domingo, 17 de outubro de 2010

Cartas que eu não mando #1

 
Eu posso passar o dia todo com pessoas diferentes, conhecendo gente nova, me divertindo com elas. Posso sorrir para quantos caras eu quiser nas ruas vazias que passo diariamente; eu posso achar vários deles bonitos e interessantes mas, nada disso fará sentido ao chegar a noite. A noite é reservada inconscientemente para pensar em ti. O deitar-me na cama e abraça minha almofada de estimação (que tanto me faz lembrar de você) é uma rotina inquebrável. Dai não lembro de mais nada: do dia, dos sorrisos, das pessoas... nada. Tudo que penso é relacionado a você, no teu sorriso, no teu rosto, nos teus gestos, teu cheiro... Ah, teu cheiro, ele me persegue. De vez em quando, o sinto pela casa, ou ao passar por alguém na rua, e isso me leva a momentos de nostalgia, lembrando de você perto de mim. Interessante é que lembro de vários detalhes de algum tempo atrás, ainda de não consiga lembrar do que foi o meu almoço.
Parece loucura, você pode chamar de estanho ou obsessão. Não importa. No fundo sabemos o que é isso tudo, ainda que eu não queira admitir nem mesmo para mim.

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos
Sigmund Freud

Um comentário:

  1. É bem uma questão de conhecer a si mesmo. E aceitar a verdade, por mais que seja "contra a nossa vontade", até porque, "mentir pra si mesmo, é a pior mentira" ;D

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