quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Sobre nostalgias, amassos e mágoas











Esses dias uma amiga veio me falar da saudade que sentia de um cara que lhe marcou. Pedi que não fizesse isso, mas ela insistiu. Não tive escolha, guardei meus anseios no bolso e a ouvi, afinal, quando amigos precisam falar a gente segura as nossas pontas e escuta. Bastou ela começar para que eu inevitavelmente lembrasse dele e de nossas aventuras.
Naquele tempo éramos tão imprudentes e sonhadores... Era muito divertido está com você. Falando com ela lembrei dos nossos tantos beijos intensos. Lembrei das vezes que meu quarto, meus pensamentos e meu corpo eram tomados por sua presença. 
Lembrei dos nossos carnavais, viagens e planos. Lembrei de tantas besteiras que fizemos e que foram se acumulando até culminar no fim irremediável. Dividimos muita coisa e um sentimento (Paixão? Amor?) tão forte que é difícil crer que se quer foi vivido em sua plenitude. 
Apesar de desafinado, lembro de cada música, cada trecho que você cantou para mim. Ainda lembro do teu gosto e do teu cheiro. Não esqueci dos teus gestos e teu sorriso torto, nem do seu jeito confiante e esperto demais (e você sabia disso!).
Como será que você está hoje? Será que já se apaixonou de verdade de novo? Ainda lembra de mim as vezes? Ainda mora nessa cidade? hahaha você ainda tem aquela cadela perturbada? Sua mãe ainda faz aqueles bolos de se comer rezando? Ah, são tantas coisas que eu gostaria de saber sobre você, sua vida... Tanta coisa deve ter acontecido ai desse lado.
De verdade, eu não queria mais escrever sobre você ou se quer pensar em ti, mas a verdade é que não consigo. Deixo ali, guardadinhas numa numa caixa imaginária no fundo das minhas lembranças, mas ao menor sinal de romance ou saudade todas elas voltam tão vivas quanto as recordações do dia de ontem.
Eu queria poder gastar esse sentimento todo através dos textos que escrevo mas parece que ele vai sempre existir em mim, como um objetivo nunca alcançado, uma meta inatingida, um riso que não veio, um brinquedo de natal que nunca apareceu embaixo da árvore.
Queria poder rasgar, te arrancar de mim, só por me atormentar vez por outra. Por mais que minha vida siga, por mais que conheça outros caras e viva outras histórias, as nossas sempre são lembradas. Você sempre é lembrado. Mas, com o passar dos anos, uma coisa boa aconteceu: Já não dói pensar ou falar de você. Acabou se tornando uma lembrança boa. Como umas ondas sabe, que de vez em quando chegam na praia. Nossa história vai, mas sempre volta aqui para me lembrar que já vivi um sentimento forte, porém não realizado ou parcialmente realizado pelo menos. (Vai ver eu deva dar nome a esse sentimento forte, mas qual? Será que foi amor ou uma paixão avassaladora? Acho melhor deixar sem nome mesmo...).

Espero, de coração mesmo, que a vida tenha sido gentil com você mas ainda espero um dia ter aqueeele meu amigo de volta. Quem sabe você até leia as tantas cartas que te destinei. Seria uma viagem no tempo, certamente, mas também acho que apagaria muitas mágoas e confusões, lacunas que ficaram pelo caminho.


"Foi tanta força que eu fiz por nada, 
Pra tanta gente eu me dei de graça 
Só pra você eu me poupei 
Será que o tempo sempre disfarça, 
Tomara um dia isso tudo passa 
Desculpa as mágoas que eu deixei"

Dublê de corpo - Leoni

Se liga, mulher!


Olha, só você é capaz de mudar a vida que tem. E não é dando um fim. Você pode tomar as rédeas e mudar aquilo que não te traz felicidade. Mas para isso é preciso coragem. Basta coragem para aceitar e admitir que não está certo, e não jogar tuuuuudo para debaixo de um pano invisível. Você é capaz de fazer muitas coisas boas na vida ainda, (sem esse papo que tá velha, por favor) mas precisa se importar mais com si. Ser dona da sua vida. Se valorizar. 
Mude de vida se é isso que você quer mas não me venha com papo de "dá próxima vez não vai falhar", não seja uma pessoa covarde que foge dos problemas. Aprenda que não dá para fugir, você corre aqui e paga mais na frente (preço alto viu?!)
Eu sei que você pode fazer escolhas mais certas e nessas eu te apoiarei. NAS CERTAS! Se te maltratam é porque você permite (não permita!)
Só quero seu bem, tanto quanto você quer o meu então ponha-se no meu lugar, imagine-se lendo um texto tão deprimido e cheio de raiva assim, o que você faria?! 
Se mova! Faça o q te faz feliz! A vida é um presente, um presente tão lindo para ser desperdiçado com tristeza e aceitação dos problemas.
"Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo" já dizia Chorão. Você pode fazer tantas coisas boas mas infelizmente não enxerga, não se vê capaz e só pensa em soluções negativas. 
Pense, pense, pense. Você tem um presente nas mãos e o poder de fazer com ele aquilo que desejar. Faça o bem, Confio em você.

"Oiiii, tudo bem?"

Ahhh merda, esse papo de novo não! É sempre assim e depois dessa parte clássica eis que a "conversa" pára. Sério, você também sente que não flui?
Por vezes esperei você falar comigo ou abri a janela para falar com você, mas ai eu parava e pensava: "Porquê?"
Sendo bem sincera, acho descobri porque sempre perdemos o contato. É essa nossa conversa que é muito, muito sem graça. É, sem sal.  Não sei se não estamos à vontade um com o outro ou se o papo não bateu mesmo mas o fato é q não é atrativo. Não dá vontade de continuar, de conversar mais e até de te ver. Sei lá, conversas (boas) me prendem sabe?! Atraem-me tanto quanto um sorriso bonito e muito mais do que músculos. 
Tá, você tem um sorriso lindo nas fotos, um queixo que me chama muito (nunca tinha me atraído por um queixo antes, juro!), tem também uma voz deliciosamente sedutora mas, eu preciso mais que isso para me atrair de fato por você. Isso só não basta para que eu te encontre, achei que sim, mas não basta. É que eu não sei me envolver pouco, gosto de conhecer, saber a história... Coisa que não descobri em todo esse tempo. 
Eu queria ter essa esperança que o encontro físico pudesse mudar as coisas, que ali rolasse aquela química toda tão desejada, mas não encontro essa fé. Pela nossa conversa digo que não renderemos e eu não gosto de ler um livro quando já sei o que esperar do final. Não é convidativo.


- Vou bem, e por aí, tudo certo?

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Sapiosexual

Alguém que,sente-se atraído  pela inteligência, pela maneira que o outro vê o mundo e por sua cultura. A palavra deriva do Latin Sapien, significando inteligência; e sexualis, que tem ligação com a palavra sexo.


Conheci um certo rapaz via redes sociais, faz um tempinho já e pretendemos nos encontrar em breve, mas agora já não sei se quero mesmo esse encontro. Não, não o vejo como um risco a minha segurança física mas sim como um sério risco a minha santidade, meu autocontrole emocional, sabe?! Porque? Porque ele é fisicamente atraente, engraçado, tem uma voz deliciosa e que sorriso é aquele, meu pai? Ele é a perdição do juízo de qualquer garota e eu não sou excessão a regra. Não mesmo.
Acontece que, no começo nos demos bem, conversamos um pouco, mas logo perdemos contato. Retomamos um mês depois e desde então temos conversas espaçadas. Já passamos mais de um mês sem nos falar.
Sim, ele é um cara interessante, mas percebo que nossa conversa é vaga, rasa, cansativa até. Não há fluidez, não existe aquela coisa de conversar sem perceber o tempo passar e é uma pena por que acho que não estamos nos mostrando de fato ou não combinamos mesmo no fim das contas.
Por mais que eu me esforce a falar de música, assuntos polêmicos, questões pessoais e outros assuntos corriqueiros, não sinto reciprocidade. Um "tudo bem" e "sou eclético" não me diz nada, é uma resposta vaga e tudo fica no zero a zero.
Ainda não compreendo porquê insisto nisso, de continuar com essa conversa, se vejo que não estamos falando a mesma língua. Talvez seja a curiosidade. Ou ainda a esperança que com o contato físico faça diferença e assim, fiquemos mais à vontade para nos abrir em conversas. Não sei bem, mas confesso que tenho pensado muito em deixar tudo de lado e esquecer essa história, pois, por mais que o encontro seja bom, ainda creio que será meio superficial.
Essa falta de afinidade mínima me deixa meio desmotivada para seguir com isso tudo,s sabe?! A verdade é que uma boa conversa me atrai tanto quanto um sorriso e muito mais que músculos salientes. E ele é um cara de um lindo sorriso e músculos saltantes, o que me complica.
Não sei o caminho que vamos seguir, se vamos nos ver ou não, mas eu queria pelo menos começar a entender esse cara que já está me tirando o juízo com tantas idas e vindas...

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Olhos fechados, mente aberta

Esses dias tantas coisas têm passado por minha mente que fica difícil acompanhar as ideias e mais difícil ainda, é fazer essa transição do pensamento para o papel. Novos caminhos, metas a traçar, angústias, medos... tanta coisa que o melhor seria escrever, porém não é mais tão simples assim.
Ultimamente minha visão tem estado pior, bem pior. É gradativo. Meus olhos têm me traído. O simples ato de enxergar essa tela me cansa a ponto de dificultar a escrita completa de um texto. Mesmo usando óculos constantemente preciso fazer caras e bocas para ler uma ou duas linhas e isso me cansa muito. Não só os olhos, mas a musculatura da face de modo geral e é claro, psicologicamente. E os amigos, muitas vezes sem querer, perguntam se eu tô vendo tal coisa numa distância ridícula de tão perto mas a reposta é quase sempre negativa, quase absurdo não vê algo tão evidente em uma distância tão pequena.
Tá, é bem engraçado, confesso. Todo mundo rir e eu, como gosto de fazer piada, escracho-me um pouco mais. Rio, mas no fundo sei que as coisas não vão bem.
Ok, pode parecer um auto boicote, não está desesperada procurando médicos com urgência. Mas... não sei. Minha família já tem tantas preocupações, minha mãe tem um psicológico tão fraco, que temo muito contar a real situação e ela surtar como em outras ocasiões. Eu sei que ela ama os filhos como uma leoa e sofre por antecipação. Claro que vou procurar um médico logo mas não desesperada, não parecendo frágil, causando pena. Odeio pena. Uma coisa é compreensão e empatia com problema do outro e outra bem diferente é pena. Sentir pena é ver a outra pessoa como uma coitadinha que não tem forças ou apoio (moral ou emocional). Pena diminui as pessoas. Já sou fisicamente pequena, não aceito que tente diminuir meu ser.
Sinto que meus olhos estão desistindo da luz. Por vez se fecham, vencidos pelo cansaço, embora eu não queira parar de tentar tão cedo. Vai chegando o momento que os outros sentidos se desenvolvem. Por vezes fecho os olhos para tatear, para cheirar e ainda para ouvir.
Fui para um show dia desses e meu óculos quebrou. Tudo bem, eu já não estava enxergando bem mesmo, mas ficou pior. Pensa que eu fiquei mal humorada por não poder mais ver o show? Não mesmo. Não desisti do meu show, fechei os olhos e me concentrei nas canções; Senti o arrepio causado pelos acordes, senti alegria. Sorri. Mesmo sem ver aproveitei tanto quanto pude e os amigos vez ou outra me chamavam para uma localização melhor, para ver o músico principal, mas na real, eu nem me importava. Ouvir era mais importante naquele momento.
Vejo tanta gente por ai em situações tão piores. Não, não penso que só por isso devo ignorar a dimensão do problema mas também não quero colocar esse problema como o centro dos meus dias, minha grande preocupação e objetivo de vida.
Por mais que faça essa pose de durona e tudo mais, me incomoda. É claro que me incomoda não poder ler meus livros como antes, ver alguém a distância, escrever... Porra, até flertar é difícil. Mas creio que há um tempo certo para todas as coisas.
No tempo certo encontrarei a solução e, quem sabe um dia, possa enxergar razoavelmente bem. Vai saber, né? Não é isso para isso (também) que a fé existe? 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sobre um cara que floresce


Lembro-me que na época em que o download virou febre eu trocava muitas músicas com meus amigos. Entre essas trocas uma amiga me veio com a Banda Eva. Sim, eu já havia ouvido há muito tempo, na época da Ivete, uma vez que meu pai tinha um disco em casa, porém as músicas que ela me indicou eram cantadas por um cara, um tal de Saulo Fernandes. Nunca tinha ouvido falar, mas gostei das músicas. Montei uma playlist com umas onze, doze músicas e ouvi por um tempo. Eram boas mas não me tornei fã.
Depois desse primeiro contato, já esbarrei com a voz de Saulo outras vezes, por indicações de outros e fazendo parte da minha trilha sonora em momentos específicos, mas foi o Baiuno que me aproximou de vez. Esse álbum traz muito mais que música, Traz a essência de Saulo e da Bahia, ou vice-versa, tanto faz. Há beleza branda, simplicidade, pureza, alegria, luz e amor, muito amor. É simplesmente lindo e eu, como fã assumida de música boa brasileira, não pude resistir e me apaixonei logo nos primeiros acordes. Para completar vi alguns vídeos de músicas, shows e entrevistas de Saulo e constatei que ele é um cara especial.
Na maioria das vezes usava roupas largas em tons claros e chinelos. Falando ele mais parecia declamando poesia: baixo, suave, sem pressa e carregado de sotaque. Um cara simples, humilde, mais que tudo isso um cara humano. Não, eu não sou tiete, não sei da história dele, muito menos de todas as música, álbuns e agenda de show. Sei muito pouco na verdade, mas me encanta a leveza dele e principalmente sua sensibilidade. Ele sente muito tudo ao seu redor e consegue filtrar e canalizar sentimentos bons através de sua música. E num mundo como o nosso, sentir é algo tão raro que impressiona. Hoje em dia a grande maioria da população está completamente insensível as dores do próximo e aos absurdos causados pela falta de respeito e amor. 
Saulo mostra, sem querer (ou querendo mesmo), que o mundo tem jeito. Mostra que amar seu povo e suas raízes te fazem entender muito mais de si e do mundo que você está. Mostra que o saber, educação e gentileza fazem diferença e que o bem que você faz sempre volta pra você. O universo realmente presenteou o nosso povo quando nos enviou um cara com tanta alegria, sensibilidade e simplicidade justamente nessa época de novinhas recalcadas, falsetes, menor de idade matando por trocado e político com amnesia absurda.
Nosso país tem sim músicos fantásticos mas conheço poucos caras, com a projeção dele, tão simples. A maioria ou torna-se soberbo por saber que é bom ou que compõe duas ou três músicas de sucesso e já se consideram melhores que Cartola ou Caymmi.
Amo música e sempre que posso procuro saber sobre seus compositores, cantores, a história. O processo que há por trás da criação me encanta tanto quanto ou mais que a composição em si. A essência das pessoas me fascina, acho que já comentei isso aqui. É compreender o lado de dentro.
Ir a um show de Saulo e vê sua luz brilhar de perto, vê ele fazendo aquela mágica de levar amor e leveza através da voz me encantou demais. Repetiu o coro em favor da alegria. Fez florescer sorrisos. Onde ele estiver haverá carnaval.

É um grande orgulho (e alívio) saber que existe pessoas como ele, tão singulares e diversificadas ao mesmo tempo. 
É tempo de se fazer prece ao coração.
Enraizar e emanar o bem. 
Levar luz.
Axé!

Por onde for floresça
Serena que nem água de poço

Risque a palavra feia

E que não falte fé

Converse com o céu

E convença o universo

A girar no seu tempo

Por onde o vento assoviar



Navegue em maré que flui
Como cafuné em silêncio
Ama o sol que é tão bonito
E ainda acredita no mundo



Que o amor é a melhor companhia

E a luz do abraço cresceu o desejo

De eternizar a respiração

Por onde for... será seguro
Estarei com você
E tudo que a gente aprendeu é liberdade
Por onde for... leve seu guia... o coração
Floresça - Saulo

Axé: saudação utilizada para desejar votos de felicidade e boas energias.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A noite

Qual é o peso da culpa que eu carrego nos braços
Me entorta as costas e dá um cansaço
A maldade do tempo fez eu me afastar de você

Te contei tantos segredos que já não eram só meus
Rimas de um velho diário que nunca me pertenceu
Entre palavras não ditas, tantas palavras de amor
Essa paixão é antiga e o tempo nunca passou

E quando chega a noite e eu não consigo dormir
Meu coração acelera e eu sozinha aqui
Eu mudo o lado da cama, eu ligo a televisão
Olhos nos olhos no espelho e o telefone na minha mão


Tiê



domingo, 13 de setembro de 2015

Madrugada


São 3h52 minutos. Olho pro lado e levando assustada. Ando descalça pelo corredor do prédio e observo que o carro vermelho ainda está lá embaixo. Será que tem alguém no carro? Ao olhar para o fim da escada vejo um jovem casal. A garota que hoje veste calça de moletom e regata bem cavada azul é minha irmã mais nova. Ela está com a mão nas costas do rapaz, alisando como se o consolidando enquanto ele passa a mão nos olhos quando me vê no topo da escada. Alerto-a sobre o horário, afinal, o dia começa cedo para ela amanhã, embora ache que ela não se importa muito com isso agora.
Há menos de um mês soube que minha irmã está praticamente namorando, pela terceira vez. A diferença é que agora ambos moram na mesma cidade e nossos pais sequer sabem da existência do rapaz, o que faz de mim a grande pessoa responsável e que os acoberta. Acontece que isso já está me deixando doida.
Sabe, ela chegou bem cedo na minha vida e foi minha primeira representação e entendimento do que é amizade. Embora nunca a tenha chamado de amiga, ela é minha irmã e isso basta. Supre a palavra amiga. Eu sei que muita gente talvez não entenda ou não teve a oportunidade de ter uma amiga oriunda dos mesmos pais e morando na mesma casa (quem nunca sonhou em morar com sua melhor amiga?). Eu tive esse presente da vida. Sempre cuidamos uma da outra, desde sempre dividimos brinquedos e preocupações (antes era o esconder o vaso que quebramos jogando bola, hoje é para esconder o namorado, sabe como é, tudo evoluiu), dividimos músicas e ídolos. Com o tempo aceitei que dividíssemos os amigos externos; dividimos roupas, sapatos, sonhos e domingos. Somos assim, sempre fomos.
Agora, namorando novamente vejo que ela não se importar com o cansaço dos longos dias após dois cursos, com a alimentação desregulada. Vejo que mesmo exausta ela não se importa em passar das 4 da manhã, nem que seja só conversando com ele. Me preocupa porque ela não parece muito preocupada com si e me sinto na obrigação de cuidar dela, afinal sempre cuidamos uma da outra. Queria que ela entendesse que pode ficar com ele o tempo que quiser, desde que não se ponha e situação complicada, que não prejudique o sono ou estudos.
Não sei, mas desde ela saiu da casa dos nossos pais e veio morar comigo, me sinto meio que mãe dela. Sou a figura para quem ela diz os horários, pede dinheiro, conta como foi o dia e pede a toalha quando a esquece na hora do banho.
Além de mãe, irmã e amiga. São muitas funções e atribuições entre duas pessoas e, não que eu achei que todo mundo é secretamente devasso, mas confesso que quando a encontrei na escada esperei ver qualquer coisa mais obscena, menos vê-los conversando tão amigavelmente. As 4h da manhã? Nunquinha!
Tudo que quero é que ela seja responsável e feliz. Meu coração de mãe/irmã/amiga não aguenta fortes emoções ainda.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sábado à Noite

        

O sábado mais esperado dos ano enfim chegou. Seria minha noite. Casa cheia de amigos e família, riso e brincadeiras livres. Aproximando-se do horário nos arrumamos e fomos todos para o local (que estava muito lindo, vale lembrar),
Sai de casa com um pensamento fixo de comemorar e me divertir. Minha felicidade era enorme, não parava de dançar ou rir. Além disso bebi. Talvez tenha bebido um pouco demais, confesso. Dancei sem me importar quem estava perto, entrei nas rodas de dança alheias e no meio dessa diversão toda um amigo me chamou para dançar.
Que mal teria dançar com um amigo? Nós, particularmente, já fomos a várias festas juntos, já dançamos, fomos à praia e tivemos almoços de domingo com minha família. Bons amigos. Não grudados, não conversando todos os dias, mas uma relação saudável de amizade. Mesmo com um dos dois bastante alcoolizando, nunca havia rolado nenhum clima. Até agora.
Dessa vez eu já havia passado da minha cota há muito tempo e já não tinha uma consciência funcionando bem, coisas do álcool. Até agora não sei bem o que aconteceu, tudo que eu lembro é que ele me chamou p dançar e eu estava rindo muito porque estava errando todos os passos (e ele dança muito, dançava em quadrilha e tudo). Aí lembro que ele foi virando o rosto, fez cócegas e eu virei e pronto. Eis o beijo.
E pelo que me lembro (e principalmente pelo que me contaram) não foi um beijinho qualquer, foi O Beijo. Alguns disseram que foi intenso e apaixonado, outros disseram que foi indecente e imoral. Qual o certo? Quem vai saber? Ali houve um momento, um momento intenso e tal, mas nada além disso, nada de paixão, muito menos amor. Pelo menos não de minha parte. Também nunca notei nenhum sinal ou gesto diferente por parte dele, então creio que foi um momento para ambos. Somos pessoas que aproveitam bem os momentos, foi isso. E outra, eu nunca soube dar beijinhos fofinhos e tal, sempre fui assim: tudo ou nada.
Sai de casa com a intenção de me disvertir, mas não era plano beijá-lo ou qualquer outro. Agora cada amigo que encontro conta uma versão por mesmo episódio. Uns dizem que foi absurdo, outros que formamos um casal bonitinho. Tá, tudo bem que a mãe dele me adora e meus pais também gostam dele, mas foi só um beijo. Um beijo bom e intenso, ok, mas apenas um beijo.


Passa segunda, terça e quarta-feira
Nem aí!
E na quinta e na sexta o tempo parece,
repe...tir
Quando o sol do último dia
ameaça se despedir
E que o povo põe uma roupa e sai pra se distrair

Todo mundo espera alguma coisa
De um sábado à noite
Bem no fundo, todo mundo quer zoar
Todo mundo sonha em ter
Uma vida boa
Sábado à noite tudo pode mudar

Sábado à noite - Lulu Santos

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Nosso Lar


Eu estava dentro de um ônibus, ouvindo músicas que suaves, olhando ora para minhas unhas dos pés pintadas de vermelho, ora para a paisagem passageira na janela. Cheiro de chuva molhando o verde e a terra. Cheiro bom que lembra pureza e simplicidade. Fecho os olhos para apreciar mais este cheiro e penso em como mudei desde que te conheci. Você despertou um romantismo que eu não sabia que podia existir em mim. Descobri que posso passar horas conversando com você ou em silêncio apreciando músicas e ainda assim nos gostarmos cada vez mais. Sinto que posso ser ou tentar qualquer coisa com você do meu lado, pois a paz e confiança que você me transmite é... difícil de explicar. Você me traz paz com apenas um olhar, o abraço então... Lugar a prova das maldades do mundo. Eu não sei explicar o que é você na minha vida, se é algo permanente ou passageiro, mas sinto que estamos bem assim. Enquanto nós durarmos quero ser sua casa de bons sentimentos e você será minha morada de paz.

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

À minha consciência

Há exatamente uma semana te deixamos em um aeroporto, para que você fosse para longe de todos nós. Lógico que doeu, antes que você fale algo. A amizade que firmamos ao longo desses últimos anos foi/é muito forte. Não sou muito do tipo de me abrir e escancarar meus problemas e neuras, mas você me inspira confiança sabe? Sei que com você, tudo estará guardado e a recíproca é verdadeira.
Bom, voltando ao aeroporto, tentei com todas as forças ser forte e não deixar as teimosas lágrimas caírem enquanto estivesse na sua frente, afinal, partir nesse momento foi muito mais doloroso para você do que para os que ficaram. Tentei muito porque se minhas lágrimas caíssem as suas as acompanhariam e logo todos estariam chorando e nunca mais pararíamos de chorar pela saudade que já é grande.
Minha consciência voou para longe, buscando segurança, paz e um novo começo. Um novo cenário para os próximos capítulos da sua história que um dia ainda hei de colocar num livro impresso, para que todos que o leiam saibam do tamanho da sua força e reconheçam a grandeza que há em seu ser, que mesmo depois de tantas adversidades, mesmo depois de tantos obstáculos e perigos, ainda assim, sonha com dias melhores com a esperança de uma criança.
Eu queria poder estar com você hoje, conhecer essa nova cidade e comemorar o inicio desse novo ciclo de 365 dias em sua vida. Queria fazer uma espécie de ritual para deixar tudo de ruim para trás e começar uma nova história. Poderia ser escrever o que foi ruim num caderno, arrancar a folha, queimar e escrever as metas e sonhos em uma nova folha. Mas estamos em fusos diferentes até, muito longe para uma visita de cortesia sem um breve preparo financeiro antes, coisas da vida né?! Partiu ficar rica para te visitar!
Gostaria de desejar pessoalmente, em meio a um abraço, que você encontre a paz que tanto busca, que cresça profissionalmente onde quer que esteja, que esbarre com seu príncipe tupi (ou Tikuna, Kikama ou Cambeba, enfim, você entendeu) e que nesse encontro casual se encontrem e se reconheçam de fato. Que você tenha muitos momentos de alegria, mas encontre a real felicidade. Que as próximas lágrimas sejam apenas de alegria ou de tanto rir. Que você volte para nos visitar em breve. E que marquemos logo nosso mochilão.
Sabe, mesmo tendo consciência da sua ausência e do tamanho da distância, não consigo me entristecer, sei que foi a melhor escolha e sei que ainda vamos nos encontrar pela vida. E nesse encontro seremos as mesmas garotas do interior da graduação. Será como se não estivéssemos separadas por tanto tempo.
Só consigo pensar em coisas boas para sua vida: Banho de chuva e cachoeira, aventura, amigos de verdade, paz de espirito, amor (amor meeeeesmo)! Ah e nada de desmaios por ser contrariada, viu?! Controle-se, Mana!

Feliz aniversário, Iracema, Muita luz para sua jornada minha amiga, nos vemos nas próximas esquinas.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Nem vem, nem passa

Quando começamos a nos falar, em janeiro, não achei que isso renderia tanto tempo, mesmo sem nos ver e com uma conversa tão pouco frequente. Tá, tudo bem que nossas vidas são corridas, mas o que dificulta mesmo são os desencontros causados principalmente por vivermos em cidades diferentes.
Poderíamos ter nos visto pelo menos umas 15 vezes de janeiro para cá, mas por N motivos não rolou. É bem verdade que estou morta de curiosidade para ver esse sorriso de perto e rir com as histórias que dividiremos. Já tenho até cogitado fazer uns cursos de final de semana na sua cidade, só para estar ai perto.
Não sei se perderemos o contato de novo, mas se formos eu queria pelo menos te conhecer antes. Acho que se isso tem rendido por tanto tempo, é por algum motivo. Acho que temos que nos ver, nem que seja só uma vez.
Não sei de onde isso vem nem mesmo para onde vai, mas sinceramente quero saber. A ideia tem me animado. Bastante.
Prometo que dessa vez não vou te enrolar como já fiz com outros, até porque você não é do tipo que se enrola. Já vi que você é muito mais decidido do que eu e isso me agrada ao mesmo tempo que me assusta um pouco. Fico sem saídas assim.
Se não for pedir muito, fique um pouco mais.

De você sei quase nada
Pra onde vai ou por que veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
Quase nada - Zeca Baleiro

Outra velinha!

Não, eu não esqueci seu aniversário. Seria até impossível, afinal, tenho essa data como importante há uns 17 anos.
Uaaaau pensando assim parece tanto tempo né? E de fato é. Nesse meio tempo, brincamos de boneca, estudamos (e continuamos estudando), viajamos, rimos, engordamos, emagrecemos (amém!), conhecemos várias pessoas, mas uma coisa não mudou: nossa amizade.
Tá, tudo bem, ela não é a mesma dos tempos de escola, nem poderia, afinal seguimos rumos um pouco diferente mas mesmo assim hoje nossas vidas estão até parecidas: moramos na mesma cidade de novo e acabamos cursando a mesma graduação.
Estudamos juntas durante, o quê, uns 9 anos? Mais ou menos isso né? Consegue lembrar de quantas vezes fizemos trabalhos, estudamos, assistimos filmes ou comemos os bolos da sua mãe? Nem eu. Foram muitas vezes. E mesmo depois que você foi embora, ainda mantivemos nosso contato com hooooras de ligações, cheias de cantorias.
Passamos por muita coisa chata também, tipo as depressões das nossas mães, e contamos com nosso apoio mútuo e incondicional. É por causa dessas e outras que tenho você como uma irmã, ainda com o afastamento.
Poderíamos passar meses sem nos falar mas mesmo assim te contaria toda minha vida, tal com nos velhos tempos, por que confio em você. Confio e quero teu bem tanto quanto quero o meu. Quero ver sua felicidade e sucesso tanto quanto quero o meu. E acho que você merece mesmo isso tudo e muito mais.
Ainda espero a próxima tarde brincando com sua cadelinha e cantando ao violão. Ainda quero fazer uma pós graduação com você e ainda aguardo sua ilustríssima visita na minha cidade viu?! Fique bem minha amiga e feliz aniversário, um novo ciclo se inicia, aproveite muito para refletir, sorrir, estudar, namorar, viajar e ser feliz.
E não, você não está velha para essas emoções, porque se estiver, eu também tô.

Muita luz, fique bem.