quinta-feira, 16 de abril de 2015

O que me atrai

Esses dias estava lembrando, sem saudades, dos tempos em que éramos "nós". Eu via você chegar com aquela cara de sono e cheirinho de banho recém tomado para me dá um beijinho de bom-dia. Não, você não era bonito, mas eu gostava daquela sensação de casal antigo, sabe?! Não algo sem graça, mas algo habitual, algo concreto apesar de tudo. Morria de rir quando você vinha me vê assim com uma cara de quem não quer nada, mesmo que ambos soubéssemos muito bem o que queríamos. Era divertido, leve. E mesmo você não sendo nada parecido com os padrões que eu buscava num cara, eu gostava de você. 
Havia um charme que me atraia, não sei se eram os dentes levemente tortos, a autoconfiança que transparecia na sua postura (mesmo com a hipercifose torácica) ou seu jeito de andar. Ríamos juntos, partilhávamos momentos, amigos, músicas, desejos. Mesmo com o fim irremediável, vejo que fomos felizes dentro dos nossos dias limitados.
Hoje vejo que o que me atrai num cara não são os músculos salientes, nem o sorriso branco e impecável. Isso hoje mais me parece um boneco de plástico. Acho bonito mas não desejo do meu lado para dividir meus dias. Não faz meu tipo, e nunca fez na verdade.
Gosto dos caras divertidos, que gostam de música e tem algum hobbie (seja lá qual for, desde que seja algo que ele goste muito. com paixão), dos que não se importam com o superficial, dos que sabem do charme que têm mas não se acham por isso. Gosto dos caras, inteligentes, com um papo envolvente (daqueles que te mantem pressa da conversa por horas e horas), simples, completos.
Um cara que confie em si e saiba fazer uma garota sorrir não deve ser tão difícil de achar, certo?

E você, meu ex-sempre-grande-amor, fique bem e espero que ainda conserve seu charme e confiança. Tenho certeza que há alguém por ai que gosta deles tanto quanto eu gostei um dia. 

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