas do dia ou rever o dia como um filme no teto do quarto.
Mal o dia começa e já acaba, não o vejo passar. Mais um dia perdido e por quê?
Pra onde essa onda me leva?

“Vida louca, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve.”


Cazuza

Águas Claras

Ah, finalmente meu amor, você ajeitou as velas, o leme e está seguindo à felicidade. Finalmente, depois de longas tempestades em alto mar, vejo você navegar em águas claras e amenas. Você não sabe o tamanho da alegria eu sinto seu tom de voz e na sua postura despojada, segura e leve que agora aparece com frequência.
Meu querido amigo, espero que você e seu novo amor desfrutem de uma felicidade constante e sincera, que construam uma linda estória desde já, porque você merece (e muito!). Por que te ver feliz assim me faz esquecer metade das coisas que me abatem e não contenho o riso ao ouvir sua gargalhada – é música aos meus ouvidos.
Agradeço a esta pessoa por ter entrado na sua vida e ter mudado o seu rumo, por ter te ajudado a conquistar este estado de espírito que você se encontra. Não desperdice as boas oportunidades que a vida coloca no seu caminho. Chega de águas turvas e melancolia. Tenho muito orgulho de você ter acordado para a vida, valorizado seu curso, valorizando a si (enfim!).
E não se esqueça: a sua felicidade também é minha, rapaz!


Amo você.




segunda-feira, 29 de abril de 2013

Sussurros de Deus


É tão ruim se sentir em cima do muro... Tô assim ou estava, sei lá.

Sério, eu tô muito preocupada... Não faço ideia de como vou chegar num paciente, atender alguém. Um paciente de verdade, com uma disfunção real a ser tratada... Ai vejo minhas notas... Terríveis... DE VERDADE, não me sinto preparada para atender. Ai hoje, mais um dia de desmotivação fui fazer um trabalho com um cadeirante. Cara, ele nos disse tanta coisa. Falou da importância que nós, fisioterapeutas, temos (e tivemos) na vida dele; que a recuperação do nosso paciente vai depender dele, por isso não devemos nos preocupar com isso, isto é, não tomar todo esse fardo apenas para nós e nos parabenizou pela escolha da profissão, que nossa escolha fará grande diferença na vida de muitas pessoas, isso tudo sem saber de nada que se passa na minha cabeça, essa confusão toda quanto ao caminho que estou e se devo continuar a seguir. 
Ai fiquei pensando: Deus ás vezes usa as pessoas para nos mostrar aquilo que não queremos ou não conseguimos ver.


Pela manhã eu estava pensando em tentar vestibular de novo esse ano,  para jornalismo ou psicologia talvez. A tarde tive a certeza que esse vai ser meu caminho, eu vou ser fisioterapeuta, vou estudar, me esforçar e terminar aquilo que comecei. Não serei uma desistente só por ver dificuldades... (eu espero!)
A estrada continua após os obstáculos e estes nunca faltam.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Chave

O pior não é quando o coração se tranca,

pior é quando você não sabe onde está a chave…
se está com alguém, perdida ou sendo feita.


Caio Fernando Abreu

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Meio Desligada

“Ando meio desligado eu nem sinto meus pés no chão(...) Eu nem vejo a hora de lhe dizer aquilo tudo que eu decoreiE depois do beijo que eu já sonhei  (...) mas, por favor, não me leve a mal”.


Os Mutantes

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013




"Eis o meu segredo. É muito simples: só se ver bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos."
Antonie de Saint-Exupéry

Soneto 27

Cansado do trabalho, corro ao leito
Para repousar meus membros exaustos de viagem;
No entanto, inicia-se uma jornada em minha mente,
Depois que a atividade de meu corpo cessa:

Assim, meus pensamentos (vindos de muito longe)
Começam uma lenta peregrinação até onde estás,
E fazem que meus olhos sonolentos não se fechem,
Encarando o negror que os cegos veem:

Exceto que a visão imaginária de minh’alma
Traz tua sombra invisível,
Que, como uma joia suspensa no escuro,

Adorna a noite turva, a renovar seus traços.
Vê! Assim, de dia, as pernas e, à noite, a mente,
Nem por mim, nem por ti, encontram paz..
William Shakespeare

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Todas as cartas de amor


Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)




Fernando Pessoa




* Nota do Blog:
Concluo que eu estava bem apaixonada quando escrevi boa parte das minhas cartas que nunca enviei pro seu destinatário.