quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Véia

Conheci muita gente durante a graduação. Gente de vários lugares, várias histórias e sotaques. No meio do curso apareceu uma mulher, um pouco mais velha que a maioria das pessoas da turma (tinha quase o dobro da minha e idade) e com uma vasta experiência de vida. Quando todos pensávamos em respostas óbvias para certos problemas ela vinha com uma visão completamente diferente, um ângulo que poucos utilizavam. Ela quase sempre era do contra mas na maioria das ocasiões pensava e defendia o melhor para pessoas que não estavam presentes mas era as mais interessadas: o paciente e sua família. Nós que escolhemos cuidar do próximo temos que ter essa visão geral, do melhor pro próximo, mas muitos se alienam com pensamentos egoístas de notas e reconhecimento. 
A visão humana sempre foi o que mais admirei na Véia (apelidos que pode não parecer, mas é bem carinhoso sim). Isso e sua força de vontade incomparável. Ela teve muitas oportunidades de abandonar seus objetivos mas mesmo assim foi em frente e nunca baixou a cabeça para ninguém. Atrevida que só ela, sempre defendeu as causas que achava justas e isso fez dela uma pessoa única. Alguém que de fato sabe o que é olhar para o próximo como se olhasse para sua mãe, filha ou neto. Alguém que quero levar sempre comigo como um modelo de amor ao próximo.
Faz pouco tempo que findou-se a convivência diária e já sinto saudade dela. Dela e de mais um monte de gente. Mas acredito que pessoas assim são sempre presentes, nas lembranças, em algum gesto. Sempre lembro dos meus amigos mas dela eu lembro sempre que vejo a almofadinha verde que fica frequentemente sobre minha cama. Um objeto cheio de significado e carinho, Uma lembrança que a faz sempre presente.

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