sábado, 24 de dezembro de 2016

A expectativa

Eu estava aqui relendo aquela conversa e fiquei imaginando como seria o fim se o meio tivesse sido diferente. Se você tivesse dito as coisas certas, os argumentos certos, será que teria sido diferente? Será que me faria ficar? Pensei em coisas que você poderia ter dito. Segue abaixo:

O que tenho para falar não é fácil, é uma exposição de uma parte que eu temo e não gosto mas que faz parte da minha história.
Eu namorava uma garota e a gnt brigava mt mas insisti em levar adiante e casar pq n eram só brigas, tínhamos bons momentos e era isso que me mantinha. E eu gostava dela e, as vezes ela parecia tb gostar de mim. Mas no dia q ela disse q pensou em outro estando comigo, parei de insistir. Não podia continuar, por mais q a amasse, se ela n estava comigo, se n era mais minha (se é q um dia foi).
Após EU dar início ao processo de divórcio ELA continuou a me procurar, dizendo me amar, estar arrependida, querendo tentar novamente e... eu fui fraco. Cedi porque queria acreditar nela, acreditar q ela estava sendo sincera, acreditar q eu n tinha me enganado tanto assim ao escolher ela para ser minha Mulher. Mas, com todas as tentativas não foi possível, não era p ser no fim das contas (só hoje vejo isso) e depois de um tempo ela me apareceu dizendo estar grávida e isso, essa possibilidade me ronda e essa história toda me assusta pois cada vez que eu tentar conhecer alguém isso pode aparecer e eu não sei como explicar e me fazer entender e fazer com que fique apesar da minha história. 
Eu n acho que seja uma parte boa da minha vida, não tenho felicidade em contar, mas ela faz parte de mim e me ajudou a ser quem eu sou hoje. Serviu de aprendizado e diante de tudo, eu sei que não é fácil, mas eu quero que você fique. Quero você na minha vida e quero aprender coisas novas com você. O passado tá ali mas quero o presente e o futuro com você. Eu sei que é muita informação, que não é fácil mas te quero. E ai, topa?


Eu só queria entender e precisava que você tentasse me explicar. Eu sei que dirá que não escreve assim, como eu, mas eu queria que tentasse do seu jeito me dizer aquilo que importa.
Porra véi, se dissesse algo assim, se pelo menos tentasse explicar eu tentaria entender melhor... o fim não precisaria ter sido ontem, nem daquele jeito. Mas preciso reforçar (de nooovo) em mim que você não é assim e eu não posso te mudar. Então eu não posso continuar, não por gostar pouco ou por ser incompreensível. Não é isso, mas você se valoriza muito pouco e esse pouco me incomoda. Não que você seja ruim comigo mas como foi/é com você mesmo.

O murchar daquela planta

Hoje o dia foi atipicamente cheio e cansativo. O que foi ótimo, considerando que eu precisava de outros assuntos para ocupar minha mente, que não seja aquele que ronda desde ontem. Agora estou sentada diante da tv assistindo o primeiro filme que apareceu na netflix, comendo brigadeiro de panela após tomar dose de vodka só para esquentar um pouco essa noite estranhamente fria nessa cidade. Percebo agora que mal comi hoje o que também não é problema, não há fome aqui mas, vamos ao que interessa né?!, suponho que você espera por um posicionamento meu após tudo que disse e sei que esperar deve ser horrível. Espero não está sendo precipitada com minhas próximas e longas linhas.
Primeiramente quero que saiba e grave bem em sua mente que não me incomoda o fato de você ter sido casado e que possa ter uma filha fruto dessa relação. Isso não me incomoda, ok?! E, respondendo a sua pergunta mais frequente, não estou chateada. Na verdade, chateada é um adjetivo muito simplista para tudo que há em mim e que ainda não há nome mas, que se tivesse algum, seria algo próximo de decepcionada, desapontada ou coisa assim.
Sabe, o que mais me estarreceu em tudo que você disse foi o fato de insistir em uma relação que desde o início dava sinais de fracasso (Porque isso?), ainda assim casar e com tudo que aconteceu durante o casamento continuar insistindo e pior, após o início do processo de divórcio ainda se encontrarem. Em minha cabeça isso tudo soa tão absurdo que eu não consigo entender. Tipo, porra, cadê seu amor-próprio, seu respeito por si? Insistir em migalhas é tão triste e de uma pequinês tão... sério, essa é a pior parte disso tudo para mim; não é a o casamento, nem mesmo a criança, é isso. Isso é o que começou a murchar o tal brotinho que falei em outro texto, isso é o que implica na minha decisão.
Eu não posso lidar com isso. E sabe o que é engraçado? Lembrar que ontem mesmo eu estava começando a pensar que talvez fosse você. Começando a achar que você era o cara que eu estava esperando, o que eu ia apresentar para minha família, veja só. Achei que te mostraria um monte de músicas e textos que leio vez ou outra ou até mesmo te ler todos os textos que te fiz, mas agora não faz mais sentido para mim. Impressiono-me como tudo pode mudar tão rapidamente. Eu estava a pensar que sua incansável insistência era por me querer demais o que te fazia passar por coisas que, eu no seu lugar não aceitaria de jeito nenhum. Mas agora vejo que talvez a insistência seja um padrão seu e, o que parecia ser algo bom passou a ser péssimo. É como se você insistisse não só pelo que vale mas também pelo que te destrói. Eu não gosto de pessoas autodestrutivas e não quero isso para você, não quero isso para mim também. Não sei se você é assim ou foi assim. Como vou saber?
Eu gosto de você, tenho carinho, me preocupo e por isso mesmo te digo que você precisa rever suas ações e seu posicionamento diante das pessoas e até mesmo da vida. Você não pode aceitar pouco, migalhas. Você merece coisas boas, leves e inteiras e não deve aceitar menos que isso. Não aceite que te pisem, não implore presença, se ame. Se baste. Quando você for completo com si e conseguir se sentir bem em sua companhia ai você poderá está com alguém e assim, compartilharem alegrias. Eu gosto de você mas parece que você não se gosta tanto assim e, desse jeito, eu não quero e é por isso que não quero continuar. Que fique claro, não pelo casamento ou filha, mas por isso.
Espero que não leve isso como mais uma história que não acabou bem. Espero que consiga tirar algum proveito disso. Eu ficaria muito feliz se isso te fizesse pensar a respeito de si e te mudar nesse sentido, se achar que precisa, claro. No mais, sei que não é o tipo de texto que queria ler, se há algum consolo nisso, esse é o último.
Fique bem com tudo isso e, se você for o pai, seja o ótimo pai que acredito que pode ser.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Alguém tinha que falar

Sabe, estava aqui lendo alguns textos que fiz esse ano e vi alguns que fiz para você. Isso me fez refletir que faltam duas semanas para o ano acabar e estamos nessa: afastados de novo por conta de (mais) um desentendimento. Pergunto-me quantos desentendimentos ainda virão para que possamos nos entender de verdade, se teremos paciência de esperar até lá, se vale a espera, e claro, se algum dia nos entenderemos de fato. Não gosto desse tipo de situação porque não sei como resolver nem se posso tal feito. Posso, podemos?
Acho que precisamos colocar pontos em alguns I's por aqui, essa situação tem sido desgastante e sinceramente não nos leva a lugar algum, pelo contrário, nos prende, estanca. Quer ter esse tipo de conversa e resolver isso também, ou esse será um texto inútil?


Resolveu continuar a ler? Ok, então vamos lá.

Uma coisa que não gosto: superficialidade. Isso me irrita profundamente, sério, é broxante. Cada vez que você vem com algo físico, apenas físico, fico irritada (e isso faz com que eu erga mais o muro). Vamos ser francos, corpo por corpo há um monte nas baladas da vida (sarados, altos, baixos, gordos, magros, feios, bonitos... o cardápio é extenso). O que diferencia uns dos outros é o conteúdo e é isso que estou procurando. Pode me dar? Isso é o que me atrai e já te deixei ciente disso.


Não há problema em sentir desejo (juro, pode sentir, eu gosto de estar com você também) nem expressar o que sente mas não precisa ser tão direto. Use e abuse das entrelinhas. Siga menos a linha "funk" e mais "MPB", amor. Menos Malandramente, Bumbum granada e mais O meu amor (Chico Buarque), Soneto do teu corpo (Leoni/Moska). Cada vez que você fala coisas que "forçam" intimidade eu subo alguns tijolos nesse murinho que me afasta aos poucos de você e sinceramente eu não quero isso, mas é o que acontece. 

Eu sempre carreguei um orgulho gigante em mim, do tipo que mesmo errada não admitia, do tipo que morria e não falaria o que realmente importa e, veja só como mudei, estou aqui te chamando para uma conversa séria, é até engraçado, sério. Cá estamos afastados de novo e eu me pergunto se você fica na ânsia de falar ou receber alguma mensagem minha ou se está pouco ligando, sabe? Mas eu realmente não tenho mais tanta paciência como tive no passado de aguardar que as pessoas venham a mim para resolver aquilo que ME incomoda. Tipo, se me incomoda eu que tenho que me mexer, afinal estar em paz com si não tem preço, né?

Já percebeu que estamos em um ciclo vicioso? É assim ó: (1) passamos muito tempo sem ver, (2) Saímos e é legal, (3) voltamos a conversar de boas, (4) rola um desentendimento, (5) não tentamos discutir sobre isso então nos afastamos, (6) do nada aviso que estarei ai, (7) voltamos a nos falar, (8) nos vemos - e ai começa tudo outra vez. É um ciclo cansativo, não acha? Consegue ver onde está o passo errado? Acho que é o 5, hein. E eu fico aqui pensando se devo insistir ou não porque, sei lá, eu tenho a impressão que vale a pena, só precisamos de ajustes. Outras vezes eu acho perda de tempo.
Eu odeeeeeio essas conversas chatas, não aguento mesmo, acho, inclusive, que nunca tive tantas assim com outro alguém além de você. E porque já tivemos tantas? Porque eu ainda me importo. Ainda estou nisso.

Mas não sei até quando e caso queira, não somos obrigados. Podemos não mais estar.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Mutantes

Não sei como vim parar aqui está amanhã. De verdade, estava lendo uns textos na minha página e vi que esta página estava entre as favoritas - deve ter sido há um milhão de anos, obviamente.
Bom, chegar e dar de cara com esse texto me trouxe algumas lembranças amargas e lágrimas também. Chorei por (1) agora ser uma pessoa emotiva, lide com isso kkkk e (2) porque acompanhei tudo e sei que o sofrimento era bem maior do que as palavras tão bem colocadas aqui poderiam descrever. Eu sofri com você e fico feliz por saber que essa fase se foi para nunca mais voltar. Obviamente você não lerá nada que há aqui (o que é bom) e abandonou isso como um pedaço da memória que foi esquecido - e deve ser assim mesmo.
O que estou escrevendo é uma forma de expor o que sinto agora, lendo esse texto de um alguém que um dia foi você. Esse alguém não existe mais e sou imensamente grata, de todo coração, a Deus pelas bençãos em sua vida. O "você" que eu conheci, morreu e, sem antes eu falava isso com amargura em cada sílaba, hoje cantarolo de alegria - ele morreu!
Devo ser extremamente trouxa por isso, uma vez que você desprezou minha melhor parte (minha amizade) sem a menor consideração, mas tudo bem. Isso não dói, não mais. Também já não sou aquela que você costumava conhecer. Hoje somos dois completos desconhecidos. E fico feliz com isso, sinal que a vida é mutável e nós somos seres em evolução, mutantes.
Este trechinho que você escreveu particularmente me chamou atenção: "Espero um dia me sentir um pouco feliz, ao menos um pouco, não completamente, por que nunca acho que ninguém conseguiu esse feito."
Espero que tenhas "quebrado a cara" nesta afirmação. Que sim, você esteja feliz, completamente feliz e que tenha visto que isso é possível sim. Com Deus somos mais fortes.

De uma desconhecida que deseja luz em teus caminhos,
Charlote

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Brotinho

Cada vez que te vejo é uma novidade. É como se estivéssemos aguando algo que só cresce, um brotinho de sentimentos bons. Dessa vez fomos para um show, e talvez tenha sido um dos nossos encontros mais longos. Pudemos passar bem mais tempo juntos e com isso percebi o quanto senti sua falta e o quanto eu estava feliz por estar com você (não conseguia parar de sorrir, caso não tenha percebido). Eu não queria me soltar de ti, o que é raro, uma vez que eu geralmente não gosto de grude. Geralmente. Não com você, pelo visto.
Dessa vez pude ver também que você também não conseguia manter as mãos (e lábios) longe de mim - e eu estava feliz com esse arranjo. Vi e senti o tanto de carinho que você me tem e só posso dizer que provavelmente é recíproco. As amigas dirão que é uma piada, que só eu poderia dizer "provavelmente" quando na verdade é algo óbvio, pra elas, mas, sei lá, não sou de muitas certezas, sabe como é, geralmente enjôo rápido. E por falar nelas, amigas, me desculpem, não consigo dar mais detalhes com relação ao último encontro. Não que eu não queira mas, quando procuro as palavras... elas simplesmente não vêm (veja só, logo eu que tenho essa relação de puro amor com as palavras!). Acho que, inconscientemente, quero guardar isso pra mim, entendem? Não é uma questão egoísta (eu acho), só não consigo descrever o quê senti ali, nem como. Acho que não encontraria as termos certos nem que fosse a própria Jane Austin, C. Lispector, Marchado de Assis, Mia Sheridan, G. Lacombe...
Em resumo, foi divertido, agradável e me deixou na expectativa de mais. Mais dos beijos (que variavam do carinhoso à quente) dos abraços, de presença... mais.

Poeminha

Veja bem
                    Meu 
                                bem,
não preciso de você 
para ser completa
em 
          nada, 
já sou inteira.
Mas te quero perto 
porque contigo 
eu trans
             bor
                    do
de sorrisos,
                 de amores, 
                                 de sentidos, 
                                              de sabores.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Assim, sei lá

Oi!
Olha esse vídeo, uma amiga me mandou e achei tão linda essa música, lembrei de você. Talvez por sua religião, bom, enfim, ouve aí.
Sei que eu sugeri que nos afastássemos mas não tem sido muito fácil do lado de cá, sei lá, me habituei ao teu bom-dia-bb. Acho que nunca comentei com você, com receio que se sentisse mal e tal mas, eu não gosto que me chamem por nada diminutivo: nem variações do meu nome ou que remetam a pequenices. Já sou naturalmente pequena e quando me chamam assim sinto-me ainda menor. Pouca gente eu deixo que me chamem assim, alguns parentes e amigos queridos porque sei que dizem em legítima demonstração de afeto e... você. Desde sempre e isso nunca me incomodou, pelo contrário, vindo de você eu até gosto e se não vem até faz falta.
Não vai acreditar, mas alguns parentes seus subiram no ônibus agora. Que coincidência! - mas poderia ser você.
Sim, pois é. Estou viajando hoje para fazer aquela prova. Desde quinta tento viajar e acontecem contratempos dos mais variados: fiquei doente do nada e fiquei boa do mesmo modo, pedi a hora, o carro quebrou... fico até pensando que por algum motivo não devo ir, queria ter comentado isso com você antes de ter saído, sei lá, agora a operadora não pega.
Eu queria ter te visto para aquela conversa. Queria ter te abraçado e tentado olhar nos teus olhos também, mas acho que não tenho essa maturidade e autocontrole todo não, antes de começar a falar já teria desistido.
Provavelmente isso de não querer mais tentar por causa de nossos posicionamentos ideológicos te pareça coisa de doida, e é. É que eu sinto que a troca mental é essencial em tudo, você precisa ver quando eu me empolgo em uma conversa, ganho a aparência de uma criança vendo presente de natal. Informações novas e diferentes, me encantam. Eu gosto das linhas de pensamentos exclusivas, do que mostra um ponto diferente entre os clássicos preto e branco. Isso tudo me atrai tanto! E eu queria que tivéssemos isso. Queria que trocássemos ideias sobre tudo e que você me encantasse com algo que eu nunca tenha pensado antes, e eu possa dizer "mas num é que faz sentido?" Queria que você dissesse: olha eu não estou muito certo disso mas vou ler em outras fontes de depois continuamos - e continuássemos de fato.
É difícil tudo isso. Talvez eu tenha te idealizado algo irreal por querer que funcionássemos e eu sinto muito por isso, por ter te esperançado um futuro mais duradouro.
(Essa coisa toda tá ficando meio bad. Nota mental: não enviar nem a pau)
Ainda assim, não consigo parar de falar contigo e você não deixa meus pensamentos, nem mesmo durante o sono. Será que isso passa? Porque tenho a sensação de estar tomando uma decisão errada? 
Vamos ver o que o Sr. Tempo faz.
Fique bem, beijo.

Hein?!

Sabe, eu gosto de você e não tenho me cansado de dizer isso, talvez para convencer esse meu lado teimoso que é dominante. Não sei bem como nem porquê, mas gosto. Com o tempo aprendi a te admirar, ver qualidade que nem sei se você as reconhece em si. Aprendi a te respeitar, me preocupar com você e querer bem. E fico feliz em sentir essas coisas por você, te acho integro suficiente para ter minha afeição.
E acho que esse gostar tem me confundido um pouco, por exemplo, tem acontecido umas coisas estranhas desde que você apareceu e mais ainda depois que nos afastamos. Eu sempre fui uma pessoa bem desprendida, bem de boas. Ciúme não é uma palavra que faça parte do meu vocabulário. Ou não era mas, ultimamente tenho visto seu perfil mais vezes do que o tradicional "uma vez na vida". Vejo quase todos os dias e não me reconheço quando saio olhando os comentários das postagens. E mais, não sei que voz é essa na minha cabeça que fica perguntando "Quem é essa?" quando ver algum comentário de alguma garota. Sério, essa não sou eu, o que você está fazendo comigo?
Deve ser fase né?! Vai passar, sim vai, sempre passa.
Mas se ligue nessas amiguinhas, ai hein?!

domingo, 13 de novembro de 2016

Nota de amorzinho

O dia de hoje foi, sem dúvida, contraditório. Como pode alegria e tristeza habitarem o mesmo ser ao mesmo tempo?
Você foi embora e a casa imediatamente tornou-se um vão... Tá tão vazio agora, é uma sensação tão estranha não te encontrar no sofá da sala me chamando de "meu amor", puxando o R dessa forma que eu achava irritante, com esse sotaque tão seu que até aprendi a gostar.
Apesar disso me alegro ao pensar nos nossos dias juntos. Vinte e um dias podem parecer nada mas nós dois sabemos que eles foram suficientes para nossas certezas em nosso amor e na veracidade dele.
Eu sei, a distância vai doer tanto aqui quanto aí, mas nós vamos superar essa "pequena barreira," afinal nós fomos escolhidos por Deus para viver essa história e Ele há de nos fortalecer para superarmos as adversidades.
Em breve estaremos juntos de novo, vamos ser fortes. Nos falamos mais tarde, assim como temos feitos todas as noites, desde que começamos a nos falar.
Fique bem, amo você!

Nota de esquecimento

Desculpa, ainda não sou capaz de curar minhas próprias mágoas.
E eu ainda sustentei uma esperança de que não era você falando daquela forma, agindo de tal maneira. E realmente não era. Você deixou de ser você, de ser quem eu conheci na infância, há muito tempo e eu não quis acreditar que alguém pudesse ser tão sem personalidade e caráter assim; Eu acreditava que seriamos amigos até perdermos os dentes e ganharmos netos.
Eu precisava viver isso para aprender que não devo dar à alguém tanta importância em minha vida sem ter a consciência que posso passar por outras duras lições.
Não posso obrigar ninguém a ficar. E, sabe, mesmo que pudesse, acho que não quereria. Permanecer deve sempre ser um ato espontâneo e, além disso, você não me parece mais tão bom amigo e agradável quando costumava ser.
Então é isso, não te contarei mais sobre minhas viagens, nem mandarei meus textos, assim como não saberei das suas crises emocionais. E sinceramente, acredito que ficaremos bem longe um do outro.
Fique bem.
Mas bem longe de mim, que fique claro.

Carta de até logo

Eu poderia te escrever um texto no computador e publicar, sei que leria. Mas por algum motivo acredito que esse modo tão milenar de comunicação é de uma cumplicidade e pessoalidade muito melhor. Aqui há minha letra cursiva e garranchuda, meu modo de terminar as linhas, minhas inúmeras vírgulas, expressões e erros.
Espero não chorar enquanto escrevo, até porque o papel entregaria. Não quero que fique melancólico também por que, como eu disse no texto da nossa colação de grau "o que pode parecer um ponto final é também um ponto de partida".  Esse é o ponto final de uma fase cheia de emoções, né amiga?! (Re)conhecermos amigos, perdemos pessoas, rimos, fomos muito felizes. Estivemos juntas em várias ocasiões. Mas o ciclo se encerra aqui. Que esse seja o ponto de partida seja escolhido por Deus para te guiar rumo à felicidade. Que em sua nova estrada você encontra paz e sossego, amigos (não melhores que eu, vale ressaltar), que você possa curtir sua família, que encontre um emprego bacana e tenha pacientes e colegas maravilhosos. Capacite-se muito! Aposto que vc ainda volta para ser professora da UFRN hahaha. Ah, e que você encontre O cara por lá, aqueeele cara dos sonhos, porque você merece um cara muito, muito legal e ele será um sortudo! (Se casar, quero ser madrinha!).
Quando a saudade tiver demais, não se acanhe, ligue a qualquer hora do dia ou da noite. Ou melhor ainda, venha nos ver ou nos chame pra passar uns dias aí. Tendo uma rede vou pra qualquer lugar. Ah, não esqueça dos nossos mochilões hein?! Quando encontrarmos nossos Caras vamos viajar muito. Ou sem eles também (quem precisa de homem pra viajar e se divertir?!)
Quero saber todos os detalhes da sua vida, tal como aconteceu ao longo desse ciclo. A tecnologia está aí pra isso e, você sabe, preciso de informações pra poder escrever meu livro, né?!
Só te desejo coisas boas, chega dessa coisa de filme de ação e suspense, passa ai pros filmes de romance e comédia. Muita luz pros próximos caminhos. Estarei aqui sempre que precisar ou não. Fique bem.
Sabe, acho que só existe uma partida sem volta, que é a morte. Enquanto estivermos vivas há a chance do reencontro e eu acredito que nos veremos em breve. Vai seu estranho sair sem minha consciência, mas sobreviveremos e nos encontraremos logo.
Beijo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Quando a presença pesa mais

É interessante como me sinto bem perto de você.
Sei lá, eu gosto de estar, mesmo quando há silêncio sem fim. Nós nos olhamos, depois olhamos para os lados, rimos e continuamos ali, contidos no silêncio, no abraço, no carinho. Quando a gente não fica muito à vontade perto de alguém e falta assunto, rola um silêncio constrangedor, irritante e todo mundo busca algum assunto, qualquer um, para matar o silêncio. Eu não, eu amo silêncio. Nos falamos sempre mas quase não nos vemos e quando isso acontece eu quero sentir sua presença. Ficar abraçados, fazer carinho, mexer no cabelo um do outro... não precisamos de palavas para sentir presença.
Lembro de uma vez que saímos, acho que foi a primeira (e única) vez que saímos de verdade, sem a pressa, sem olhar a cada minuto pro relógio. Éramos só duas pessoas se encontrando para passar um bom tempo juntos numa tarde de sábado. Nesse dia eu estava mais à vontade que nunca, minhas roupas falavam por si: short, camiseta básica e chinela. Depois fiquei pensando "Sério que eu sai como se fosse no supermercado?", sim, sai. E não estava largadona por não me importar mas sim por me sentir à vontade ali, com você. Não tinha aquela sensação de causar uma boa impressão, nem seduzir, nem da nada assim, só me sentia bem de um jeito que não precisava ficar desconfortável de forma alguma, nem pensar em cabelo, salto ou maquiagem. Bem de um jeito que eu só fico perto dos amigos e família, ou seja, dos que quero e me fazem bem.
Não sei você, mas eu me sinto bem com o silêncio entre nós, dá uma sensação de estar em casa após um dia cansativo. Sabe aquela paz de enfim chegar em casa após um dia ralado no qual você acordou tarde, perdeu ônibus, levou puxão de orelha do chefe, ficarou até mais tarde no trabalho, pegou busão lotado na volta e ao fim do dia (enfim!) poder tomar um banho, comer, deitar e assistir sua série favorita? Então, é isso que sinto. E é engraçado sentir isso com você mesmo com todas nossas diferenças, nos conhecendo há tão pouco tempo e nos vendo menos ainda. Não sei, só... parece tão certo estar ali!
Não entendo essa coisa toda e isso de distância... não sei lidar, mas faz assim ó, me aluga teu abraço para eu morar um tempo lá? Coisa pouca, bem simples, nem vai atrapalhar. Prometo ser uma boa inquilina, pago direitinho e faço a manutenção do espaço.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Já nem sei se tem fim

Já passa da meia-noite, então já é segunda e eu estou aqui, escrevendo sobre você quando deveria está dormindo, já que amanhã é dia de trabalhar. Para falar a verdade, tenho pensado muito em você, há dias e é confuso por eu mesma ter sugerido que nos afastássemos, eu sei, não deveria te enviar nada disso porque se é confuso para mim, imagina para você. Não quero que pense que estou brincando com você, mas é que eu sou essa pessoa contraditória mesmo: o que eu penso, falo, sinto e faço quase nunca estão em concordância, pelo contrário, é cada um por si e isso dá uma confusão... te contar viu?!, mas, tenho trabalhado para não ser tããão assim. Por isso não falo com você sempre que penso, estaríamos nos falando o dia todo se assim fosse.
Eu não queria te escrever, nem pensar em você mas eu não controlo e uma coisa leva a outra. Eu sinto falta de dividir meus dias contigo, ainda que à distância, pois eu sabia que você estava ali para ouvir, opinar, apoiar e sei que você vai dizer que continua ai, mas se eu disse que devemos nos afastar então devo manter, pelo menos até que tenha certeza que podemos de fato tentar algo (isso se algum de nós não conhecer antes alguém que mude tudo). Disse-te que tenho o hábito de estragar as coisas né?! Pois bem.
Pensando analiticamente ainda acho que não combinamos tanto assim. Mas, pensando com carinho, até que poderíamos caso eu me esforçasse um pouquinho. Aliás, ambos. Acredito que tudo é uma questão de encarar que, sim, somos diferentes e ter disposição para tentar entender o lado do outro, entrar um pouco nesse mundo novo e permitir a entrada também. A troca é mútua, mas entenda, é difícil para mim isso, de abrir as portas do meu mundo. Me fiz uma pessoa meio dura, desconfiada de tudo, cética e nada disso combina com relacionamentos. Já disse que gosto de você? Certamente não vai acreditar, mas é verdade. Nem sei porquê mas, sei lá, só gosto. 
Sabe, tanta coisa que eu queria te dizer esses dias que mal nos falamos e é engraçado pensar em quanta coisa quero dividir com você: Queria te contar que mostrei aquele texto para minha avó e ela chorou de tanta felicidade; que se aquela prova que fiz fosse sobre você eu certamente teria conseguido a vaga, porque... eu só pensava em ti, lembrando das vezes que nos vimos e das suas piadas ridículas; que estou "montando" meu livro; que sinto falta do seu "bom dia bb"; queria te contar que já sonhei com você, não uma, nem duas mas várias vezes; te contar dos meus sonhos, projetos e metas; queria te mostrar uns trechos de um livro que eu amo e, quem sabe, te convencer a lê-lo; queria te contar das histórias dos tempos da faculdade, dos amigos que perdi, dos amores que passaram, das cicatrizes que carrego. Queria que soubesse que sempre leio nossas conversas e acordo ouvindo as músicas que você me mandou (inclusive, pode mandar mais se quiser), ah, que sinto falta dos teus abraços e carinhos. Queria dividir tudo isso e que você dividisse sua vida comigo também. Queria te ajudar a ser mais confiante, a resolver suas questões com seus amigos, entender seus pensamentos e te fazer bem.
Só queria te deixar ciente que eu pedi para nos afastarmos mas não consigo te afastar e nem sei se quero de verdade também. Aproveitando o ensejo, quero te deixar ciente que não precisa ficar esperando eu resolver minha vida, até porque nem sei como fazer isso, e que torço para que essa situação se resolva logo, seja lá como for, não gosto dessa sensação.
Provavelmente não te enviarei isso e talvez seja melhor assim, para não gerar expectativa (ou raiva mesmo rs).
Mas se eu enviar... desculpa não te deixar me esquecer.
Fique bem, sinto sua falta.
Beijo.
(E quando mando beijo é na boca mesmo)

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Meu jeito (meio sem jeito) de dizer o que importa

Oi Moço! 

Só queria te deseja boa noite mas me deu vontade de te dizer mais umas coisas, então lá vai. 
Eu sei que não tenho sido a pessoa que você merece no sentido de reciprocidade. É que sou meio ogra sabe (Segundo Shrek, somos cheios de camadas), não sei ser carinhosa, doce ou meiga, mesmo que eu goste muito não sou sentimental, o que não diminui meu gostar. Longe disso. Acho que até aumenta uma vez que acabo pensando mais e escrevendo sobre. É que eu sinto muito, tudo, e por vezes não sei demonstrar. No que se refere à maturidade emocional sou tão desenvolvida quanto uma ameba, não sei lidar com emoções.
Várias vezes quis te chamar de formas carinhosas como "meu bem", "carinho", "meu menino" "querido", "dengo" e vários outros adjetivos igualmente bregas preditos por pronome possessivo. Sempre odiei pronomes possessivos mas estranhamente sinto vontade usá-los com você, meu rapaz. Quis usar mas não consigo, sei lá, não me vejo falando coisas assim ainda que queira, nem eu estou me entendendo ultimamente "pane no sistema, alguém me desconfigurou".
Odeio clichês também mas estou começando a ver que é difícil fugir deles quando se gosta de alguém. É como se não houvessem palavras exclusivas para definir o que se deseja com aquela intensidade além das mais utilizadas, sabe? 
Não sei, acho que essa coisa toda é meio nova para mim e antiga também. Dessa vez quero que der certo, mesmo que não devesse querer, afinal temos várias barreiras intransponíveis como tempo e distância. 
Sem contar que sou cheia de defeitos incompatíveis com relacionamentos, anota aí ó: fria, habitante do mundo da lua, grossa, amante da solidão, pouco carinhosa, pouco emotiva, bem chata e com uma enorme preguiça de conhecer pessoas também. Uma pessoa maravilhosa, não é mesmo, meu bem? Não gosto de gerar expectativas e nem decepções. Gosto de ter controle da minha vida mas quando coloca-se sentimentos no meio, pronto, acabou meu controle. Não controlo emoções, fico totalmente perdida nesse meio uma vez que sou uma pessoa prática e lógica. E não existe nada disso nos sentimentos.
Enfim, com essa enrolação toda só queria que soubesse que gosto de você, do meu jeito meio torto, meio sem jeito mas gosto assim mesmo. E sei que você precisa se sentir querido por mim, mas não se preocupa não, estou trabalhando aqui, vou dar um jeito nisso também. Agora dorme bem, bons sonhos.

Estabelecendo comunicação

Sabe, viajar de ônibus é muito bom, me dá bastante tempo para pensar enquanto olho pela janela os vultos de casas, carros e pessoas que eventualmente apareceram e o céu que hoje está azul com poucas nuvens. Vez ou outra oscilo o olhar e me distraio com minhas unhas dos pés pintadas de vermelho, as mesmas que todo mundo acha meio estranho, mas eu adoro assim mesmo. 
Fiquei pensando em muitas coisas: trabalho, as viagens que quero fazer até o final do ano, residência, amigos, vida e morte, família e você. As vezes eu acho que a gente se fala mas não se comunica, não se entende, por isso escrevi assim, com todas as letras, pontos e vírgulas. 
Entre um pensamento e outro me perguntei o quanto você quer que eu entre em sua vida. Eu sei que só nos falamos há uns meses e nos vimos umas poucas vezes mas é que no chá de panela que fui no sábado fiquei imaginando se você iria me acompanhar no casamento em dezembro. Será? Sei que disse que não estar disponível para relacionamento quando começamos a nos falar e ainda sinto não estar, sendo bem sincera,  devido as barreiras tempo/distância, mas caso restem dúvidas: eu não estaria nessa durante tanto tempo se não acreditasse que podemos ser mais se quisermos, que podemos ter um futuro, um futuro bem assim, cheio de verbos conjugados em primeira pessoa do plural. 
Eu não faço jogo, nem c* doce, nem quero ser santa. Só acho que podemos construir algo invés de pensar só na diversão do maravilhoso agora. Eu até gosto de viver o momento puro e simples sem qualquer presença de sentimentos mas é que já tive minha cota disso, e acho até que não combina muito comigo. Acho que sou mais do tipo que aparecia uma boa companhia para programas simples como maratona de séries na netflix, tomar vinho só porque deu vontade ou engordar comendo coxinha e brigadeiro de panela, e não de sair para a balada e pegar o maior número de caras que conseguir numa noite.
Falar nisso, não sei que impressão (te) passo, mas eu não faço sexo por diversão. É que isso, para mim, envolve uma ligação emocional bem maior que a física. Não quero com você isso, não só isso. Por atração física é bem fácil achar um cara, mas minha busca é por algo maior. 
As vezes eu acho que a gente se fala mas não se comunica, não se entende, por isso escrevi assim, com todas as letras, pontos e vírgulas. E agora, estamos entendidos?

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Crer-Sendo

Já falei o quanto amo viajar de ônibus? Essas horas todas sentada ao lado dessa janela e ouvindo músicas me trazem várias reflexões interessantes que não faço cotidianamente devido a falta desse tempo livre. Já falei também que fico dançando e cantarolando sem me importar com a pessoa ao lado? É, acho que já disse isso tudo, sim.
Hoje fiquei pensando sobre uma conversa que tive com alguém cada dia mais querido por (e para) mim. Entre um assunto e outro ele disse que não tinha muito discernimento na hora de fazer algumas perguntas e, movido pela curiosidade, acabava chateando as pessoas com questões indiscretas e inconvenientes. Sério, eu mesma já fui "vítima" dessas perguntas e realmente... é sem noção. No decorrer do papo acabei falando uma frase que ele já havia me dito tempos atrás, quando falei que era emocionante instável. "Se você reconhece isso como um defeito então você só não muda se não quiser". Ele disse que até já tentou mas sempre se perde e acaba vacilando de novo. Engraçado, eu já tentei me "estabilizar" emocionalmente e também não funcionou, sei como ele se sente. Acabei percebendo que eu não sou tão melhor que ele quanto pensei afinal. Se eu achei ele infantil por não ter "filtro" na hora de perguntar eu também sou imatura quando trata-se de me relacionar seriamente. Não quero por vários motivos, um deles (talvez o maior) é medo. É, medo mesmo. De me jogar, me apaegar, arriscar, caminhar em terrenos incertos. Só... medo. 
No fim das contas sou tão infantil quanto ele, se formos colocar desse modo. Então, ao invés de me afastar como tentei fazer no começo, hoje meu desejo é outro. Quero ajudá-lo a melhorar, se essa for a vontade dele e permitirei que ele me ajude também, como ele já propôs.
Todos somos humanos falhos. Estamos em constante lapidação e evolução. Eu estou e quero ser cada dia alguém melhor, sem essa da síndrome de Gabriela. Reconheço que tenho defeitos, vários deles, então porque ele não pode ter também? 
Vamos tentar melhorar tanto quanto o possível e se um dia seremos "um em dois" só Deus sabe.


"Amar jamais será demais
E equilibrar
Não há
Não há
Não há porque viver
Se não pra crer e ser crescendo sendo
Não há
Não há
Não há porque amar
Se não pra semear conhecimento"
Crer-Sendo - Castello Branco

sábado, 23 de julho de 2016

Bday da Lari!

Miiiiiga, sua louca!, como foi seu dia? 

Espero que tenha sido maravilhoso e cheio de risadas (ah, suas risadas!). Eu queria ter te escrito algo mais elaborado mais cedo, mas você sabe como tem sido meus dias, mesmo assim não podia deixar essa chance de rasgar seda e ser melosa passar, né?!
Você foi um dos melhores presentes que a faculdade me deu e eu agradeço sempre por isso, Sempre que começo a pirar você se torna aquela pessoa centrada e firme ao mesmo passo que me ajuda a voar. Você me ajuda a tornar minhas ideias loucas em realidade, você sonha comigo e o inverso também acontece. Já rimos até dar dor na barriga, já brigamos, já nos aperriamos e já choramos juntas. Juntas desde que nossos caminhos se cruzaram.
Durante a faculdade o apoio mútuo foi essencial para que pudéssemos ver, no dia da colação as lágrimas rolaram soltas pois descobrimos, enfim, o sabor da vitória. Sabe, encontrei em você mais uma irmã, uma pessoa confiável, amiga e incrível que consegue colocar qualquer pessoa para cima com sua gargalhada contagiante. 
Por falar nessa gargalhada... não sabe como eu sinto falta dela! Aliás, consegue ter ideia do quanto sinto sua falta, sua louca?! Que ideia é essa de ir pro outro lado do pais e não vir nos visitar ainda?! Quem te deu o cabimento de ir e sumir assim, hein?! 
Eu sei que essa cidade tem sido boa com você e é por isso que não te pediria para voltar. Ela te acolheu, te deu aquilo que você precisava, colocou pessoas boas em seu caminho e eu agradeço por tudo isso. De verdade, quero teu bem tanto quanto quero para mim, ou melhor, para meus irmãos e pais. Por esse querer bem tão grande não quero que você volte ainda, não para ficar, pois sei que você está gostando daí. Se está feliz, então eu também fico ainda que a distância, ainda que morrendo de saudade.
No dia de hoje, em especial, pedi várias vezes que você estivesse feliz, que encontrasse felicidade e paz de espírito. Pedi para que seus caminhos continuem sendo de luz e alegria, que sua gargalhada aqueça muitos corações gelados (ai e em qualquer lugar). Que conhecimento seja só mais umas das riquezas que você some. Que você continue sendo minha bandida, maléfica e de riso frouxo. Que tenha mais amigos ai (mas nenhum melhor que eu, que fique claro). Que você fique rica logo para podermos nos ver umas quatro vezes por ano, no mínimo!

Feliz aniversário minha amiga, um super abraço com riso, lágrimas e saudade (proporcional a força do abraço)
Venha logo.
Amo você, sua vaca.
(e sem choro, quero gargalhadas!)

domingo, 19 de junho de 2016

Piadinhas de Hipnos e Morfeu

Acordei me sentindo quente. Normal, já passava das 10 horas e aqui no nordeste tá quente mesmo. Mas não era apenas isso, tinha a ver com a piadinha sem graça que meu subconsciente fez te trazendo pro meu sonho. 
Já se somam duas noites de visitas suas e por mais que faça muito tempo, isso ainda me incomoda. Incomoda porque me afeta. Sabe, sonho mesmo é com o dia que sonhar, pensar ou falar sobre você não mexa tanto comigo. Eu não sei dar nome ao que tivemos mas sei que até hoje "isso" levanta voou das borboletas que tenho no estômago, as quais sempre pensei que morriam após 24 horas de vida. Imaginar te encontrar por acaso me causa aflição, tremor e um gelo que percorre toda minha coluna vertebral. Sonhar com você traz muitas lembranças, não que sejam ruins (de forma alguma) mas também não precisa ser tanto assim. Depois que acordo me sinto mal. Mal por isso tudo ainda parecer tão real. A vida segue, as coisas mudam e isso permanece. É frustrante!
Desde a última carta que fiz para você, já sonhei outras vezes mas me recusei a dar dimensão a isso, preferi abafar, sufocar e agora, depois desse sonho, sinto-me sufocada, prendendo a todo custo as tantas palavras que guardei para ti. Como se as imagens que vi fossem aquelas que eu queria ter visto, vivido. Como se com aqueles jeitos eu quisesse ter me comunicado, te falado nas entrelinhas.
Por falar nisso, recordo-me agora que recentemente, em uma aula, descobri que tenho alguma alteração na vesícula biliar sem nenhuma causa aparente. Estudando metafísica descobri ainda que as vezes algumas emoções afetam determinados órgãos. O desejo de falar algo e deixar a oportunidade passar afeta por exemplo, olha que interessante, afeta a vesícula biliar. Justo ela? Quando li pensei logo em você. Aliás, principalmente em você, tenho muita coisa guardada para falar pra muita gente, mas nesse quesito, meu caro, você ganha em disparado. Tanto pelo tempo quanto pela quantidade de palavras destinadas.
Queria ter deixado claro o quanto me sentia bem com você, o quanto eu gostava de você quando éramos criança, o quanto quis morar mais perto de você; depois morar em você, queria fazer minha casa no teu cangote, e dizer ainda o quanto eu tinha preguiça de sair dali.
Eu queria sentir menos, mas eu sinto muito.
Sinto tanto que sonho demonstrar "essa coisa" tão abertamente. No da última noite nós estávamos rindo, tranquilos nos abraçando de vez em quando e trocando carinho de dedo e olhares sem que nos importasse quem estava perto, olhando. Na última noite sonhei com os beijos que outrora foram reais e que já procurei em tantas bocas algum, unzinho se quer, melhor melhor que o seu. Nunca vou saber explicar aqueles beijos mas sempre tinha algo mais, sempre eram mais que apenas beijos. A melhor definição que encontrei é que "eram beijos do tipo que davam vontade de tirar a roupa". Simples assim. Intenso assim.
Depois do sonho acordei me sentindo quente, mas não era apenas pelo calor do nordeste. Hipnos e Morfeu te trouxeram pro meu sonho. Um me botou para dormir e o outro colocou você ali, só de pirraça para me perturbar.
Aliás, a culpa foi sua. E eu sinto muito por isso também.

*Na mitologia grega Hipnos é o deus do sono e Morfeu dos sonhos

domingo, 12 de junho de 2016

O inverno está chegando

(Quem assiste Game of Thrones entenderá o título)

No dia eu fiquei chateada. Bem chateada. Hoje me sinto indiferente, tão indiferente que nem sei mais se vale a pena escrever esse texto sobre essa situação, esse cara. Sei lá, ele conseguiu deixar as coisas tão frias que não serve nem como inspiração para desabafo. Na real, vou te contar (senta aí, quer um café? Tá quentinho) depois você me diz se tenho razão ou não, vai vendo.
Com trilha sonora fica mais gostoso haha

Eu achei que aquilo não ia passar, aquele sentimento que ainda não dei nome que senti pelo destinatário das tantas cartas que escrevi e nunca mandei. Achei mesmo que carregaria a culpa e a sensação de "E se?" por muuuito tempo, e de fato carreguei. Foram anos até me senti enfim livre e pronta para tentar algo novo, sério, real. Eis que pouco tempo depois que essa sensação me encheu, alguém bate a porta. Tá, ele já havia batido algumas vezes, mas não dei muita atenção. Dessa vez resolvi atender e ver o que era, quem era. Um rapaz tímido (bem tímido), porém muito determinado e direto. De cara disse que tem tentado ter coragem para falar comigo há tempos (tipo anos) e eu, que poderia ter cortado ele desde ali achando que era algum tipo de psicopata, fiquei encantada. A determinação, coragem, insistência e sinceridade das primeiras conversas me fizeram querer conhecê-lo tanto quanto ele me permitisse, afinal, não era missão muito fácil. Sei lá, eu sou tímida também, demais, mas quando quero que me conheçam esforço-me para tal. Enquanto eu me mostrava mesmo sem que fosse questionada ele permanecia mudo. Eu cheia de monólogos e ele, monossilábico. Eu cores e risos, ele cinza e sério. Eu correndo e ele numa redoma.
Tudo bem, verdade seja dita, desde o começo ele disse que as intenções dele eram sérias e eu deixei claro que não estava disposta a me jogar em um relacionamento assim, do nada. Mas com o tempo as atitudes dele demonstravam pouco interesse enquanto eu estava ali de verdade. Quando eu me esforçava mais a conversa fluía, rolava até uns debates sobre temas polêmicos mas fui cansando, sabe?! Era uma discussão rasa, com argumentos fracos e sem fim. 
Passei uns dois meses nessa porque pensava "poxa, ele não deve ser muito bom em conversa, será timidez?". Saímos, conversamos mas não rolou aquela boa dose de ocitocina, entende?! E para completar ele veio com perguntas absurdas alegando que "meu jeito" deixava transparecer. Acredito que meu jeito é de uma pessoa bem resolvida, que não se faz de menina boba para seduzir, que não se passa de frágil e indefesa. Não, não preciso de um namorado para viver e não fico em depressão por isso. Tenho personalidade forte e teimosia de sobra também. Penso muito e acredito que uma boa conversa me seduz mais que um sorriso lindo e um gesto fofo. Eu gosto de quem soma e multiplica. Não gosto de caras que esperem fofura de mim, não gratuito, sem conhecer, não sem sentir algo. bom. Não quero filhos e casamento não é minha meta de vida. Não sou uma "Amélia". Sou meio ogro, meio doce. Tipo ogrodoce, bruta com coração de mocinha :)
Olha, nesse meio tempo já tentei de um tudo: fiz mil perguntas, falei minha vida toda, até aqueles testes psicológicos e de personalidade eu mandei. Essa semana sugerir que fizéssemos listas de coisas sobre nós (ele disse que não gostava dessas coisas e não continuou a conversa). Ai cansei mesmo. De chato já basta o mundo/sociedade. Vi que simplesmente não vale a pena insistir, não adianta desperdiçar meu tempo, minha profundidade em prato raso. 
Desistir não foi uma decisão tão difícil no fim das contas, porque somos praticamente desconhecidos um pro outro (ou melhor, ele para mim), não é difícil desprender do que não te prende. Não fui cativada, nem quero mais ser. Não por ele. O mais engraçado nisso tudo é que de fato ele despertou minha curiosidade e interesse inicialmente. Eu realmente queria saber até onde isso ia, até cogitei relacionamento sério. Hora certa, pessoa errada. 
Na boa, para ficar nessa lenga-langa sem sal e sem cor eu prefiro ficar na minha, em minha companhia, com meus livros e músicas. 
Que ele passe, eu passarinho.
E você, Sr. Stark, continue com sua pedra (de gelo) estacionada que eu vou voar por aí (e não volto)! :*


Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.

Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.

Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.

Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!

Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?

A Seta e o Alvo - Paulinho Moska

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Que o teu afeto me afetou é fato

Me. Lasquei.
Sabe quando você conhece um cara super gente boa que surgiu assim, do nada, quando você já não tinha a menor vontade de abrir sua vida para alguém entrar? E ele veio com uma história bem diferente de tudo que já ouviu e isso despertou, e muito, sua curiosidade. É nessa hora que você pensa: Me lasquei.
Sabe quando o papo flui mesmo quando você ver um monte de diferenças contrastantes e ainda assim vocês preferem seguir? E quando riem muito quando encontram semelhanças? Pois é, me lasquei.
Aí um belo dia ele começa a te colocar apelidos, um mais engraçado e original que o outro e, ao invés de achar isso tudo tosco, você simplesmente ama? Em contra partida você começa a sentir uma vontade louca de mandar mensagens aleatórias durante o decorrer do dia? Então, me lasquei.
Sabe quando mesmo sendo uma pessoa super reservada você sente vontade de dividir histórias e opiniões e percebe no outro o interesse por tudo que você fala? E já começa a se ver mandando para ele trechos daquelas músicas que achavas brega antigamente?
E quando você fica imaginando como deve ter sido a infância e adolescência e vai anotando mentalmente várias perguntas para fazer na próxima conversa? Ou quando você fica esperando ele mandar uma mensagem e quando manda já te deixa rindo boba (o que também acontece quando você "acidentalmente" abre a janela e reler a última conversa que tiveram?) É isso ai amigas, podem rir, já sinto que me lasquei.

E sabe porque estou ainda mais lascada? Porque quero continuar assim. Aliás, quero mais de tudo isso e saber até onde essa história vai. Estou ainda mais lascada por estar gostando disso isso, porque é algo diferente pra mim também. Sabe por que mais estou lascada? Aqui no nordeste usamos muito essa expressão quando nos metemos em situações complicadas e, muitas vezes, ruins.
Porque eu consideraria isso tudo ruim? Porque gosto daquilo que posso controlar, gosto quando tenho controle de todas as variáveis que possam influenciar nas minhas ações. Quando entram os sentimentos, acabou, lá se foi o controle. Sentimentos são variáveis que não posso controlar, aí eu fico confusa porque razão e emoção, tico e teco, quase nunca se batem.

E sabe o que mais? Esses dois nunca se bateram por aqui mesmo, então que seja! 
Que venha a loucura, a viagem. 
Que venha o que causa taquicardia e mãos trêmulas, quero inclusive em doses duplas ou triplas disso ai, seja lá o que isso for,


A razão é como uma equação 
De matemática, tira a prática
De sermos um pouco mais de nós!
Que o teu afeto me afetou é fato.

 O teatro mágico

domingo, 6 de março de 2016

Representatividade, Empoderamento e bem-estar

Semana passada eu estava andando com minha mãe no centro e passamos por duas crianças que me chamaram atenção pela forma que me olharam. Naquele mesmo dia eu havia recebido vários olhares diferentes por causa, do meu cabelo black ou do meu batom roxo, não sei bem. Alguns olhavam com admiração outros com desdém, quem se importa, não é mesmo? Bom, mas voltando às crianças que me chamaram atenção.
Era uma menina que parecia ter uns 11 anos e um menino menor, talvez mais novo. Pareciam ser irmãos, O menino olhou para mim rapidamente e depois voltou o olhar, só que dessa vez com surpresa e algo a mais nos olhos que estavam 3 vezes mais abertos que da primeira vez. Ele puxou o braço da irmã e  tentou apontar em minha direção discretamente, sem sucesso, como se tentasse lembrar de uma palavra. Ela disse sem rodeios, "é black power!" e ele repetiu a palavra como e a saboreasse "black pooower... que legal!"
Eram duas crianças, com uniforme de escola pública e negras. Eu fiquei tão feliz com essa situação que comentei com minha mãe e ela respondeu "eles apontaram pro seu cabelo e você acha isso bonito?". é claro que eu acho! Sabe quantas influências negras ou que usem cabelo afro tem por ai? As crianças praticamente não têm personagem que as represente, que elas se identifiquem e assim, acabam achando que sua cor, seu cabelo é feio e que precisam mudar para serem aceitas nos grupos ou no mercado de trabalho posteriormente. 
Eu mesma não me identificava com as princesas da Disney. Gostava da Jasmine, do Aladdin, porque ela era o que mais se aproximava do que eu era, mas nunca tive uma boneca dela. Ou de alguma negrinha crespa. Meus bebês eram brancos de olhos azuis e cabelos loirinhos, loirinhos. É por essas e outras que sim, sim eu fico feliz que aquelas crianças olharam apontando pro meu cabelo. Acho que ali elas sentiram uma espécie de empatia, representatividade ou quem sabe, uma admiração por um cabelo semelhante ao delas, que todos dizem que é feio e que precisa ser alisado ou preso.
Re-pre-sen-ta-ti-vi-da-de, palavra grande, né? Tudo bem, combina com seu significado. Poder causar essa sensação em alguém é incrível, é uma forma de ajudar no empoderamento e empoderar é coisa séria. E se eu puder fazer isso apenas sendo quem sou e assumindo minhas características, mundo, se prepara porque eu não vou parar!

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Dia desses sai apressada para resolver umas coisas. Ao chegar na parada, que estava relativamente cheia vi várias pessoas se espremendo querendo uma sombrinha para esperar seus ônibus. Tinha um cara de camisa preta, calça jeans, óculos escuro e adivinha, black power. O dele era bem maior que o meu. Mesmo estando lotada, não tinha ninguém do lado do cara. Fiquei me perguntando se era coincidência ou preconceito mesmo, sei lá, vai saber. Eu sentei do lado dele e esperei meu ônibus.
Ele pegou o mesmo ônibus que eu e desceu na mesma parada também. Ele estava no assento à minha frente então pude observar as pessoas olhando para ele, mas principalmente as manias que ele tinha com o cabelo. Notei que eu também tenho a maioria deles. Fiquei pensando "Então todos agem assim? hahaha pensei que eu fosse exclusiva!", ao mesmo tempo fiquei feliz por ver que não estou só e a cada dia que passa vejo mais e mais gente feliz com sua essência, aceitando seus cabelos e características tais como são. :)  
Claro,  somos mais que só cabelo, mas esse é um passo.

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Ano passado, estava voltando do estágio com uma amiga, comentando sobre planos, viagens e outras amenidades e no caminho passaram por mim uma negra com traças e mais a frente uma outra com dreads curtos. Notei que quando elas me viram sustentaram o olhar no meu cabelo, na época longos cachos, perguntei se minha amiga tinha visto e ela negou, mas eu fiquei pensando nisso e passei a observar melhor. Com o passar das semanas notei que isso sempre acontecia quando alguém com cabelo afro passava por mim: sustentávamos o olhar com um suave sorriso ali. Era como se naquele olhar disséssemos um para o outro "Você é lind@", "Seu cabelo é lindo, não acredite em que diz que ele não é", "Parabéns por manter sua essência!". É algo nosso e até hoje se mantem, cada vez mais evidente para mim, o que enche meu peito de alegria.

Negros, negras, resistam aos padrões que nos excluem, somos todos lindos cada um a sua maneira. Resistam. Vamos viver e mostrar para todos a delícia que é ser negr@!

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Girassol

Ah menina, muitas lágrimas ainda cairão até que a vida esteja do jeito que você sempre desejou, Aliás, desconfio que a vida nunca é do jeito que sonhamos na infância/adolescência, sabe?! Do lado de cá, "vida adulta", as coisas são meio burocráticas e a gente aprende a moldar situações até que estejam no ponto de nos fazer feliz. Não perfeito, mas feliz.
Olha menina, você ainda vai ver que ser dona de um nariz requer muito mais do que ter um nariz. Requer responsabilidades e coragem, muita coragem. É possível que você ainda demore a entender isso, o que te levará a bater de frente com alguns muros antiiigos, mas que depois você entenderá o valor e importância deles.
Sabe, espero que em breve você descubra que chorar não soluciona nada, mas ajuda a extravasar as emoções. Por isso chore está noite até que o sono venha. Não te perguntarei o motivo das lágrimas, embora tenha ideia do que seja, mas prometo te levantar desse chão, lavar seu rosto e te cobrir com uma coberta quentinha com poderes medicinais e protetora contra as dores do mundo. Verdade, juro.
Amanhã, junto com o sol, surgirá uma nova oportunidade, cheia de frases clichês te lembrando que poderá ser um dia melhor. Saia desse quarto, não se esconda da luz, você não é dessas. Você é tal qual um girassol. É, um girassol, menina! 
Essa flor exalta alegria e beleza, só de olhar para ele dá vontade de sorrir. Além disso ela, dizem, acompanha a luz solar. Inclina-se para onde houver luz, onde houver vida. 
É possível que ainda venham muitos dias de sombras e lágrimas, mas isso passará. Sempre passa, nada é para sempre nessa vida. Nem as coisas boas, nem ruins. Nada é, tudo está. Você ainda vai mandar nesse nariz, vai ser dona da sua vida, vai agradecer esse momento ruim e sorrir muito, inclusive de toda essa situação

Seja como um girassol, 
minha flor, 
minha irmã.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

And I'm feeling good

A viagem, assim como foi para chegar aqui, será longa até chegar em casa. Tem gente que odeia viagens longas, pelo cansaço e desconforto que causam, pela possibilidade de dividir poltronas com desconhecidos... essas coisas. Viajar é sair da nossa zona de conforto e eu costumo gostar. Me dá a possibilidade de passar um bom tempo comigo mesma, sem o peso na consciência gritando que eu deveria está fazendo algo produtivo; ali não há muito o que fazer além de ler, ouvir música, pensar ou dormir. 

E eu faço tudo isso.
Consegui sentar numa janela e por um milagre não há ninguém ao meu lado, então posso me esticar para ficar mais a vontade nas duas poltronas. O ônibus também é bom, as poltronas são confortáveis e há ar condicionado. Serão boas 6 horas até chegar em casa. 
Ligo os celular tocando as músicas no modo aleatório e me divirto ouvindo músicas que há muito não ouvia. Músicas suaves, dançantes, rocks, sambas e até mesmo as internacionais que eu geralmente evito por gostar de cantar mas não saber - mantenho-as no celular pelos ritmos que me fascinam. Fico feliz por ter tanta memória, quase toda ocupada por músicas. 
Entre as letras, melodias e arranjos viajo nas paisagens e em pensamentos. Nunca havia viajado por esses lados e chega a ser estranho constatar que meu pequeno estado é na verdade tão grande assim. Passo por rios, pontes, cidades e entre uma parada e outra esculto sotaques diferentes. Como deixamos de conhecer nossas origens, não é mesmo? Há ainda tantas cidades aqui que eu se quer sei o nome! Passando por esses interiores acabo passeando um pouco em meu interior também. Olhando por essa janela vejo como as coisas estão mudando, como tenho crescido e sonhado. Penso na prova que fiz no dia interior, na importância que ela teria para o início da minha carreira e em como fui mal. Penso no plano B, plano C e em como as coisas estão acontecendo rápido em 2016. O ano começou tão diferente, tão cheio de metas e mudanças internas que acabam refletindo em mudanças externas, como meu corte de cabelo, por exemplo. 
Em dezembro cortei cerca de 2/3 do meu cabelo. Aquele cabelão que sonhei ter por tanto tempo já não combinava comigo, acho que mudei durante o processo de crescimento, devo ter crescido de outras formas também. O cabelo carregava alguns pesos que eu queria me livrar então optei pelo ato mais rápido e impactante: tesoura nele. Obviamente foi um susto para os outros, mas eu já me via diferente no espelho, nos textos e gestos e ter uma imagem que combinasse com a pessoa que vejo refletida, aqui mesmo nessa janela, era algo que eu precisava. E foi bom, me sinto tão eu agora, tão cheia de mim!
Como que atendendo a um pedido que eu nem tinha feito, meu celular enche meus ouvidos com a voz do Machael Dublé ("Birds flying high you know how I feel, Sun in the sky you know how I feel, Breeze driftin' on by you know how I feel") cantando a música Feeling good, da grande artista Nina Simone. Cada vez que esse jazz sobe, os metais tocando alto, a voz potente, meu coração bate feliz e o arrepio é inevitável. A letra me toca por exatamente por interpretar o que eu estou sentindo, And I'm feeling good.
Não me controlo e danço desajeitada, ali mesmo, em minha poltrona na janela, do lado do sol e com a cortina aberta.  Fecho os olhos e sinto os raios de sol (o sol que me faltava), a música balança meu corpo de uma forma que não consigo evitar (nem quero, nem tento), o sorriso vem e eu canto. Balançando a cabeça no ritmo da música e tentando não encher demais os pulmões para não gritar. Paro de pensar e me permito apenas sentir. And I'm feeling good.

It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

("É um novo amanhecer, é um novo dia, é uma nova vida para mim, e estou me sentindo bem")


segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Tão Diferente


Hoje fui à um luau super animado numa das praias aqui da cidade (sim, moro numa cidade privilegiada com praias lindas, :*). O lugar era simples mas com visual deslumbrante: Ondas batendo forte (causando seu som característico ao quebrar), sol se pondo e lua surgindo, brisa do mar, bons amigos, música boa. Não tem como não ser bom, correto? Corretíssimo. O repertório era excelente e acabou me lembrando que a música é um portal poderoso. 
Através da música podemos recordar com precisão fatos, histórias, cheiros, sorrisos, sensações. No decorrer da apresentação cantei Primeiros Erros, do Capital Inicial, com um sorriso nos lábios recordando minhas amigas da 7ª série que quando se juntavam só queriam cantar essa música (uma delas extremamente engraçada nunca sabia a letra mas amava "cantar"). Lembrei de um olhar que pedia que eu dissesse que o queria como ele me queria enquanto cantava para mim Luz do Olhos, do Nando Reis. Naquela noite eu realmente queria dizer essas palavras para ele, mas não consegui nem naquele dia, nem depois. Provavelmente ele pense que nunca o quis de verdade, mesmo com a história que tivemos. Nessa música a sensação foi de reconhecimento de um erro e que cometi e também de perdão. Perdoei-me por isso, afinal, não há motivo para carregar um fardo assim. Já superei isso \o/ ~fazendo a dança da vitória~
Lembrei ainda de uma viagem "ducaralho" que fiz com uns amigos quando ele tocou uma do Natiruts. Fomos para uma casa de praia e tivemos um dos melhores feriados da minha vida: leve, divertido, simples e feliz (feliz demais). Deu mais saudade ainda dessa viagem porque aquele tempo passou e a vida de todos que estavam naquela casa de praia, cantando ao som do violão disputando redes, mudou. Hoje cada um seguiu seu caminho e voou para aquilo que acredita ser o melhor para sua vida (e desejo do fundo do coração que nesses voos encontremos a tal realização pessoal e profissional).
Quando o show estava acabando o artista tocou Por Enquanto, do Nando Reis (mas que se popularizou mesmo na voz da Cássia Eller). Ali foi para matar. Todo mundo cantou com vontade e de olhos fechados na maior parte da música, inclusive eu. Lembrei de tanta coisa, tanta gente. Lembrei dos meus amigos do ensino médio que adoravam matar aula para tocar violão na quadra da escola (esta música inclusive), lembrei da viagem de despedida na qual dissemos coisas lindas e sinceras uns para os outros. Nos divertimos, rimos e na volta para casa choramos muito, pois, mesmo que todos dissessem que seria para sempre, sabíamos que seria difícil com o novo ciclo que se iniciaria nas nossas vidas. 
Mas o que doeu mais ao ouvir por enquanto foi lembrar daquele que costumava ser meu melhor amigo. Mesmo com as discussões, com as opiniões contrárias, mesmo com as religiões distintas, éramos amigos e cuidávamos um do outro. De repente ficou tudo assim, tão diferente. Sim, com ele eu achava que a amizade seria realmente para sempre, que ele iria me ver apaixonada (do tipo brega mesmo) por um cara bacana, que me chamaria para ser sua madrinha de casamento e ele seria padrinho de batismo do meu primogênito. Eu acreditava que sentaríamos com os filhos na sala de estar em um belo fim de tarde e contaríamos as nossas histórias (contáveis) de adolescentes. Mas o pra sempre, sempre acaba. É verdade, o cantou me contou. Então sentada ali, olhando aquela lua e ouvindo a galera cantar em uma só voz o finalzinho da música ("Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está e  nem desistir, nem tentar, agora tanto faz, estamos indo de volta pra casa") senti o olho marejar e a garganta apertar mas o sorriso também veio junto com a lembrança que a amizade foi sincera e recíproca até certo ponto, foi sim. 
E ao fim de tudo fiquei pensando como talento pode ser "palpável!". Um músico habilidoso munido "apenas" de voz e violão, cantando músicas escrita por compositores igualmente habilidosos formam um binômio potente capaz de tocar a região mais escondida do nosso âmago, mexer nas profundezas nos nossos pensamentos e fazer transbordar sensações e emoções. Eu poderia ir lá na frente cantar também, mas seria péssimo (sincero sim, mas com certeza péssimo), não sou artista da música. O artista, independentemente de sua área de atuação, tem esse dom de tocar as pessoas, de emocionar de levar vida. Isso é o que diferencia um artista de uma estrela: o poder sutil de sensibilizar multidões, e eu amo tudo aquilo que me faz sentir.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Epílogo


Oi moço, como vai? Espero que bem.

Se você está lendo esse e-mail agora significa que venci algumas batalhas internas ou surtei de vez.  Aliás, mesmo assim ainda há possibilidades de não ser lido:

(1) ele pode ser encaminhado diretamente para a lixeira e não ser visto ou (2) talvez esse endereço de e-mail não seja mais utilizado.
Ainda assim me sinto bem em enviar, mesmo que não seja lido me dá uma falsa sensação de que foi só pelo fato de ter sido enviado.
Bom, vamos direto ao ponto: perdemos o contato há muito tempo e por vezes pensei se deveria, de fato, retomá-lo. Talvez devêssemos deixar por isso mesmo. Acontece que, isso tem me incomodado ao longo do tempo. Bom, toda aquela história que que passou me pareceu sem ponto final. Tive brevemente contato com o restante da sua família depois de toda a confusão, menos com você.
Quero que saiba que sinto muito por tudo. De verdade, tenho consciente que vacilei com todos. Naquela época muitas coisas aconteciam em minha vida e eu não soube conduzir tudo. Não espero que isso mude muita coisa, mas que pelo menos possa ser o início do fim de possíveis mágoas que eu possa ter deixado. 
Sinto-me um tanto patética por entrar em contato depois de tanto tempo (e dessa forma) mas não tive muitas opções, afinal.
Então é isso, posso falar mais a respeito se for do seu interesse, só queria que soubesse que não fiz nada por mal, apenas não soube lidar com a situação e falhei pela falta de diálogo.


Desejo muita luz, sucesso e felicidade. Fique bem. 
Como diria Caetano, 
um abraçaço!


OBS.: Esse e-mail, escrito há meses e nunca de fato enviado, trouxe-me, após escrito, uma sensação de leveza, como se tirasse um fardo de dentro de mim, foi um alívio e foi sincero, Pensei realmente em enviar mas soube que você estava feliz e eu também estou feliz, então porquê trazer essa história agora, não é mesmo? Com este e-mail encerro as cartas para Aqueeele Cara. Novas cartas serão escritas para outros corações e outros caras. A vida segue, as pessoas mudam. Nada é, tudo está. Felicidades, meu querido!

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Mulher de verdade

Ela acorda cedo mesmo sem a menor necessidade e apesar de estar com mil e um problemas na cabeça, já começa o dia cantando, acreditando que será melhor que ontem. Ela faz questão de rir e quem a vê assim não imagina o que se passa do lado de dentro dela. Saber o que acontece ali é para poucos, um seleto grupo que conseguiu atravessar as barreiras que ela pôs ano a ano, tombo a tombo, tapa a tapa. Acredita que se abater não é uma opção e que tudo é fase. Nada é, tudo está. Esse é seu lema, o carrega na pele inclusive, em um lugar estratégico sempre a lembrando que tudo nessa vida é passageiro, inclusive ela. Está a passeio, só de passagem. Ela sabe que tudo é modificável e assim ela segue. Segue sorrindo fazendo piada de si e de todos, correndo atrás das oportunidades de crescer, interior e materialmente também, por quê não?
Apesar de pensar muito em tudo (e em nada também) cansou de focar nos pontos que não deram certo. O que passou, passou e se insistir no assunto o mantra mental "foda-se" surge para resolver o impasse interno. Pronto, já foi. 
Ela é calma, paciente e gosta de ajudar, sente-se bem sabendo que pode ser o refúgio de alguém, um momento de paz em meio ao caos. Esquece-se de seus e apropria-se dos problemas dos outros, não adianta discutir, ela sempre foi assim e seguirá com essa síndrome de Gabriela (Eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim). Cuida dos seus irmãos como se fosse mãe. E por falar em filhos, não pretende ter filhos de seu ventre, muito menos mudar seu estado civil por pressão da família ou sociedade. Casar só se for porque encontrou alguém com quem queira dividir uma parte de sua vida e não porque dizem que ela está ficando velha, "passando da idade" ou "precisando de um marido para começar uma família", nada disso, aliás, nem gosta desse termo ]'casamento', prefere encontrar "alguém para caminhar junto". Ela é livre e respeita seu estado de espírito, gosta de ser assim, desprendida e leve. Não tem amarras, nem nos braços nem nos cabelos, os cachos dançam soltos ao sabor do vento.
Seu objetivo na vida? Aprender. Aprender a cair, levantar, ouvir, falar, discordar, pensar, saborear, amar, levar sorriso e ser feliz, Uma longa lista de verbos que a enche de vida e de si.

1+1=Nós

Lembro da primeira vez que nos vimos, você era a criatura mais estranha que eu já tinha visto, parecia deslocado entre todas aquelas pessoas, com um cabelo bagunçado, evidentemente estranhando as cores no novo uniforme, mas gostei de alguma coisa em você. Não sabia o quê exatamente mas sabe como é, eu gosto de estranhezas. Talvez fosse o contraste da pele com o cabelo ou os olhos claros que vez por outra brilhavam enquanto você ria sozinho de alguma coisa, como se só você ouvisse uma piada hilária. Sujeito esquisito.
Com o tempo fui vendo várias afinidades entre nós e suas estranhezas foram se tornando interessantes para mim e isso me encanta até hoje. Você não é o cara que eu diria "nossa, que gato é esse hein?!" de primeira e sabe o quanto sou exigente com beleza. Tem que ter, não tem jeito. Gosto muito mais das belezas que só se vê com o passar do tempo e não as imediatas ao encontro. Você se tornou lindo para mim pois fui conhecendo o que há de mais belo em você: sua essência, seja Menino-Homem ou Homem-Menino.
Resultado de imagem para love kissOlha rapaz, vamos ser francos aqui, não sou boa em dar rodeios. Eu acho que a gente tem tudo a ver. ou vai dizer que nunca notou? Observo isso há um tempo e nossos amigos (e aposto que você) também.
As músicas que você gosta estão na minha playlist há anos. Apesar de nunca ter sonhado ser uma princesa da Disney, amo aqueles filmes (e descobri que você também). E o amor por séries? Fala sério, poderíamos passar dias e dias assistindo Vikings, Prison Break ou Game of Thrones facilmente. Ou quem sabe ainda conversar por horas a fio sobre os mais diversos temas. É claro que a gente tem tudo a ver, tão certo quanto 1+1= 2.
Somos do verão, do carnaval e fãs de música boa, do soul ao xote. Somos cores vivas e vibrantes, luzes flutuantes que faíscam no caos. Rimos de tudo, somos felizes. Somos livres. Meu cachorro te ama, sua mãe me adora, nossos irmãos são melhores amigos. Não vê? Meu riso é mais solto com você por perto e sua gargalhada ecoa muito mais (acompanhada dessa convinha que me mata!). Eu poderia ainda falar o quanto amo sua forma de ver o mundo, seu posicionamento em questões polêmicas, seu caráter, sua cultura... Ah, fala sério, a descoberta das ondas gravitacionais é irrelevante se comparada com o que temos aqui cara, vai por mim, a felicidade combina muito com a gente assim junto.
Todo mundo diz que nós dois somos feitos muito pra nós dois, e quem pode discordar disso?



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Desejos

Todo final/início de ano é assim: reflito sobre o que se passou no ano, revejo o que quero manter ou não em minha vida, revejo as metas que traçei, se consegui realizá-las ou não e por fim, traço novas metas. Metas nos movem. A partir delas traçamos a rota para alcançar nossos sonhos e eu sou feita de sonhos.
Para esse ano eu desejo ir mais longe dentro da profissão que escolhi. Quero estudar mais, trabalhar mais e contribuir para a melhoria no mundo de várias pessoas (isso me faz tão bem!).
Quero também cuidar não só dos outros, mas também de mim. Parar o álcool que não me faz bem, melhorar minha alimentação, fazer execícios, ler. 
Ah, outra coisa que eu sinto falta é mais fé. Preciso rever e reencontrar a minha. E nem falo de religião, mas de fé mesmo. "Tô precisando da fé mais que dá razão" (Saulo).
E que mal faria alguém para assistir séries comigo hein?! Alguém para enviar frases bregas e um novo destinatário para essas cartas não seria nada mal.
São tantos sonhos, tantos desejos que as vezes me pergunto se dá para fazer isso tudo. E tenho a resposta: dá sim. Querendo dá. E eu quero.
Quero finalizar o ano com a sensação de que foi melhor do que eu esperava e que eu possa me sentir muito mais abençoada do que mereço. Quero poder realizar os desejos que ainda nem sei que tenho, eu sei que é possível.