quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Tan-tan

Adivinha só, tenho uma amiga que adora as bobagens que escrevo e gosta bastante das coisas que escrevi sobre um certo cara que passou por minha vida. É, "passou" é modo de falar porque mesmo ausente acho que ele nunca se foi.
Ao longo nos anos escrevi muitas linhas por ele e para ele então reli tooooodas as postagens desse blog e separei aquilo que refere-se àqueeele cara e outras coisas que eu gostaria que ele lesse. Claro que ele nunca lerá nada disso porque perdemos o contato e há anos não nos vemos.
Durante a leitura ri e refleti bastante. Vi que cresci muito, amadureci na escrita e no comportamento. Vi as nuances e oscilações dos sentimentos destinados à ele. Vi as contradições entre uma carta e outra e lembrei dos momentos que escrevi as cartas. Vi o quanto estive tan-tan da cabeça e do coração.
No começo era um sentimento confuso, incompreendido e novo. Sabe, criei esse blog inicialmente para postar o que escrevia para ele, na esperança de um dia mostrar. Depois, quando começamos a nos envolver mais, as cartas surgiram e nelas eu expunha todos os receios que vinham com o sentimento e das mudanças que estavam acontecendo que não eram poucas! 
E então veio a confusão toda que eu mal sabia explicar e tudo acontecia rápido demais de modo que o fim chegou. Aí os textos eram cheios de desculpas, mágoas e tudo mais. Essas duraram um bom tempo mas passaram, como quase tudo na vida passa.
Veio o tempo bom também. Escrevi cartas leves, sentindo saudade da sua amizade, falando de como estava minha vida e me perguntando sobre como estaria a sua. Descobri novas pessoas, vivi novas aventuras, escrevi cartas para novas pessoas e também para mim. Cresci muito mas ainda faço cartas para você. Já não peço desculpas nem quero que volte para vivermos alguma história semelhante mas, nas cartas relembro o que passou, lembro de nós e isso já não dói. Sabe, só acho estranho não poder falar com você, não saber qual seria sua reação se eu dissesse "oi" em alguma rede social ou até pessoalmente. Sei lá, só lembro. E é bom saber que tive uma história legal ainda que tenha sido imatura para vivê-la. 
Enfim, separei um cantinho só dele por essas páginas e honestamente espero não nutri mais essa marcação com tanta frequência, mas sinto que ainda haverão cartas por que histórias marcantes são fontes inesgotáveis e para uma pessoa que se inspira com tudo (e com nada) como eu... 

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