segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Beijo


Esses dias lendo um livro refleti um pouco sobre beijo. É, beijo. No livro a personagem principal fazia uma descrição minuciosa sobre o beijo que havia recebido de seu par na trama.  Ela falava sobre a sensação, o tipo, intensidade e tudo mais que podia acontecer ali. Parei.
Já li cenas semelhante em outros livro e me pergunto por que não consigo isso.  Acho estranho descrever um ato tão intimo tal como se descreveria um gráfico ou a montagem de um equipamento qualquer. Sem emoção.
Quando beijo o mundo para. Não escuto sons internos ou externos. Meus pensamentos silenciam completamente, encontro paz. Não sei analisar o que se passa, tampouco descrever, apenas me entrego a ele (ao beijo ou ao cara?). Consigo apenas perceber se é suave ou intenso e só. O resto se perde no momento ao mesmo tempo que o sentimento se concretiza mim, tornando-se real a cada segundo junto. E depois, fica a sensação de ainda estar sendo beijada, lembrando do momento em que os lábios se uniram e na tristeza discreta da separação.

Ainda assim não descrevo, sou egoísta e prefiro preservar nosso momento. Apenas nós e nosso beijo em nossa bolha.

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