segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não há tempo


Horário de pico, trânsito parado, janela de ônibus e uma boa música nos fones. Isso, associado a uma caneta e uma agenda é um “prato cheio” para alguém com muita confusão na cabeça. Nesses dias, a ideia de mudança não sai daqui. Refleti sobre quem eu era, quem eu queria ser e quem sou hoje. Tudo diferente.
Eu sempre levei uma vida de liberdade e pensando “ah, enquanto eu tiver liberdade pra fazer o que eu gosto, tudo certo”, acontece que atualmente sou escrava de uma rotina que se quer me permite fazer uma boa refeição ou assistir um filme ou passar a tarde papeando com algum amigo. Logo eu, que odiava a mesmice das rotinas. Eu que nunca gostei de relógios, só pelo fato deles regrarem o tempo, me vejo com um o tempo todo. Um reflexo, uma marca simples, uma algema requintada que me prende pelo pulso esquerdo á  essa vida louca de horários que não posso perder mas, por que tanta pressa? Para onde, de fato, tudo isso me leva? E se for para uma rotina tão rígida quanto a que estou agora?
Penso que deveria seguir caminhos que me alegrassem. Claro que eu escolhera a trilha na qual estou mas, não imaginei que ela me transformaria naquela que nunca quis ser: alguém que esquece-se de si, que não sai, que não faz coisas novas ou diferentes ou até mesmo as coisas que a fazem bem; alguém que apaga ao dormir ou invés de sonhar ou lembrar das coisas boas do dia ou rever o dia como um filme no teto do quarto.
Mal o dia começa e já acaba, não o vejo passar. Mais um dia perdido e por quê?
Pra onde essa onda me leva?

“Vida louca, vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve.”


Cazuza

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