"Cumpriu sua sentença.
Encontrou-se com o
único mal irremediável,
aquilo que é a marca do nosso
estranho destino sobre a terra,
aquele fato sem explicação
que iguala tudo o que é vivo
num só rebanho de condenados,
porque tudo o que é vivo,
morre."
(Ariano Suassuna em O Auto da Compadecida)
Ontem a senhora Morte soprou aqui perto de novo. Dessa vez levou um querido amigo, que todos os dias me recepcionava com um sorriso amável, perguntando por minha terrinha e fazendo piadas (a respeito da minha distração, principalmente). Apesar da sensação de ter sido tudo rápido demais, percebo, pensando bem, que ela já o rondava, sutilmente em suas longas vestias de cetim. Há um par de meses ele estava um pouco mais calado e ausente. Algo estava errado. Não demorou para Ela abraçá-lo e afastá-lo do nosso convívio. Ontem ela deu-lhe o Beijo, aquele que a gente espera que não ganhemos tão cedo. O dele veio cedo demais.
Não consigo imaginar qual será a sensação de voltar àquele lugar e não te encontrar lá com aquele sorriso, as piadas e os braços abertos perguntando como foram as férias. Não consigo imaginar como aquele lugar será sem você. Acredito que a sensação de vazio vai tomar aquele lugar e todos que passam por ali, vão perceber, lembrar de você e sentir sua falta. Nessa hora eu farei uma pequena oração e talvez acabe chorando.
Mas meu querido amigo, vá em paz e faça muitas piadas e amigos por ai. Obrigada por tudo que você fez aqui na Terra, por mim e por todo mundo ao seu redor, por seu carinho e amizade incondicional. Obrigada por ser como um pai pra tanta gente que conviveu com você. Obrigada Deus por nos emprestar um ser tão bom, para nos ensinar tanto a respeito da vida, do amor ao próximo, da entrega, do bem.
"Vai com os anjos vai em paz. Era assim todo dia de tarde, a descoberta da amizade. Até a próxima vez..." (Legião Urbana)
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