Há poucos dias de me formar penso em como será daqui para
frente: trabalho, cegueira, viagem?
Não sei se estou pronta para assumir uma vida de tantas
responsabilidades, com tantas pessoas contando comigo. Não quero uma vida de
prisioneira com dias e horários regrados. Sempre quis algo que me completasse e
me desse liberdade. Talvez eu não tenha feito boas escolhas afinal.
E se não fosse isso, o que seria?
Acho que me aventuraria no mundo dos artistas (que povo
livre!). Invejo a liberdade que eles possuem para agir, falar, pensar, vestir e
ser. Reconheço que não sei cantar, mas e Cazuza? Um artista sem igual de uma
energia impar e um intelecto que marcou a música brasileira.
Escrever com a segurança e personalidade da Clarice
Lispector, sem se importar com o que pensarão ou se acharão correto. Cada um
possui sua verdade e quem escreve possui várias. Os dois mundos me encantam e
talvez eu fosse outra se estivesse em um deles.
Na atual profissão que escolhi, temos horários fixos,
uniforme e um extenso código de ética que nos rege. Por que eu entrei? Iludi-me,
achando que poderia dominar meu tempo e que o fato de ajudar pessoas a terem
uma melhor qualidade de vida a pena. Achei que seria alguém capaz de mudar
completamente a vida das pessoas
E até é assim às
vezes. Acontece que na maioria delas esbarramos com obstáculos muitas vezes
intransponíveis como ser subordinada, ter pouco tempo para ajudar determinada
pessoa, questões puramente burocráticas e querer ajudar quem simplesmente não
quer ajuda. Penso que, se não consigo ser feliz com isso e aceitar essas
questões agora, como raios vou conseguir exercer essa profissão? Como serei
daqui a 5 anos se a seguir ou não?
Feliz, conformada, amarga, chata? São tantas perguntas sem
respostas que tento escrever para esquecê-las. Se algum dia eu descobrir as
respostas volto para contar.
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